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Discurso
23 setembro 2025
Discurso de Sua Excelência o Presidente de Moçambique no Debate Geral da 80ª Sessão da Assembleia Geral da ONU
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História
23 setembro 2025
"ONU ajuda a garantir equilíbrio entre países grandes e pequenos"
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Comunicado de Imprensa
21 setembro 2025
Mensagem do Secretário-Geral por ocasião do Dia Internacional da Paz
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Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável em Moçambique
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade. Estes são os objetivos para os quais as Nações Unidas estão a contribuir a fim de que possamos atingir a Agenda 2030 em Moçambique:
História
29 abril 2024
Efeitos tangíveis do LoCAL nas vidas dos moçambicanos
MAPUTO, Moçambique - Ao longo da última década, o Local Climate Adaptive Living Facility (LoCAL) proporcionou acesso ao financiamento climático aos governos locais, mudando a vida de milhões de pessoas em Moçambique.Concebido para reforçar a capacidade dos governos locais para fornecer serviços básicos resilientes e construir infraestruturas adaptadas ao clima, o LoCAL fortalece os processos de governação local, bem como ouve as vozes e necessidades das comunidades, desenvolvendo o seu conhecimento local através de uma abordagem inclusiva e participativa.Aproximadamente 100 infraestruturas de desenvolvimento adaptativo foram financiadas durante a implementação do LoCAL em Moçambique desde 2014. Estas incluem clínicas de saúde, maternidades, escolas, sistemas de abastecimento de água e dessalinização, bem como apoio a meios de subsistência resilientes.Com o apoio generoso da Bélgica, Suécia, Suíça, União Europeia e Região da Catalunha, a LoCAL já beneficiou directamente cerca de três milhões de pessoas no país - quase 10% da população moçambicana.Descubra algumas das suas histórias e como Moçambique está a liderar a adaptação climática. “LoCAL é saúde” - Maria Pedro, distrito do Funhalouro Quarenta e dois a noventa e cinco quilômetros. Estas foram as distâncias percorridas pelos cidadãos da comunidade do Cupo, no distrito de Funhalouro, província de Inhambane, para aceder ao centro de saúde mais próximo.“Era quase proibido ficar doente”, diz Maria Pedro, de 32 anos, uma das mais de 3 mil beneficiárias do novo Centro de Saúde do Cupo inaugurado em 2022, com a presença da Primeira Dama de Moçambique.“Para conseguir atendimento médico, quem tinha dinheiro alugava burros e carroças para transportar familiares; As grávidas foram as que mais sofreram, mas os problemas da população acabaram, agora que temos um centro de saúde aqui mesmo no Cupo”, disse Maria Pedro com alegria.Mais de 30 clínicas de saúde e maternidades resilientes às alterações climáticas foram construídas com o apoio da LoCAL em Moçambique. “LoCAL é participação” – Carlos Cambula, distrito de Jangamo “Ouvir as preocupações da população e dar-lhes espaço para participar nos faz encontrar as soluções certas”, afirma Carlos Cambula, de 38 anos, Chefe da Localidade de Cumbana, no distrito de Jangamo, província de Inhambane.Carlos Cambula orgulha-se da forma como o conselho consultivo local tem a representação de toda a comunidade. ''Temos homens, mulheres, idosos, jovens, empresários, professores, enfermeiros, todos de diferentes estratos sociais e idades, escolhidos pelos próprios membros da comunidade”.Através de conselhos consultivos locais, os membros da comunidade decidem sobre os seus próprios investimentos resilientes ao clima. Primeiro, as comunidades locais são envolvidas naquilo que consideram ser as suas maiores necessidades, depois as propostas são encaminhadas às administrações locais e depois provinciais.“Aqui em Cumbana decidimos dar prioridade à água e ao saneamento; Mas para mim, como parte do governo local, ouvir as comunidades e promover a sua participação direta nos processos de governação são as melhores coisas com que a LoCAL nos tem apoiado", afirma Carlos. “LoCAL é infraestrutura” – Vitória António, distrito de Panda “Apesar de o novo bloco escolar não ter sido formalmente inaugurado, o impacto do apoio recebido é visível na motivação e na qualidade do ensino dos alunos desta escola”, afirma Vitória António, de 52 anos, Diretora da Escola Primária de Mobique, desde 2020.“As salas do novo bloco têm um quadro para colocar todas as informações, o ar entra com facilidade, a temperatura é mais amena e o aluno sai de casa limpo e volta limpo”. Isto contrasta fortemente com os antigos blocos escolares improvisados feitos de lama e folhas de alumínio como telhado sob temperaturas escaldantes médias de 32 graus Celsius.Os novos blocos escolares irão beneficiar mais de 1.000 alunos da comunidade de Mobique, distrito de Panda, província de Inhambane. “Agora todos os alunos têm a chance de construir o seu futuro através do acesso à educação”, afirma Vitória. “Como diretora da escola, fico muito emocionado ao ver essa nova infraestrutura na escola; Tenho certeza de que essas crianças terão um futuro melhor”. “LoCAL é paz” - Manuel*, Distrito de Machanga Desde muito jovem, Manuel* lutou pela Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) e viveu numa das suas bases na Serra da Gorongosa. Lá ele era conhecido como Periquito*. Na base, ele foi treinado, pegou em armas e trabalhou no campo com seus companheiros soldados. Agora, 43 anos depois, ele é um dos milhares de ex-combatentes da RENAMO que participam no processo de “desarmamento, desmobilização e reintegração” (DDR).Periquito* regressou ao seu local de origem, contribuindo para o desenvolvimento da sua comunidade através da sua participação no conselho consultivo local do seu distrito natal de Machanga, província de Sofala. Como parte do seu novo papel como membro do conselho consultivo local, Periquito*, juntamente com os seus pares, discute as prioridades locais da comunidade.“Primeiro votei nos poços de água, depois nos kits de sementes, depois no mercado de peixe e nas pontes de amarração dos pescadores”, diz Periquito*. Com o apoio do Programa de Desenvolvimento Local para a Consolidação da Paz (DELPAZ), que utiliza a metodologia do Mecanismo LoCAL, o desenvolvimento local desempenha um papel fundamental na consolidação da paz em Moçambique.Para Periquito* “a paz é uma coisa difícil de manter, depende de nós”. Através da metodologia LoCAL, ele acredita que a paz tem mais chances de sucesso. “É importante desenvolver toda a comunidade, ouvir toda a comunidade, reduzir e evitar injustiças e conflitos”, afirma.*O nome foi alterado. “LoCAL é criação de emprego” – Joaquim Domingos, distrito da Gorongosa Joaquim Domingos, de 30 anos, conseguiu o seu primeiro emprego formal no ano passado. Pai de dois filhos, sonha com os benefícios que a paz continuará a trazer à sua comunidade em Pungué, distrito da Gorongosa, Moçambique. Tal como outros que vivem no centro do país, ele espera que a paz traga escolas, hospitais, estradas e melhores empregos para todos na região.Joaquim trabalha agora na construção, construindo torres de sistema de água resilientes, estações de bombeamento e uma rede elétrica para a sua comunidade graças ao uso da metodologia LoCAL no Programa DELPAZ. Ao lado da família, ele comemora ter esta oportunidade como meio de subsistência e melhoria de acesso aos serviços públicos.“Tenho certeza que no futuro surgirão novos empregos e que meus filhos também terão emprego – tudo isso por causa desse projeto que veio com paz”, afirma Joaquim. “Garanto que meus filhos terão muito mais do que eu tive; A paz foi a melhor coisa que aconteceu a Pungué”, continua. “LoCAL é um futuro melhor para meus filhos” – Violeta Alexandre, distrito de Zavala Violeta Alexandre e o seu marido Pedro colhem legumes na sua machamba em Chivimbire, distrito de Zavala, província de Inhambane. Com o apoio da LoCAL, os membros da comunidade têm agora acesso a meios de subsistência resilientes através de apoio técnico e de um sistema de irrigação para as suas culturas.“Quando chego no campo, primeiro faço o transplante das mudas e depois ajudo meu marido ”, conta Violeta. Com as novas técnicas que aprendeu, sua produção triplicou. “Agora podemos cultivar salsa, pepino, coentro e outras culturas que não cultivávamos antes e que podemos vender no mercado”, continua ela.“Com as demonstrações de como tornar as refeições mais nutritivas, estou cozinhando alimentos mais saudáveis, nossos filhos estão se alimentando melhor, não adoecem com tanta frequência”, afirma. “Agora posso até poupar algum dinheiro que usarei para colocar os meus filhos na educação”.Com o apoio da LoCAL, os investimentos em meios de subsistência resilientes fortalecem as economias locais e os sistemas alimentares locais, tornando as comunidades mais saudáveis e sustentáveis. “LoCAL é água” - Adolfo Chivande, distrito de Chokwe Adolfo Chivande, líder local, posa orgulhosamente diante do sistema de abastecimento de água e dessalinização recentemente inaugurado na comunidade de Macaretane, distrito de Chokwe, província de Gaza, construído através da LoCAL com o apoio financeiro da Suécia.A comunidade está localizada em uma região semiárida afetada por uma grave seca. “Antes desse sistema de água, tudo o que conhecíamos era sofrimento”, comenta. “Quando não chovia, as pessoas da cidade principal vinham aqui vender-nos água a um preço elevado; Noutros casos, acabámos por ir para a beira da estrada onde existe um pequeno lago e, juntamente com os animais, usávamos a mesma água parada para beber’’.A infraestrutura do sistema de abastecimento de água foi inaugurada pouco antes do início da pandemia da COVID-19. “Sem esse acesso à água não conseguiríamos nem lavar as mãos, não teríamos conseguido enfrentar a pandemia”. “Agora nossos filhos não ficam doentes e não precisamos nos preocupar com água - Todo mundo tem torneira em casa”. “LoCAL é comunidade” - Bajulino Nhamavende, distrito de Zavala “Decidimos unir-nos como comunidade e criar esta associação de piscicultura, era um sonho nosso há muito tempo”, comentou Bajulino Nhamavende, de 29 anos. Tal como muitos jovens da comunidade de Quissico, Bajulino esperava uma oportunidade de subsistência. Com a decisão do conselho consultivo local de priorizar ferramentas e bens para a criação da associação comunitária, toda a comunidade pode agora olhar para o seu futuro com esperança.“Em 2023, conseguimos vender nosso pescado durante o ano inteiro, mesmo no período chuvoso”, diz Bajulino. A associação de piscicultura de Quissico vendeu cerca de 500kg de peixe por mês no ano passado. “Com os nossos lucros, estamos a investir dinheiro para melhorar as nossas vidas, ajudar os nossos filhos a ir à escola e a comprar material escolar, a pagar a energia e agora até comemos peixe regularmente, o que melhora a saúde dos nossos filhos”.Com oportunidades de subsistência reforçadas, os membros da comunidade vêem o valor de serem membros activos dos seus conselhos consultivos locais. “Eu era o representante da minha comunidade no conselho consultivo local e sugeri a todos que poderíamos investir na piscicultura”, lembra Bajulino. Através do LoCAL, os governos locais ouvem as vozes e necessidades das comunidades e provam que podem apoiar as suas populações através de um processo de tomada de decisão descentralizado concebido por moçambicanos para moçambicanos.
