Em evento de alto nível na Sede da ONU em Nova Iorque, Minsitra Ivete Maibaze contabiliza as ações de implementação do Quadro de Sendai.
MAPUTO, Moçambique - A Ministra da Terra e Ambiente apelou aos Estados-Membros da Organização das Nacões Unidas (ONU) a fortalecerem a cooperação entre eles, de modo a operacionalizar os mecanismos de financiamento das acções das mudanças climáticas, tendo em vista a redução da vulnerabilidade das populações e aumento da capacidade de resiliência e adaptação.
Ivete Maibaze falava esta quinta-feira, 18, na sede da ONU em Nova Iorque, no âmbito da Reunião de Revisão de Meio-Termo do Quadro de Sendai sobre Reducão do Risco de Desastres.
“Moçambique, devido a sua localização geográfica, de 2015 a 2023, registou um total de 11 ciclones tropicais que impactaram severamente na economia do país, provocando perda de vidas humanas e danos em infraestruturas críticas”, afirmou a Ministra Ivete Maibaze.
Legenda: Ministra Ivete Maibaze durante Reunião de Alto Nível na sede da ONU em Nova Iorque.
A Ministra Ivete Maibaze frisou que o governo está “ciente do nível de vulnerabilidade” e que por isso “estabeleceu normas legislativas e estratégias para a gestão e redução do risco de desastres e tem implementado instrumentos de gestão globais e regionais, entre eles o Quadro de Sendai para a Redução do Risco de Desastres”.
A dirigente assegurou que Moçambique está comprometido com a implementação de iniciativas da região da SADC, por isso hospeda o Centro de Operações Humanitárias e de Emergência da região.
O fortalecimento do quadro legal e das políticas públicas relativas à gestão e redução do risco de desastres é uma das ações-chave para implementar o Quadro de Sendai em Moçambique.
Como destaque, A Ministra mencionou que na temporada de chuvas e ciclones que terminou, foi contratado, pela primeira vez, o Seguro Soberano contra ciclones e precipitação associada. Cujo primeiro desembolso é relativo à resposta ao ciclone Freedy, de Categoria 3, ocorrido em março do ano em curso e que afetou cerca de um milhão e trezentas mil pessoas apenas em Moçambique.
Legenda: Cenário de destruição após a passagem do ciclone Freddy pela Província da Zambézia neste domingo, 12 de março.
Segundo a Minsitra, faz parte das prioridades de Moçambique para a implementação do Quadro de Sendai, (i) introduzir melhorias na capacidade institucional, técnica e financeira de governação do risco de desastres; (2) melhorar a capacidade de reconstrução local, prevenção e resposta aos desastres; (3) incentivar a construção de infra-estruturas resilientes, (4) fortalecer a colaboração regional e internacional, disse.
Ao concluir, a Minsitra apelou para a operacionalização dos compromissos internacioanis dos países para fortalecer plataformas de cooparação para a redução da vulnerabilidade das populações e criação de condições de resiliência e adaptação às mudanças climáticas.
Revisão intermediária do Quadro de Sendai
A revisão intermediária da implementação do Quadro de Sendai para Redução do Risco de Desastres 2015-20301 (MTR SF) faz um balanço da implementação, avalia o progresso e os desafios; identifica mudanças no contexto, questões novas e emergentes desde 2015; e examina as opções para ação acelerada e ampliada na tomada de decisão, investimento e comportamento informados sobre o risco.
À medida que nos aproximamos do ponto médio da Agenda 2030 e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Cúpula dos ODS e do balanço global do Acordo de Paris e da Cúpula do Futuro em 2024, esta reunião de alto nível é um momento único oportunidade de galvanizar a atenção política e acelerar a ação em direção às transformações radicais que devem ocorrer se as sociedades quiserem traçar um caminho habitável dentro de limites planetários finitos.
Leia o discurso completo da Ministra da Terra e Ambiente aqui.
Escrito por
Elias Matsinhe
Chefe de Comunicação do Ministério da Terra e Ambiente de Moçambique