Nações Unidas marcam Dia Internacional para Conscientização do Albinismo
O albinismo é raro, não contagia e é uma diferença genética hereditária presente no nascimento.
Falta de pigmentação ou ausência de melanina no cabelo, na pele e nos olhos. Sensibilidade ao sol e à luz forte. Deficiências visuais e propensão ao câncer de pele. Essas são as características de quem vive com albinismo.
Neste Dia Internacional para Conscientização do Albinismo o tema é: “Faça-me brilhar” numa tradução livre.
Moçambique e Brasil
A ONU estima que uma em até 20 mil pessoas viva com esta condição de saúde, que tem maior prevalência na África Subsaariana. Na Tanzânia, por exemplo,1 em cada 1,4 mil habitantes é albino. Um pouco mais que no Zimbábue, que tem uma em cada mil pessoas vivendo assim, além de outros grupos étnicos do sul da África.
Em Moçambique, organizações da sociedade civil indicam que pelo menos 30 mil pessoas vivem com albinismo.
No ano passado, a relatora independente da ONU para o tema, Ikponwosa Ero, visitou o Brasil e pediu mais atenção para a população albina no país. Segundo ela, a prevalência do albinismo é maior entre populações indígenas e afrodescendentes, incluindo comunidades quilombolas.
Cura
Em certos quilombos, a prevalência pode chegar a proporções tão altas quanto seis casos em cada mil.
O albinismo está presente em todos os continentes. A condição é rara e não é contagiosa. Para ser transmitida ao bebê, ambos os pais, em quase todo os tipos de albinismo, precisam ter o gene.
Não existe cura para a ausência da melanina, o aspecto central para o albinismo.
Em alguns países, a maioria das pessoas morre entre 30 e 40 anos com câncer de pele causado pela extrema sensibilidade dos albinos ao sol. Mas a doença pode ser evitada quando os albinos têm acesso a serviços de saúde.
Superstições
Com exames rotineiros, utilização de filtro solar, óculos escuros e roupas protetoras do sol, o câncer pode ser prevenido.
Para as Nações Unidas, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável podem ajudar a proteger os albinos como parte do grupo dos que mais são deixados para trás em ações e políticas públicas.
Um outro desafio é o estigma enfrentando por essas pessoas por causa da sua cor de pele. A condição ainda é pouco compreendida pela maioria da população tanto no aspecto médico como social.
Uma outra barreira são superstições associadas aos albinos que acabam marginalizando e excluindo muitos deles.
Conselho de Direitos Humanos
E esses mitos, alguns centenários, também representam riscos para quem vivem com albinismo. A maioria desses ataques ocorre na África, onde várias pessoas acreditam que indivíduos com ausência de melanina teriam “envolvimentos com rituais de feitiçaria”.
Na última década, 28 países da África Subsaariana reportaram ataques a albinos.
Em 2013, o Conselho de Direitos Humanos adotou uma resolução pedindo a prevenção de ataques e discriminação de pessoas com albinismo, e criou o mandato de um relator especial sobre o tema.
Regiões
Informações recebidas pela relatoria relatam tratamentos a albinos em várias regiões. No Ocidente incluindo América do Norte, Europa e Austrália, pessoas com albinismo são vítimas de intimidação ou bullying, xingamentos e outros abusos.
Ainda não se tem muita informação sobre outras regiões como América do Sul, Ásia e Pacífico.
Mas de acordo com o Conselho de Direitos Humanos em alguns países asiáticos incluindo a China, existem casos de crianças com albinismo sendo abandonadas ou rejeitadas pela família.