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História
24 abril 2024
Levando o registro de nascimento para comunidades isoladas
BEIRA, Moçambique - Manuel Caetano, 26 anos, recupera um pedaço de papel branco dobrado de uma caixa de lata no chão da sua casa. Ele o desdobra e revela um documento precioso: a certidão de nascimento de seu filho de dois anos.Nascido no campo de reassentamento de Bandua em 2021, Manuel Caetano Júnior não estava registrado, não tinha documentos e foi efetivamente invisível para o governo durante os seus primeiros dois anos. Sem prova legal de identidade, as crianças não são contabilizadas e não têm acesso aos serviços básicos. Eles oficialmente não existem.“Sem documentos, Manuel Júnior não consegue inscrever-se na escola nem aceder ao centro de saúde. Sem documentos é como se o meu filho não existisse”, afirma Manuel.Em Moçambique, apenas 49% das crianças menores de cinco anos têm certidão de nascimento. Poucos locais de registro, longas distâncias de viagem, elevados custos de transporte e taxas de registo tardias são apenas algumas das barreiras que as pessoas enfrentam para registar nascimentos.Sem um documento oficial, as crianças não podem ser tratadas em hospitais, frequentar a escola ou inscrever-se em programas sociais. Além disso, a falta de uma certidão de nascimento pode tornar a criança mais suscetível ao casamento precoce, à apatridia ou ao trabalho infantil.Quando documentos são perdidos ou danificados, pode ser difícil conseguir novos. Em 2019, o ciclone Idai destruiu os documentos de muitas famílias. As consequências caóticas do ciclone criaram desafios adicionais ao registo de nascimentos de recém-nascidos.O ciclone Idai, uma tempestade tropical de categoria 4, atingiu Moçambique no dia 14 de março de 2019. Trouxe ventos que atingiram os 167 quilómetros por hora e inundações que deixaram regiões inteiras da província de Sofala submersas. Manuel e a sua esposa cultivavam terras que ficavam directamente na trajectória do ciclone.“Durante o ciclone perdemos tudo”, diz Manuel. “O ciclone surpreendeu-nos e não estávamos preparados para isso. Nossa casa foi completamente destruída. Tudo na casa foi destruído ou perdido – comida, roupas, copos, pratos, documentos – tudo desapareceu. Até as mangas do nosso campo desapareceram. Ficamos apenas com as roupas que vestíamos”.Manuel e a sua família vivem no campo de reassentamento desde então. Quando Manuel Júnior nasceu em 2021, o registro de nascimento não era uma opção. Viajar para uma cidade distante para registar um recém-nascido era proibitivamente caro. Manuel Jr. foi privado de certidão de nascimento e permaneceu “oficialmente” invisível por algum tempo.“Então, num dia de Dezembro passado, disseram-nos que uma brigada móvel estaria aqui no acampamento para registrar as crianças e emitir documentos”, diz Manuel. “O menino foi registrado pela primeira vez. Recebemos novos números e novos documentos. No próximo ano pretendemos matricular o Manuel Júnior na escola e faremos isso com o documento dele”, contina.As brigadas móveis são grupos de funcionários públicos que viajam para comunidades remotas ou vulneráveis em todo Moçambique. Eles trazem serviços essenciais como o registo de nascimento a estas comunidades desfavorecidas, permitindo o registo de crianças e a emissão de certidões de nascimento. A posse de um documento oficial impactou imediatamente Manuel Júnior quando ele foi acometido de uma doença grave no início deste ano. Seu pai explica:“Precisávamos urgentemente levar Manuel Junior ao centro de saúde de Bangua. Ele tinha malária e estava muito doente. O documento permitiu-nos tratá-lo no centro de saúde e ele recuperou”.Com Manuel Júnior finalmente visível para o governo, ele poderia receber o tratamento vital de que precisava. Brigadas móveis estão a registar milhares de crianças em comunidades isoladas em todo o país e a ajudá-las a garantir os seus direitos mais fundamentais.O UNICEF treinou e equipou brigadas móveis da Conservatória do Registro Civil do Ministério da Justiça. As brigadas móveis representam apenas uma vertente dos esforços do UNICEF e dos seus parceiros para fortalecer o sistema de registo civil e estatísticas vitais de Moçambique.Como diz Manuel, “a brigada móvel tem sido muito útil porque os documentos são muito importantes para a comunidade no campo de reassentamento. Todos aqui têm seus documentos agora”.Com o generoso apoio do Governo do Canadá e do Governo da Noruega, o UNICEF apoiou o Governo de Moçambique na expansão do acesso através da abertura de 152 postos de registo civil em unidades de saúde, formação de técnicos de registo, digitalização do sistema de registo civil e actividades de sensibilização a nível comunitário.
