Governo do Japão e a Organização Internacional para Migração promovem coesão social nas comunidades afectadas pela insegurança em Cabo Delgado

Maputo, Moçambique - O Governo do Japão e a Organização Internacional para Migração (OIM) deram início a uma parceria, implementada em coordenação com o Governo da República de Moçambique, para apoiar o processo de coesão social nas comunidades afectadas pela insegurança que se vive em Cabo Delgado.

O Japão irá apoiar Moçambique através de uma doação de USD 93,481 (- noventa e três mil, quatrocentos e oitenta e um dólares americanos) à OIM. Este financiamento irá reforçar os mecanismos de coordenação para construção da paz e garantir a implantação de recursos especializados para apoiar o portfólio de multidoadores da OIM para a Resiliência Comunitária e Consolidação da Paz (CRP), impactando directa e indirectamente a  cerca de 10,500 pessoas e 27,000 respectivamente.   

O Governo do Japão, através do Orçamento Suplementar, está a financiar de forma catalizadora o portfolio da CRP, numa fase embrionária e muito crítica que a província de Cabo Delgado atravessa. O financiamento vai fornecer recursos aos especialistas em sensibilidade para conflitos, de forma a aumentar o impacto do programa e fortalecer os pilares programáticos, incluindo diálogo comunitário, geração de renda e fortalecimento das relações polícia - comunidade. O financiamento também irá apoiar fóruns de coordenação, que visam garantir uma resposta integrada com impacto na coesão social e resiliência da comunidade entre as várias partes interessadas.

“Estamos preocupados com ao aumento da insegurança em Cabo Delgado, que está a afectar um número elevado de pessoas“, disse o Embaixador do Japão, KIMURA Hajime.

“Através da parceria com a OIM, o Governo do Japão, pretende encorajar a resiliência comunitária e promover a paz em Cabo Delgado, através da promoção de diálogo comunitário e fortalecimento dos mecanismos de coordenação, porque acreditamos vigorosamente, na importância de identificar as causas dos conflictos dentro das comunidades bem como os  mecanismos positivos de resolução. Com base nesta intenção, o Japão irá apoiar Moçambique através de uma doação à OIM. Historicamente, o Japão tem sido um dos principais contribuintes para o desenvolvimento de Moçambique, e continuaremos a apoiar o país colaborando com a comunidade internacional de maneira proactiva”. 

Com um número recorde de pessoas deslocadas e a eminente ameaça da COVID-19, a vida normal das comunidades na província foi interrompida.

“Esta parceria chega num momento crítico para a população de Cabo Delgado, pois milhares de famílias foram forçadas a abandonar suas casas devido à insegurança”, disse Laura Tomm-Bonde, Chefe de Missão da OIM em Moçambique.

“As comunidades acolhedoras em Cabo Delgado, particularmente nas áreas urbanas, estão a registar um afluxo de pessoas deslocadas, o que exerce pressão sobre o tecido social, os processos de como lidar com as adversidades e os recursos das comunidades. Essa situação é agravada pelos efeitos da COVID19”.

Neste contexto, agir agora é crucial, para apoiar as comunidades nos seus esforços para o processo de adaptação ao novo contexto e criar coesão como um meio de mitigação da insegurança. Neste contexto, a OIM estabeleceu o portfólio para CRP com uma série de intervenções destinadas a fortalecer as habilidades das comunidades para prevenir e gerir os efeitos negativos da violência e apoiar os processos que abordam as causas reais do conflicto.

“Famílias acolhedoras na nossa zona estão a abrigar milhares de pessoas deslocadas. Há dificuldades para atender as necessidades mais básicas de todos: água, comida, cuidados de saúde. As condições disponíveis para o acesso à educação e emprego são insuficientes ”, disse Assane Alua, da comunidade de Natite em Pemba. “Aliado aos factores acima mencionados, está a pandemia. Em casas lotadas há preocupações com saneamento e higiene, mas as pessoas não têm como melhorar a situação. As pessoas precisam ficar em casa devido ao novo Corona vírus, que afecta ainda mais a economia ”.