Declaração do Enviado Pessoal do Secretário-geral das Nações Unidas para Moçambique e Presidente do Grupo de Contacto

Maputo, Moçambique - Hoje tivemos a oportunidade de testemunhar as actividades de desarmamento, desmobilização e reintegração, que decorreram numa terceira base da Renamo localizada na Gorongosa. Este lugar revestese de particular significado na história da Renamo e estamos aqui hoje, com o Presidente Filipe Nyusi e o líder da Renamo Ossufo Momade, para reflectirmos sobre de onde viemos e olharmos juntos, com expectativa, para o futuro.

Também assinala a primeira vez que são desmobilizadas combatentes do sexo feminino, com as mulheres a representarem um terço dos combatentes desmobilizados ao longo dos últimos dias. Num espaço tradicionalmente dominado por homens, aproveitamos a oportunidade para congratular as mulheres que se apresentaram para depor as armas. Como orientação para este trabalho, contamos com o Plano Nacional de Acção sobre Mulher, Paz e Segurança, que operacionaliza a Resolução 1325 do Conselho de Segurança das Nações Unidas e promove um lugar de destaque para as mulheres nos processos de paz. Temos trabalhado em colaboração com as partes no sentido de assegurar a inclusão de uma abordagem sensível ao género no processo de DDR, pois a experiência diz-nos que quando envolvemos mulheres, estamos a garantir que a paz tenha melhores perspectivas de sucesso.

Esta jornada de DDR que começou há três meses está a progredir de forma louvável, com a compaixão, dedicação e sensibilidade a orientarem os trabalhos. Aproximadamente 1.000 mulheres e homens foram já desmobilizados e estão agora a reintegrar-se na sociedade. Esta será uma tarefa contínua, que exigirá uma abordagem inclusiva para assegurar que as vozes das mulheres e dos homens sejam ouvidas e que a todos seja dada a oportunidade de contribuírem para o desenvolvimento socioeconómico e a coesão social do país.

Felicitamos todos os envolvidos no DDR pelo seu apoio ao processo e pelo seu empenho perante condições difíceis e tempos difíceis. É já evidente que este é um processo muito diferente daquele de 1992. Põe um ponto final nas décadas de violência em Moçambique.