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História
17 abril 2024
Quebrando Tabus e Construindo Resiliência: Cadria
PEMBA, Moçambique - Em Moçambique, onde o sector da construção é predominantemente dominado pelos homens, a história de Cadria Cassamo destaca-se por quebrar barreiras e desafiar os papéis de género.Aos 17 anos, Cadria, natural de Macomia, no norte de Cabo Delgado, mudou-se para a capital, Pemba, porque o seu tio se ofereceu para apoiar os seus estudos. A adaptação ao ambiente desconhecido trouxe medo e excitação. “No início fiquei assustada, mas também emocionada com a mudança; As pessoas me acolheram e fiz muitos amigos na escola, mas senti falta da minha família”, lembra Cadria.No entanto, a sua família teve de mudar-se abruptamente para Pemba devido ao agravamento do conflito que deslocou mais de 600.000 pessoas desde 2017. Com a sua família em Pemba, Cadria tornou-se mãe do pequeno Cail. Enquanto formavam um novo lar, o desafio do desemprego se aproximava. “Meu pai havia falecido, minha mãe e eu tínhamos que sustentar nossa família de seis pessoas, mas, como mulheres, encontrar um emprego formal foi um desafio”, explica Cadria. A sorte de Cadria mudou quando encontrou uma oportunidade de emprego como assistente de construção no seu próprio bairro, Mahate, como parte de um projecto da Organização Internacional para as Migrações (OIM) das Nações Unidas centrado na integração urbana sustentável de Pessoas Deslocadas Internamente (PDI).O projecto, que abrange infra-estruturas, meios de subsistência e actividades psicossociais, necessitava de assistência para a construção de uma lavandaria.“Quando me inscrevi, alguns vizinhos e parentes duvidaram da minha capacidade de trabalhar na construção civil sendo mulher; Embora inicialmente tenha pensado que seria um desafio, acreditei em mim mesma e, com dedicação e aprendizado, aqui estou”, conta Cadria.Cadria gerencia tarefas como misturar cimento e carregar pedras e areia. Embora algumas funções tenham sido inicialmente desafiadoras e exigissem força significativa, através de esforço e prática contínuos, Cadria e suas colegas agora podem realizar qualquer tarefa com facilidade, trazendo um sentimento de orgulho. "Ter mulheres na construção inspira e motiva outras pessoas", afirma Quina, colega de trabalho de Cadria. "Desde que comecei a trabalhar aqui, minhas amigas, vizinhas e familiares me perguntam como podem aderir também”, continua. A sua experiência serve como fonte de inspiração para as mulheres nas suas comunidades.Apesar dos tabus sociais, o canteiro de obras onde Cadria trabalha é um espaço seguro e com colegas que o apoiam."Estamos felizes por ter homens e mulheres em nossa equipe, não há cargos específicos para um gênero ou outro; Todos precisamos aprender e praticar para fazer algo bem", afirma Lucas Sairose, supervisor da unidade.Olhando para o futuro, Cadria prevê um futuro na construção. Ela aspira aprender mais e, eventualmente, tornar-se supervisora local, especialmente em projetos escolares, para contribuir com a educação das crianças. Abdul, colega de Cadria, partilha o seu entusiasmo sobre as aspirações de Cadria. "Ter uma supervisora mulher seria ótimo. Podemos aprender muito com as mulheres", ele comenta com entusiasmo.A jornada de Cadria exemplifica a força e a determinação das mulheres em ambientes desafiadores, e o seu sucesso abre caminho para que outras pessoas quebrem as normas de género e persigam os seus sonhos.Este projeto é implementado conjuntamente pela Organização Internacional para as Migrações (OIM) e pelo Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat) graças ao generoso apoio do Governo do Canadá.
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História
04 abril 2024
ONU apoia resposta à nova onda de deslocamento no norte, à medida que as mudanças climáticas causam estragos no sul
MAPUTO, Moçambique - Condições meteorológicas extremas assolam Moçambique ciclicamente, um dos países mais propensos a desastres climáticos do mundo. Há cinco anos, o mortal e devastador ciclone Idai atingiu o país e, no ano passado, foi a vez do ciclone Freddy, que causou destruição em toda a África Austral.No mês passado, a tempestade tropical Filipo passou por Moçambique, causando estragos nas regiões centro e sul de Inhambane, Gaza, Maputo e Sofala. Ventos fortes e chuvas torrenciais causaram estragos, inundações generalizadas e deixaram um rasto de destruição, incluindo danos em casas, meios de subsistência e infra-estruturas essenciais. Cerca de 48 mil pessoas foram afetadas, com 10 mil casas total ou parcialmente destruídas, juntamente com escolas, centros de saúde e linhas de energia – 100 mil pessoas ficaram sem eletricidade.“O telhado inteiro foi arrancado; foi quando corri para buscar meu filho”, conta Inocência Fernando, moradora de uma das áreas afetadas. “Perdi meus coqueiros, cajueiros, minhas roupas voaram e não nem sei onde foram parar as telhas". Ao mesmo tempo o IPC (o padrão global para medir a insegurança alimentar) indicou 3,3 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar entre novembro e março passados, contribuindo para o impacto extremo da tempestade Filipo na vida das pessoas. “As Nações Unidas apoiam o Governo na respota à tempestade Filipo”, afirmou a Dra. Catherine Sozi, Coordenadora Residente das Nações Unidas e Coordenadora Humanitária para Moçambique. “As entidades da ONU estão a trabalhar em estreita colaboração com instituições nacionais, equipando as pessoas com tendas, kits de higiene e alimentos”, continuou a Dra. Catherine.Uma estranha boa notícia é que, pelo menos na província de Gaza, os efeitos de Filipo foram, em certa medida, atenuados pelas suas planícies atingidas pela seca – obra do fenómeno climático El Niño, que, estranhamente, acabou por ser uma espécie de protecção contra o chuvas fortes. “Devido à seca, o solo absorveu as águas e não houve inundações”, afirmou a Dra. Sozi enquanto acompanhava a Coordenadora da Resposta ao El Niño das Nações Unidas, Reena Ghelan, de visita oficial a Moçambique.“Apresento minha solidariedade para com os moçambicanos e reforço a importância de aprendermos com as experiências de resposta aos eventos climáticos extremos anteriores para previnirmos eventos similares de acontecerem no futuro”, afirmou Reena Ghelan. A Organização Meteorológica Mundial declarou o início das condições de El Niño no Oceano Pacífico pela primeira vez em sete anos, o que intensifica o risco de aumento das temperaturas globais e condições climáticas extremas. Deslocados pelo conflitoEmbora Filipo, felizmente, não tenha sido considerado um ciclone, colocou em destaque os enormes desafios que a ONU enfrenta em Moçambique para apoiar o governo, especialmente no norte.Após os ataques entre dezembro e 3 de março, 113.000 pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas pelas violência em Cabo Delgado, a maior onda de deslocamentos desde o início do conflito em 2017. Crianças e mulheres representam 62% e 23% dos novos deslocados. Sob a liderança da Dra. Catherine Sozi, Chefe da ONU Moçambique, as Nações Unidas e os parceiros estão a trabalhar com as comunidades e a sociedade civil, em apoio ao governo, para fornecer assistência humanitária e apoio a soluções para mais de 700.000 pessoas deslocadas internamente, incluindo estes novos 113.000, e para mais de 600.000 pessoas que já regressaram aos seus locais de origem no norte de Moçambique.A vulnerabilidade destas centenas de milhares de pessoas deslocadas e daquelas que agora retornam às suas casas, que continuam a depender da assistência humanitária para sobreviver, não pode ser subestimada. Aqueles que regressam a casa continuam a precisar de apoio para reconstruir as suas vidas e meios de subsistência, levar os seus filhos de volta à escola e ter acesso à documentação legal.“Apesar da complexidade do contexto, Moçambique está corajosamente a abrir caminho para soluções de longo prazo para milhares de famílias deslocadas”, afirmou a Dra. Sozi. Para melhorar a eficiência, a coerência e a complementaridade da assistência humanitária com as intervenções de recuperação e desenvolvimento, a Dr. Sozi está a liderar esforços para reforçar a participação, liderança, capacidade e financiamento de ONG locais e nacionais, tanto na resposta humanitária como nos esforços de desenvolvimento.“Precisamos de olhar para além da ajuda humanitária e reforçar o investimento no desenvolvimento do país – para criar condições para uma paz duradoura e um futuro viável para os deslocados e as suas famílias anfitriãs”, ela continuou.É necessário mais financiamento em 2024 para proteger e promover soluções para famílias deslocadas e repatriados.O apelo humanitário de Moçambique para 2024, de US$ 413,4 milhões, apenas recebeu 5,5% dos recursos necessários. É também preciso mais financiamento para os esforços de desenvolvimento para além da complexa crise, para que os moçambicanos possam reconstruir as suas vidas.
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História
28 março 2024
"Não estamos só a receber comida; estamos a reconstruir nossas vidas"
MAPUTO, Moçambique - Imagine isso: Palma, uma cidade outrora cheia de vida na província moçambicana de Cabo Delgado, de repente lançada ao holofote global por um motivo triste. No início de 2021, a tranquilidade de Palma foi interrompida por violentos ataques de Grupos Armados Não Estatais. Em questão de semanas, mais de 30.000 pessoas fugiram aterrorizadas, buscando refúgio em outras partes de Moçambique, com inúmeros outros continuando a fugir da violência em curso. No total, o conflito deslocou mais de um milhão de pessoas dentro e além das fronteiras da província de Cabo Delgado, deixando um rastro de tristeza e tumulto (IOM DTM).Avançando até hoje, sinais de esperança brilham entre as sombras do desespero. Relatos sugerem que Palma está lentamente recuperando sua vivacidade, com famílias corajosas se aventurando para reconstruir o que foi despedaçado, com o forte apoio das Nações Unidas e comunidade internacional às pessoas e instituições nacionais. Até dezembro do ano passado (segundo dados da IOM DTM), mais de 120.000 indivíduos resilientes retornaram a Palma.No entanto, o caminho para a recuperação está repleto de desafios. Novas ondas de violência em conjunto com a infraestrutura básica fragilizada e os meios de subsistência destruídos. Para as pessoas que retornam voluntariamente aos seus lugares de origem, a necessidade de apoio alimentar é mais fundamental do que nunca, assim como ajudá-los na reconstrução de suas vidas. Itade Juma, de 24 anos, ao lado de seu bebê de um ano, Ngamo Semane, seus outros dois filhos e seu marido, tomou a corajosa decisão de retornar à sua cidade natal, Palma, em meados de 2023, impulsionada por condições melhoradas."Fugimos desesperadamente, a pé, para Quitunda [uma jornada de mais de 30 quilômetros] quando os ataques começaram em 2021", lembrou Itade. "A vida lá em Quitunda era uma luta constante; não tínhamos nada, nada, em nosso nome; mas quando ouvimos histórias de melhoria das condições, sabíamos que tínhamos que retornar a Palma, onde estão nossas raízes; embora nossa terra permaneça aqui, tudo o mais foi destruído".Durante seu deslocamento, a família de Itade foi registrada pelo Programa Mundial para a Alimentação (PMA) das Nações Unidas para ter acesso à assistência alimentar de emergência. Agora, de volta à sua terra natal, eles continuam recebendo esse auxílio vital enquanto suas plantações começam a criar raízes. Enquanto isso, tanto Itade quanto seu marido estão a buscar ativamente oportunidades de emprego para fortalecer ainda sua renda familiar."Já colhemos a mandioca que cresceu em nossos campos. Tudo o que comi hoje foi mandioca e chá, mas agora espero comprar alimentos diferentes com a senha de valor que estou recebendo hoje do PMA", comenta Itade.No coração da Comunidade de Liwayamba, no bairro de Barabarane, Itade e muitos outros recebem senhas de valor que devem ser trocadas por produtos alimentares, ajudando-os a reconstruir suas vidas, uma refeição de cada vez.Com o apoio da União Europeia, canalizado através de sua Direção-Geral de Proteção Civil e Operações de Ajuda Humanitária Europeia (DG ECHO), o PMA conseguiu fornecer assistência alimentar a 400.000 pessoas afetadas pelo conflito nos últimos seis meses. A maioria desses beneficiários eram retornados que receberam transferências baseadas em dinheiro do PMA, na forma de senhas de valor, que podem ser resgatados por uma grande variedade de itens alimentares em mercados locais registrados."As senhas de valor fornecem às famílias uma grande variedade de itens alimentares para complementar suas dietas com os alimentos que eles veem cultivando em suas machambas, por exemplo", disse Antonella D'Aprile, Diretora Nacional do PMA em Moçambique. "Além disso, envolver retalhistas locais contribui para a regeneração dos mercados locais nos distritos de retorno afetados pelo conflito", continuou Antonella D'Aprile. "Somos gratos à União Europeia por permitir que o PMA apoie os retornados na reconstrução de suas vidas e no desenvolvimento de suas comunidades originais. Além do sustento, esses vales simbolizam resiliência", afirmou a Diretora Nacional do PMA.Enquanto Itade se dirige a sua loja local de preferência, o fardo da incerteza se levanta momentaneamente de seus ombros. Com cuidadosa consideração, ela seleciona os itens essenciais que sustentarão sua família pelo próximo mês. Itade opta por dois sacos de arroz, além de óleo e açúcar."Essa comida vai durar 30 dias em nossa casa", disse, segurando suas provisões com firmeza. "Estou feliz e grata por poder fornecer mais sustento à minha família. Não é só comida, estamos reconstruindo nossas vidas com este apoio".O Programa Mundial para a Alimentação das Nações Unidas é a maior organização humanitária do mundo que salva-vidas em situações de emergência, e utiliza a assistência alimentar para construir um caminho para a paz, a estabilidade e a prosperidade das pessoas que recuperam de conflitos, desastres e do impacto das mudanças climáticas.Em Moçambique US$ 68 milhões pelos próximos seis meses são necessários para o PMA continuar a apoiar as pessoas mais vulneraveis do país.
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História
23 setembro 2025
"ONU ajuda a garantir equilíbrio entre países grandes e pequenos"
NOVA IORQUE, EUA - Moçambique traz uma mensagem de renovação às Nações Unidas, neste momento em que a organização completa 80 anos. Já o país africano celebra o 50º aniversário desde sua independência de Portugal.O país está sendo representado no Debate Geral das Nações Unidas pelo seu novo presidente, Daniel Chapo. Nesta primeira entrevista à ONU News, desde que assumiu o posto, ele disse que a ONU segue sendo indispensável para um mundo mais próspero e justo para todos. Semente para a juventude“E não tem como desenvolver sem ter paz e segurança e não estar dentro deste grande órgão que toma grandes decisões sobre estes aspectos a nível do mundo. Portanto, esta é a grande mensagem que queria deixar para a juventude. Pensarmos numa ONU no futuro. O engenheiro António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, já lançou uma semente. Cabe a nós regá-la, acarinhá-la para crescer e termos, portanto, uma ONU do futuro”.Chapo chega à ONU, após uma onda de violência em seu próprio país depois das eleições presidenciais. Houve protestos de rua e até mortes. O novo chefe de Estado também herdou uma situação de conflito na província de Cabo Delgado, uma área rica em recursos naturais, no norte de Moçambique, que está sendo alvo de extremistas islâmicos e grupos armados não-estatais desde 2017. Terrorismo em Cabo Delgado“Realmente em Cabo Delgado, norte da província de Cabo Delgado, principalmente, temos descoberta de recursos naturais, principalmente o gás. Temos três empresas, mas quatro projetos. Com a Eni que é italiana, tempos dois projetos Coral Sul e Coral Norte. Os dois estão orçados em cerca de US$ 14 bilhões. Tempos um projeto com a Total que é francesa, cerca de US$ 15 bilhões. E um outro projeto liderado pela americana Exxon de cerca de US$ 20 bilhões. Portanto os três projetos fazem cerca de US$ 150 bilhões, mas infelizmente, desde 2017 que estamos a ter ataques terroristas”.O presidente disse que o apoio de forças africanas regionais com alguns países têm ajudado a controlar a situação, mas “ataques esporádicos” ainda ocorrem. Numa outra frente política, ele lançou um diálogo nacional para promover reconciliação e mais entendimentos em todos os estratos da sociedade moçambicana. Desastres naturaisEm 2019, Moçambique foi atingido por dois ciclones em um mês: Idai e Kenneth. A partir daí, o país tem sofrido com desastres naturais, que assolam regiões inteiras deixando milhares de desabrigados. Este é um tema que o presidente está levando a cabo com o governo para que a esfera de alertas precoces se alastre por todo o território nacional.Ao falar da mensagem que deve levar para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática, COP30, Daniel Chapo, defendeu que os países que poluem mais precisam contribuir mais para a ação climática. E para ele, a ONU é o fórum ideal para esse diálogo. Justiça global“Quando realmente não há este fórum de comunicação multilateral e passamos para apenas comunicações bilaterais, o que acontece é que depois há aquele jogo dos mais fortes e os mais fracos. Em função disso, há realmente reuniões em que se tomam grandes decisões, mas depois não se cumprem. Mas quando organizações multilaterais desta dimensão, achamos que é muito importante depois dar seguimento e passarmos não só da palavra para a ação. O financiamento climático está a acontecer. Nós, há duas semanas, com Moçambique aprovamos uma estratégia de financiamento climático, a nível do Conselho de Ministros, mas temos que sair da palavra para ação e sobretudo fazermos a justiça global nesse aspecto associado com a mudança climática e as suas consequências”.Um dos temas da 80ª. Sessão da Assembleia Geral este ano é o Primeiro Diálogo Global sobre Governança da Inteligência Artificial. Para o secretário-geral da ONU, é preciso assegurar que os seres humanos estejam no centro das políticas sobre inteligência artificial para que a nova tecnologia seja usada para o bem. Redes sociaisChapo que investe nas redes sociais como uma das vertentes de comunicação e informação do seu próprio governo diz que é preciso ser consequente com o trato da informação tanto para quem divulga como para quem recebe.“Como se sabe, as redes sociais, elas trazem tudo incluindo os famosos fake news, mas também a questão relacionada com manipulações em termos de informação e conteúdo. E com a inteligência artificial, a situação piorou de vez, em todo o planeta Terra. Daí que acho que é extremamente importante a manutenção de órgãos tradicionais como este caso da ONU News. Quando nós estamos em órgãos como esse, as pessoas sabem muito que bem que esta notícia, esta informação, esta entrevista é real e é verdadeira”.Daniel Chapo chega ao poder como um dos estadistas mais jovens do continente africano e representando uma faixa eleitoral que exige mudanças. Para ele, esse também deve ser o rumo a tomar quando se trata da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Cplp. CplpO bloco, que faz 30 anos em 2026, deve ser mais comercial para gerar riqueza e influência política para seus cidadãos. E isso passa por mobilidade para que qualquer lusófono possa trabalhar e viver livremente dentro desse espaço geográfico, que inclui os quatro cantos do globo.Daniel Chapo foi claro: a Cplp tem que investir mais em negócios ao mesmo tempo que faz concertação diplomática e promove a língua em comum.Moçambique é o terceiro país de língua portuguesa a discursar na ONU no primeiro dia do Debate Geral. O presidente Daniel Chapo será seguido pelos chefes de Estado e Governo de Angola, Guiné-Bissau, Timor-Leste e São Tomé e Príncipe.
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História
19 setembro 2025
Guterres pede que líderes “virem o jogo” diante de crises globais
NOVA IORQUE, EUA - O secretário-geral da ONU, António Guterres, fez um apelo aos líderes mundiais, na véspera da Semana de Alto Nível da Assembleia Geral das Nações Unidas, pedindo “ação urgente e coordenada”.O chefe das Nações Unidas afirma que a humanidade enfrenta uma crise global, com “conflitos se multiplicando em um contexto em que as divisões geopolíticas não permitem enfrentá-los de forma eficaz”. Sentimento de impunidadeEm entrevista à ONU News, ele ressaltou que “há um sentimento de impunidade, de que cada país acredita que pode fazer o que quiser”.Por outro lado, Guterres destacou que nações em desenvolvimento enfrentam enormes dificuldades. Muitos estão se “afogando em dívidas”, sem acesso ao financiamento de que necessitam para recuperar suas economias. Nesse contexto, a desigualdade está crescendo. Cooperação global é essencialO secretário-geral destacou os múltiplos esforços da ONU para mobilizar a cooperação internacional.Ele lembrou que “a mudança climática ainda não está sob controle” e que vários sinais indicam que será muito difícil manter o objetivo central de limitar o aquecimento global a menos de 1,5° Celsius. A meta foi estabelecida no Acordo de Paris de 2015 sobre Mudança do Clima.Ele também advertiu que, embora tecnologias de ponta como a inteligência artificial ofereçam promessas, elas podem ampliar a polarização e o discurso de ódio. Por isso, defendeu que a governança deve “assegurar que a agência humana seja preservada e que estas ferramentas se tornem uma força para o bem”.Guterres afirmou que o evento na próxima semana deve resultar em compromissos concretos em áreas-chave, como redução das emissões de carbono, reforma financeira internacional e fortalecimento do multilateralismo.Ele apelou aos líderes para que “virem o jogo” e aceitem reformas na arquitetura financeira internacional em favor de maior justiça e igualdade. Foco no Oriente MédioPaz e segurança também estarão no centro das discussões. O secretário-geral disse esperar apoio claro à solução de dois Estados para encerrar o conflito entre israelenses e palestinos, além de medidas imediatas para enfrentar a crise humanitária em Gaza.Guterres enfatizou que “o massacre que está acontecendo em Gaza precisa acabar”, com um cessar-fogo imediato e com a libertação imediata de todos os reféns.Ele chamou a atenção para o Sudão e outros “conflitos esquecidos”, pedindo ação unificada do Conselho de Segurança para evitar mais sofrimento. Ação climática jáO secretário-geral reafirmou que seu compromisso com a luta contra a mudança climática por meio de ações urgentes permanece “inabalável”.Ele afirmou que “cada Estado-membro deve apresentar um novo plano climático que traga uma redução dramática das emissões para evitar a irreversibilidade que levaria a um desastre de proporções enormes para pessoas em todo o mundo”.O líder da ONU ressaltou que os países mais vulneráveis, incluindo pequenos Estados insulares em desenvolvimento e nações africanas, enfrentam riscos “desproporcionais”. “Estou determinado”Em tom pessoal, o secretário-geral rejeitou qualquer ideia de desespero.Guterres declarou que não se considera “nem otimista nem pessimista, mas sim determinado”.Para ele, o momento é de “construir esperança e nunca desistir até que os objetivos sejam alcançados”.O Debate Geral com líderes internacionais começa neste 23 de setembro, na Assembleia Geral, em Nova Iorque. O primeiro chefe de Estado a discursar é o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva.
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História
26 agosto 2025
Costura: Nova Ferramenta na Luta pela Paz Interior
MAPUTO, Moçambique - Quando a violência começou em Quissanga, na província moçambicana de Cabo Delgado, Nrúria Amade entendeu que tinha de sair dali. “Sentia-me tranquilo a trabalhar na minha machamba [pequena plantação tradicional]”, recorda-se. "Mas quando os ataques começaram, tudo mudou. As casas foram queimadas, as pessoas fugiram e as que tentaram voltar foram novamente atacadas. Foi nessa altura que eu saí, sem nada".Desde 2017, Cabo Delgado tem vivido um conflito que já deslocou mais de um milhão de pessoas. Grupos armados não estatais atacaram aldeias e cidades, obrigando homens como Nrúria e a sua família a fugir várias vezes. Para além da perda de casas e de meios de subsistência, o conflito deixou cicatrizes psicológicas. O medo, o luto e a insegurança contínua tornaram-se uma realidade diária para muitos. No distrito de Metuge, em Cabo Delgado, a Organização Internacional para as Migrações (OIM) tem disponibilizado apoio psicossocial e de saúde mental tanto às pessoas deslocadas como às comunidades acolhedoras através de diferentes iniciativas.Um desses esforços é um projeto de costura e alfaiataria no Centro de Reassentamento de Nicavaco, organizado pelo programa de Proteção e Apoio Psicossocial e à Saúde Mental da OIM. Esta iniciativa começou quando a OIM disponibilizou máquinas de costura e materiais a uma associação de homens recém-criada na comunidade.O objetivo era criar um espaço onde os membros pudessem encontrar-se, partilhar experiências, aliviar o estresse e criar uma nova fonte de rendimento através da costura, depois de terem perdido os seus negócios e meios de subsistência anteriores.Celestino Pius, um dos fundadores, fugiu da violência em Muidumbe com os sete membros de sua família. Nunca imaginou a possibilidade de viver em Metuge, mas as máquinas de costura disponibilizadas permitiram-lhe fazer e reparar roupas para a comunidade, proporcionando-lhe um rendimento, e restaurando o seu propósito e sentimento de pertença. “Antes do projeto, nem sequer podíamos comprar produtos básicos”, acrescenta. "Agora, ao costurar e vender uniformes, podemos gerir pequenas despesas. A vida mudou para melhor". Tiago, o filho de Celestino, vai para a escola vestido com o uniforme feito pelo seu próprio pai.Pouco depois, o grupo de homens começou a coser uniformes escolares para 65 crianças deslocadas internamente identificadas pela equipa de campo da OIM com dificuldades de frequentar a escola. Muitas tinham perdido os seus pertences e documentos durante o conflito em Cabo Delgado e o impacto do ciclone Chido em dezembro de 2024.A OIM apoiou e encaminhou as crianças para a matrícula escolar, providenciou materiais e a nova associação costurou uniformes que lhes permitiram retornar às aulas. Para pais como Awa Said, deslocada de Mocímboa da Praia em 2019, o impacto foi imediato. “Aqui, se uma criança não tiver um uniforme adequado, não pode ir à escola”, explica. “Agora a minha filha pode ir e pelo menos aprender a escrever o seu nome”, continua Awa.A sua filha Nhamo está entre as crianças deslocadas que receberam uniformes feitos pela associação. Ela gosta de matemática e quer ser uma motorista quando crescer. A associação é uma iniciativa de subsistência e um espaço de ligação.Os membros ensinam uns aos outros novas técnicas, partilham preocupações e experiências, apoiam-se mutuamente e aprendem mais sobre saúde mental, respeito e como garantir que todos se sintam seguros, e como obter ajuda caso alguém cometa algum abuso de poder.Nrúria, que aprendeu a costurar com o seu irmão mais velho quando era criança, diz que estes momentos são tão valiosos como os rendimentos."Quando trabalhamos juntos, falamos sobre o que nos vai na alma. Isso ajuda", comenta Nrúria. A história do grupo reflete uma realidade mais ampla em Cabo Delgado. A exposição à violência, as deslocações recorrentes e a incerteza contribuíram para o aumento das necessidades de saúde mental e de apoio psicossocial.Os atores humanitários e de desenvolvimento, incluindo a OIM, estão a aumentar o apoio psicossocial de base comunitária para responder a estas necessidades, mas a magnitude da crise continua a sobrecarregar os serviços disponíveis.Em 2025, mais de 20.000 pessoas foram alcançadas em Metuge, através do suporte da OIM e do programa de Protecção e Apoio Psicossocial e à Saúde Mental da OIM.Para Celestino e outros em Nicavaco, o progresso mede-se pelo rendimento obtido e pela paz de espírito recuperada. "Passámos por muita coisa. Não sei o porquê de toda esta violência", diz ele. “Mas agora estamos aqui e estamos caminhando em frente”, afirma Celestino.
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História
22 agosto 2025
“Erradicar a exploração e o abuso sexuais é um imperativo moral”
MAPUTO, Moçambique - O Senhor Christian Saunders, Subsecretário-Geral e Coordenador Especial para o Aprimoramento da Resposta das Nações Unidas à Exploração e ao Abuso Sexuais, concluiu hoje uma visita oficial a Moçambique, realizada entre 17 e 22 de agosto.A missão reforçou o compromisso conjunto do Governo de Moçambique e das Nações Unidas na proteção da dignidade, dos direitos humanos e da segurança de todas as pessoas, em particular das mais vulneráveis. “Estou aqui para ouvir as comunidades, para compreender os desafios e para garantir que a ONU continua a fazer tudo o que estiver ao seu alcance para prevenir e responder a qualquer forma de exploração e abuso sexuais”, afirmou o Subsecretário-Geral.Durante os seis dias de visita, o Senhor Saunders se reuniu com autoridades nacionais, representantes da sociedade civil, parceiros de cooperação, bem como com entidades humanitárias e de desenvolvimento das Nações Unidas. Em Maputo e em Cabo Delgado, manteve encontros com pessoas afetadas por conflito e eventos climáticos extremos. “As vozes das vítimas e sobreviventes devem estar no centro da nossa ação coletiva. Elas não podem ser esquecidas nem silenciadas”, sublinhou Christian Saunders. A visita destacou os esforços em curso para reforçar mecanismos de prevenção, de denúncia e de prestação de contas em Moçambique. Para a Dra. Catherine Sozi, Coordenadora Residente da ONU e Coordenadora Humanitária para Moçambique, a missão foi uma oportunidade de continuar o "engajamento com o governo, com as comunidades, com mulheres e homens, com pessoas com deficiência, com crianças, com jovens e idosos, para reforçar e passar a mensagem de que não há lugar para a exploração e abuso sexuais". "Há uma compreensão das pessoas de que não podemos fazer mal, uma compreensão de que o governo deve assumir a liderança, uma compreensão de que a legislação não deve apenas ser forte, mas também implementada, e que realmente não há espaço para exploração e abuso sexuais em nenhuma comunidade, nem aqui em Moçambique, nem em nenhum lugar do mundo" - afirmou a Dra. Sozi, Chefe da ONU em Moçambique. Entre as áreas priorizadas durante a missão estiveram o fortalecimento de canais seguros e confidenciais para denúncias, a formação de profissionais que atuam em contextos de emergência e o apoio às instituições nacionais na implementação de políticas de tolerância zero contra a exploração e o abuso sexuais. “O Governo e as Nações Unidas em Moçambique já deram passos importantes, mas precisamos garantir que as medidas de prevenção e resposta são consistentes, eficazes e sustentáveis”, afirmou o Subsecretário-Geral da ONU sobre os progressos alcançados até ao momento no país.Desde 2017, Cabo Delgado tem vivido uma complexa crise causada por conflito e eventos climáticos extremos que já deslocou mais de um milhão de pessoas. A proteção das comunidades e a garantia de respostas humanitárias seguras continuam a ser prioridades centrais do trabalho da ONU. “Erradicar a exploração e o abuso sexuais não é apenas uma obrigação institucional, é um imperativo moral. Todos temos a responsabilidade de proteger os mais vulneráveis”, concluiu o Senhor Saunders.
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História
19 agosto 2025
Trabalhadores Humanitários em Moçambique Mostram Resiliência em meio a Crises
MAPUTO, Moçambique - A ONU assinala o Dia Mundial Humanitário neste 19 de agosto.Moçambique, como outros países, enfrenta desafios com corte de verbas e aumento da urgência de uma resposta rápida e eficaz de assistência humanitário. Compaixão é chaveJemina Manhiça faz parte da equipe do Programa Mundial para a Alimentação desde 2019. Atualmente, trabalha no distrito de Chemba, na província de Sofala.Ela atuou em várias missões onde prestou apoio humanitário para salvar vidas."Ser trabalhadora humanitária é abrir mão de certas coisas na vida em detrimento de ajudar o próximo". Para ela, "é preciso ter compaixão, e se doar para ver o bem das pessoas". Pomares após cicloneEm conversa com a ONU News em Maputo, a propósito do Dia Mundial Humanitário, ela citou com emoção a experiência após o ciclone Idai.“Havia famílias que tinham perdido vontade de recomeçar as suas vidas, de ser resilientes. Lá, eu fui sensibilizando, dando maior apoio e as pessoas foram retomando as suas atividades fazendo o mais comum, a agricultura... fizeram alguns pomares que até hoje essas coisas estão lá, as pessoas ainda estão a usar. Sempre que alguém vai para lá, perguntam por mim, onde está aquela senhora que nos levantou, nós que já não tínhamos vontade, e hoje estamos aqui, sabemos que temos que fazer por nós...se nós não fizermos ninguém fará”. Sonho realizadoAtualmente, Jemina Manhiça sente-se realizada.O ciclone Idai atingiu Moçambique e os vizinhos Malawi e Zimbabué, em março de 2019, destruindo estradas, pontes, hospitais, escolas, casas e plantações.Especialistas citam um dos piores desastres naturais no Hemisfério Sul. Em Moçambique, o epicentro foi a província de Sofala. Ventos fortes e abrigoEm situações de crise, as entidades das Nações Unidas e parceiros têm apoiado o governo na intervenção para obtenção de uma resposta rápida e eficaz.O especialista de emergência do Unicef em Moçambique, Cláudio Julaia, também participou em várias missões humanitárias (2019-2025), contudo optou por narrar a passagem do ciclone Freddy que destruiu quase tudo na província da Zambézia.“O ciclone Freddy foi marcante por causa da intensidade dos ventos que se fizeram sentir e também a intensidade da chuva que o ciclone trouxe e afetou particularmente a população, mas especificamente as crianças... porque um dos impactos diretos foi a destruição parcial e total das casas destas famílias que se encontravam já numa situação vulnerável. Isso obrigou-lhes a se abrigarem em centros de abrigo temporário, muitos deles eram escolas”. Investimento salva vidasO especialista de emergência do Unicef apela o investimento na familiarização do risco e na questão do aviso prévio, o que poderá ajudar a salvar vidas.“É importante que as mensagens difundidas e disseminadas através de vários canais tenham que ser mensagens assertivas para que permitam que a população assim como as crianças que recebam estas mensagens saibam o que fazer. ...e isso vai ajudar bastante, primeiro a salvar vidas, mas também a se prepararem melhor. A questão de reposicionamento de meios e bens em locais estratégicos e de difícil acesso para que possam permitir uma resposta mais adequada e assertiva”.No âmbito da reconstrução pós-ciclones ou crises climáticas, o Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos, ONU-Habitat, desempenha um papel crucial na reconstrução resiliente de comunidades, com foco em infraestruturas de saúde, escolas e habitação. Padrões de resiliênciaEdson Pereira é o Chefe do Subescritório para região norte da ONU-Habitat em Moçambique. A agência apoia na transição para o desenvolvimento, recuperação rápida das comunidades, com os meios e conhecimento que tem.A sua experiência destaca a visita efetuada após a passagem do ciclone Chido que devastou as províncias de Cabo Delgado, Nampula e Niassa.“Vimos muitas das escolas que foram construídas com aquelas medidas de resiliência que ONU-Habitat apoiou ao governo a alcançar. Aquele tipo de intervenção teve um impacto positivo a nível das comunidades, serviu de abrigo pós-desastre, mas também serviu para apoiar outros serviços, como por exemplo serviços de saúde para funcionar durante a emergência. Conseguimos ver a Escola Primária de Natuco em Mecufi que serviu de abrigo pós-ciclone para as comunidades, mas também serviu como centro de distribuição de alimentos para própria comunidade”. Resiliência e segurançaEm Moçambique, o ONU-Habitat também implementou projetos para melhorar a segurança e a resiliência das habitações, reduzindo a vulnerabilidade das comunidades locais a ciclones e outros desastres.O governo moçambicano, através do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres, Ingd, lançou em abril do corrente ano, o Plano de Ação Nacional para a operacionalização da Política e Estratégia de Gestão de Deslocados Internos a ser executado ao longo dos próximos cinco anos.O Dia Mundial Humanitário foi criado pela ONU em homenagem aos 22 funcionários da organização mortos num ataque terrorista em Bagdá, em 19 de agosto de 2003. Dentre os mortos, estava o chefe da Missão, o brasileiro Sérgio Vieira de Mello.
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Comunicado de Imprensa
21 setembro 2025
Mensagem do Secretário-Geral por ocasião do Dia Internacional da Paz
NOVA IORQUE, EUA - Nosso mundo em guerra clama por paz.O Dia Internacional da Paz deste ano exorta cada um de nós a dar voz a esse chamado.Em todo o mundo, vidas estão sendo dilaceradas, infâncias extintas e a dignidade humana básica descartada, em meio à crueldade e à degradação da guerra.Estamos presenciando uma explosão de conflitos.O direito internacional é desrespeitado.E um número recorde de pessoas fugindo de suas casas.Tudo o que eles querem é paz.A paz é um assunto de todos. Os impactos da guerra se espalham pelo mundo.Devemos silenciar as armas. Acabar com o sofrimento. Construir pontes. E criar estabilidade e prosperidade.O desenvolvimento sustentável apoia a paz – nove dos dez países que mais lutam pelo desenvolvimento estão em conflito.E devemos reprimir o racismo, a desumanização e a desinformação que jogam lenha na fogueira do conflito.Em vez disso, devemos falar a linguagem do respeito, abrir nossos corações aos outros.E usar nossa influência para lutar pela paz.Onde há paz, há esperança.Famílias se unem, comunidades se reconstroem, crianças aprendem e brincam.A paz não pode esperar – nosso trabalho começa agora.
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Comunicado de Imprensa
20 setembro 2025
Readout da Reunião do Secretário-Geral com Sua Excelência o Presidente da República de Moçambique, Sr. Daniel Francisco Chapo.
NOVA IORQUE, EUA - O Secretário-Geral se reuniu com Sua Excelência o Presidente da República de Moçambique, Sr. Daniel Francisco Chapo. Eles discutiram os desenvolvimentos no país, incluindo a situação humanitária e de segurança na Província de Cabo Delgado. O Secretário-Geral reafirmou o compromisso das Nações Unidas em apoiar Moçambique na obtenção de paz duradoura, segurança e desenvolvimento sustentável.
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Comunicado de Imprensa
18 setembro 2025
Impulsionadas pela energia da juventude, as Nações Unidas revelam nova campanha de mobilização pela paz
Nova Iorque, EUA — Da ação popular ao impacto global, uma nova campanha a ser lançada no Dia Internacional da Paz, 21 de setembro, pelas Nações Unidas aproveitará o poder da juventude para trazer à tona soluções urgentes, muitas vezes esquecidas, para os crescentes desafios da atualidade. Diante de um mundo cada vez mais polarizado e testemunhando crescentes conflitos, divisões e erosão da confiança nas instituições, a necessidade de um diálogo inclusivo nunca foi tão urgente.Os jovens lideram o apelo pela paz — não como um ideal distante, mas como uma demanda diária. Cinquenta por cento da população mundial tem menos de 30 anos. Eles são construtores da paz, mediadores, educadores, mantenedores da paz, ativistas, voluntários e inovadores. Eles são a geração que tem o maior interesse em nosso futuro comum. No entanto, com muita frequência, são excluídos dos espaços onde as decisões são tomadas e as soluções são moldadas. Apenas 2,8% dos parlamentares têm 30 anos ou menos. Mais de 260 milhões de jovens não têm emprego, educação ou formação, dois terços dos quais são mulheres. Estudos revelam uma profunda "lacuna de confiança": os jovens são convidados a participar, mas suas vozes são constantemente ignoradas. Esta campanha é uma resposta direta, com o objetivo de mudar esse paradigma.Um impacto tangível do Pacto para o Futuro, Ouça-nos. Aja Agora por um Mundo em Paz (Hear Us. Act Now for a Peace) é uma campanha global de jovens com duração de um ano, organizada pelas Nações Unidas com jovens e parceiros, que defende três ações catalisadoras que os jovens têm repetidamente reivindicado: inclusão, investimento e parceria com os jovens para construir a paz. Para a geração atual, a paz não é apenas a ausência de guerra; ela significa coisas diferentes para pessoas diferentes: desde ter educação até poder alimentar a família, passando por uma vida com direitos humanos, justiça e dignidade.Liderada pelo Departamento de Comunicações Globais da ONU, a campanha será lançada em parceria com o Secretariado da ONU para a Juventude, Paz e Segurança, composto pelo Escritório da ONU para a Juventude, o Departamento de Assuntos Políticos e de Consolidação da Paz da ONU e o Fundo de População das Nações Unidas, em colaboração com o Sistema ONU.“Esta campanha destaca as vozes de jovens líderes que trabalham incansavelmente pela paz — muitas vezes nos bastidores, em comunidades, aldeias, universidades e zonas de conflito”, disse Melissa Fleming, Subsecretária-Geral da ONU para Comunicações Globais. Juntamente com a juventude global e o Sistema ONU, cocriamos este esforço de mobilização para inspirar ações significativas. Nosso objetivo é promover soluções impulsionadas pela juventude que abordem os desafios multifacetados da paz — desde garantir o acesso à educação para jovens mulheres e meninas, até garantir meios de subsistência para as famílias, e enfrentar os impactos de longo alcance dos conflitos crescentes, da crise climática e do deslocamento forçado. Estamos comprometidos em colocar essas soluções em primeiro plano".Antes do 10º aniversário da histórica Resolução 2250 do Conselho de Segurança da ONU sobre Juventude, Paz e Segurança, a campanha de advocacy e mobilização pública, com duração de um ano, contribuirá para o Relatório do Secretário-Geral de 2026 sobre a contribuição positiva da juventude para a paz. Aproveitando as soluções dos jovens, Círculos de PazGalvanizando as vozes dos jovens, no centro da campanha estão os Círculos de Paz — diálogos inclusivos, construção de coalizões e soluções facilitadas por jovens e aliados em todo o mundo. Esses círculos intergeracionais criarão espaços para soluções orientadas à ação, cocriação, trocas entre pares e narrativas em torno da paz. Da prevenção ao desarmamento, à construção da paz, segurança climática e igualdade de gênero, eles abordarão a necessidade urgente de investir em soluções centradas nas pessoas e moldar um futuro mais pacífico, justo e sustentável — guiado por e com os jovens.Na véspera da 80ª sessão da Assembleia Geral da ONU, a campanha será lançada no Dia Internacional da Paz, 21 de setembro de 2025, com um círculo de paz intergeracional inaugural, reunindo jovens ativistas globais e líderes mundiais. Lançamento da campanha Ouça-nos. Aja Agora por um Mundo em PazQuem: Palestrantes jovens — Maryam Bukar Hassan, Defensora Global da ONU para a Paz (Nigéria); Yuta Takahashi, Diretora Representante da Associação Katawara (Japão); Nagla Abbas, Defensora da Juventude e Líder Feminista (Tanzânia); Jin Dawod, Fundadora da Peace Therapist (Síria); e Max Genin, Advogado de Direitos Humanos (Ucrânia-Canadá-Israel).Ouvintes principais — Mary Robinson, The Elders; e Felipe Paullier, Secretário-Geral Adjunto da ONU para Assuntos da Juventude, entre outros.Convidada de honra: Melissa Fleming, Subsecretária-Geral da ONU para Comunicações GlobaisModerador: Ishaan Shah, Cofundador da Stolen DreamsO quê: Lançamento do Círculo Mundial da Paz Inaugural do Hear Us. Act Now for a PeaceOnde: Zona de Mídia dos ODS na Praça de Visitantes da ONU, Sede da ONUQuando: 21 de setembro de 2025, Dia Internacional da Paz, 11h30 - 12h30Visite o hub da campanha e inscreva-se para receber os kits mensais de campanha, que destacam e amplificam ações e soluções da juventude, inclusive em crises e contextos frágeis. A cada mês, serão apresentados conteúdos temáticos de advocacy, ativações, agentes de mudança e aliados em ação. Assine agora.#AjaAgoraPelaPaz #ActNowForPeaceDevi Palanivelu | palanivelu@un.orgOisika Chakrabarti | oisika.chakrabarti@un.org
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Comunicado de Imprensa
15 setembro 2025
Mensagem do Secretário-Geral por ocasião do Dia Internacional da Democracia
NOVA IORQUE, EUA - A democracia é impulsionada pela vontade do povo — por suas vozes, suas escolhas e sua participação.Ela prospera quando os direitos humanos e as liberdades fundamentais de todos são respeitados — especialmente dos mais vulneráveis.Uma democracia que exclui não é democracia.Aos que buscam desacreditar ou minar a democracia, digo o seguinte:Vivi sob uma ditadura.E, juntamente com muitos outros, ajudei a reconstruir a democracia em Portugal.Eu sei a diferença.Hoje, ao celebrarmos 18 anos deste Dia Internacional — e 20 anos do Fundo das Nações Unidas para a Democracia — homenageamos a coragem de pessoas em todos os lugares que estão moldando suas sociedades por meio do diálogo, da participação e da confiança.Em um momento em que a democracia e o Estado de Direito estão sob ataque da desinformação, da divisão e da redução do espaço cívico, esses esforços são mais vitais do que nunca.As próprias Nações Unidas são um fórum para o diálogo — enraizado nas palavras iniciais da nossa Carta: "Nós, os povos".Este é um poderoso lembrete de que nossa legitimidade e propósito derivam daqueles a quem servimos.Vamos reafirmar a democracia como uma força de dignidade, inclusão e paz — e trabalhar juntos para garantir que ela seja benéfica para todos.
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Comunicado de Imprensa
11 setembro 2025
A Noruega renova apoio ao UNODC com um investimento de 3,1 milhões de dólares nos sectores da justiça e combate ao crime organizado em Moçambique
MAPUTO, Moçambique - Embaixada Real da Noruega em Maputo e o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) assinaram um novo acordo que prolonga a sua cooperação em Moçambique até 2028. O programa continuará a apoiar instituições nacionais e actores comunitários na resposta ao crime organizado, terrorismo, violência baseada no género e outros desafios complexos que minam a justiça, a segurança e o Estado de Direito.O compromisso renovado, avaliado em 31,7 milhões de coroas norueguesas (3,1 milhões de dólares), dá continuidade a uma parceria iniciada em 2020, quando a Noruega se tornou o primeiro parceiro internacional a apoiar o estabelecimento da presença do UNODC em Moçambique. O envolvimento inicial da Noruega ajudou a lançar as bases para uma colaboração duradoura nos domínios da justiça e da segurança.Desde então, o apoio norueguês tem contribuído para o fortalecimento do sector da justiça em Moçambique, tanto ao nível institucional como comunitário. Estes esforços têm sido orientados pelo Roteiro de Maputo, um quadro estratégico que alinha a assistência técnica do UNODC com as prioridades do Governo de Moçambique, de modo a garantir um impacto coordenado e sustentável nas forças da ordem, no sistema judicial e na sociedade civil.“O apoio contínuo da Noruega é uma demonstração clara do impacto que alcançámos em conjunto com os nossos parceiros moçambicanos nos últimos cinco anos”, afirmou Antonio De Vivo, Chefe do Escritório do UNODC em Moçambique.“Este acordo reflete o compromisso de longa data da Noruega com o multilateralismo, a construção da paz e a governação inclusiva”, acrescentou Sissel Idland, Ministra Conselheira da Embaixada da Noruega. “Mostra a importância das parcerias internacionais para ajudar países como Moçambique a enfrentar graves ameaças à segurança, promovendo simultaneamente a justiça, os direitos humanos e o Estado de Direito”, continuou a Ministra Conselheira Sissel Idland. Resposta à novas e emergentes ameaças à segurançaPara reforçar a capacidade das instituições de justiça na resposta às graves e crescentes ameaças do terrorismo, cibercrime e tráfico, o UNODC prestou assistência direccionada através de formações e coordenação nacional e internacional a mais de 40 instituições nacionais, com apoio da Noruega.A capacidade de Moçambique para travar fluxos ilícitos tem vindo a crescer, com apreensões de cocaína a aumentarem de 78 kg em 2023 para mais de 1.990 kg em 2024, e de metanfetaminas de 125 kg para 467 kg no mesmo período, além de uma apreensão de 5 toneladas de marfim no Porto de Maputo.Estes resultados, embora reflitam o aumento dos fluxos ilícitos, evidenciam igualmente a maior capacidade de Moçambique para enfrentar o crime organizado, reforçada pelo apoio contínuo do UNODC.Em abril de 2024, o UNODC expandiu a sua presença no terreno com a abertura de um escritório plenamente operacional em Pemba, aumentando a capacidade de prestar apoio mais rápido e adaptado no domínio do terrorismo e do crime organizado na Província de Cabo Delgado e noutras regiões do norte. Combate ao crime financeiro e ambientalO programa reforçou a resposta nacional à criminalidade financeira através da formação de investigadores financeiros na deteção e combate ao branqueamento de capitais e ao financiamento do terrorismo. Inspectores ambientais, procuradores e juízes adquiriram competências especializadas para lidar de forma mais eficaz com crimes ambientais e contra a vida selvagem. Em paralelo, foram desenvolvidos quadros estratégicos de combate à corrupção, acompanhados de formação específica, para reduzir vulnerabilidades institucionais e reforçar a resiliência contra grupos de criminalidade organizada ligados ao tráfico de fauna e flora. Alcance às comunidades em risco e reforço da coordenação transfronteiriçaA prevenção do tráfico de pessoas ao nível comunitário manteve-se como um pilar do programa. Mais de 1.500 pessoas em locais estratégicos – incluindo escolas, terminais rodoviários e mercados – foram alcançadas através de campanhas de sensibilização presenciais, complementadas por mensagens nas redes sociais e spots televisivos nacionais, para informar e proteger comunidades vulneráveis.Simultaneamente, formações reforçaram a capacidade das instituições da linha da frente na deteção, denúncia e resposta a casos de tráfico. Como reflexo da crescente cooperação entre o UNODC e o Governo de Moçambique, o país tornou-se o 46.º a nível global – e o segundo na África Austral – a aderir à campanha Coração Azul do UNODC, sinalizando um forte compromisso político no combate ao tráfico de pessoas.A cooperação transfronteiriça também avançou, com as autoridades moçambicanas a colaborarem com homólogos da África do Sul, Essuatíni, Angola, Brasil e Portugal para melhorar respostas conjuntas ao tráfico e ao crime organizado.Paralelamente, iniciativas de prevenção do consumo de drogas foram direccionadas para jovens e educadores em Cabo Delgado, Maputo, Beira e Zambézia, incluindo a reactivação de unidades escolares de prevenção lideradas por pares em Maputo. Combate a violência baseada no géneroO UNODC expandiu o seu trabalho na área do combate a violência baseada no género, promovendo uma melhor coordenação entre serviços de saúde, forças da ordem e sociedade civil.Em 2025, foi lançada uma plataforma digital nacional, gratuita e de fácil acesso, que alcançou mais de 10.000 ouvintes no primeiro mês, disponibilizando informações sobre sinais de alerta, mecanismos de denúncia e serviços de apoio.Esta ferramenta inovadora, que visa combater a subnotificação generalizada de casos de violência baseada no género, complementa os esforços mais amplos de reforço da resposta institucional e de sensibilização pública. Reforma prisional e maior acesso à justiçaAs iniciativas para acelerar a reforma prisional resultaram em melhores condições de higiene e gestão das infraestruturas, enquanto os guardas prisionais receberam formação especializada e os reclusos foram sensibilizados sobre os seus direitos e responsabilidades, reforçando a implementação das Regras Nelson Mandela em Moçambique.Em 2025, instituições nacionais comprometeram-se, num seminário apoiado pelo UNODC, a aplicar medidas alternativas à prisão, que poderão reduzir a sobrelotação prisional até 23% nos próximos dois anos.Simultaneamente, foram promovidas feiras de assistência jurídica em distritos remotos como Cabo Delgado, alcançando mais de 1.050 pessoas em 2024 e 2025 com informação legal essencial e apoio jurídico gratuito. Protecção das infraestruturas e promoção à integridadeEm resposta às ameaças insurgentes, o UNODC capacitou polícias, procuradores e técnicos do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres e da Agência de Energia Atómica para reforçar a protecção de infraestruturas críticas.Ao mesmo tempo, fortaleceu-se a integridade institucional através de formações em anticorrupção e ética para órgãos judiciais e de fiscalização, apoiadas pela divulgação de um Código de Ética para juízes, contribuindo para uma governação e responsabilização mais sólidas em todo o setor da justiça. Perspetivas futurasA fase 2026–2028 irá aprofundar os esforços para enfrentar graves ameaças à segurança, ampliar o acesso à justiça e reforçar as instituições que salvaguardam a responsabilidade, a estabilidade e o Estado de Direito, através de mais formações, campanhas de sensibilização e apoio institucional.Com base na vasta capacitação já realizada com apoio da Noruega, os programas subsequentes do UNODC irão reforçar as competências das forças da ordem e dos profissionais da justiça criminal, com o objetivo de melhorar ainda mais a qualidade das investigações e processos judiciais, em especial nos casos de crime organizado.O sistema judicial beneficiará igualmente de apoio para fortalecer os mecanismos internos de supervisão, promovendo maior responsabilização e integridade.Paralelamente, e no contexto dos esforços de Moçambique para sair da lista cinzenta do Grupo de Acção Financeira Internacional (GAFI), o UNODC continuará a prestar assistência técnica às unidades de investigação de crimes financeiros e aos organismos de prevenção do branqueamento de capitais e do financiamento do terrorismo. Este apoio ajudará a garantir que Moçambique tem capacidade para detectar, investigar e combater crimes financeiros, reforçando a integridade do seu sistema financeiro.“Estamos ansiosos por mais três anos de cooperação entre o UNODC e a Noruega", disse De Vivo, Chefe do Escritório do UNODC em Moçambique."Estamos firmes no nosso apoio a Moçambique para o fortalecimento dos seus sistemas de aplicação da lei e de justiça criminal, para que o país possa responder eficazmente ao crime e ao terrorismo, proteger os direitos humanos e lançar as bases para uma paz e justiça duradouras”, concluiu De Vivo.
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