“Unidade global é essencial para enfrentar os desafios do nosso tempo”
24 setembro 2025
Legenda: Presidente Chapo defende na ONU justiça climática, reforma do Conselho de Segurança e reforço do multilateralismo para enfrentar desafios globais.
Afirmou o Presidente Daniel Chapo no Debate Geral da 80ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas.
MAPUTO, Moçambique – Durante o Debate Geral da 80ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, no dia 23 de setembro, Sua Excelência o Presidente de Moçambique, Daniel Francisco Chapo, apelou à solidariedade internacional e ao reforço do multilateralismo, destacando que só uma ação conjunta poderá enfrentar crises como as mudanças climáticas, os conflitos e as desigualdades globais.
Apelo ao multilateralismo e reforma da ONU
Na tribuna da ONU, o Presidente Chapo defendeu a necessidade de revitalizar o sistema multilateral e promover uma reforma estrutural do Conselho de Segurança das Nações Unidas, de modo a torná-lo mais representativo e eficaz.
"Qualquer esforço de reforma que vise torná-la [a Organização das Nações Unidas] mais ajustada e com maior capacidade para dar resposta às realidades contemporâneas só será completo quando incluir de forma inequívoca a reforma do Conselho de Segurança”, afirmou o Presidente Daniel Chapo.
Chapo lembrou que vivemos um momento em que guerras proliferam, a crise climática agrava-se, as dívidas aumentam e até o espectro nuclear reaparece, cenários que põem à prova a credibilidade do multilateralismo global.
“A mensagem de Moçambique é clara: queremos parcerias baseadas no respeito mútuo e no valor partilhado”, ressaltou o Chefe de Estado moçambicano.
Reconhecendo também os riscos das novas tecnologias, o Presidente alertou para perigos de exclusão, manipulação social e uso militar de inteligência artificial, defendendo uma diplomacia tecnológica que promova regulação e transferência de conhecimento entre países.
Justiça climática e responsabilidade global
Ao destacar o impacto desproporcional das mudanças climáticas sobre Moçambique, o Presidente Daniel Chapo lembrou que, embora o país contribua pouco para o aquecimento global, é um dos mais afetados por secas, ciclones e inundações.
Referiu-se ao parecer histórico do Tribunal Internacional de Justiça, de 23 de julho de 2025, que reafirmou as obrigações jurídicas dos Estados na proteção do clima, como um marco que vai além do direito ambiental.
“Para países como Moçambique, que não têm responsabilidades históricas pela crise climática, esta decisão é mais do que um princípio legal. É um apelo à justiça climática, à solidariedade global e à ação imediata por parte de todos nós”, declarou o Presidente Daniel Chapo.
Defendendo uma inovação inclusiva, o Presidente advogou que a África deve ter voz ativa na definição de normas e pesquisas tecnológicas, assegurando que ciência e inovação sejam instrumentos de justiça, e não de exclusão.
Legenda: Sua Excelência o Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, discursa durante o Debate Geral da 80ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, no dia 23 de setembro de 2025.
Chapo lembrou que Moçambique comemora, em 2025, 50 anos de independência. O Presidente moçambicano comprometeu-se com a construção de instituições democráticas, eleições livres e o diálogo nacional inclusivo. Ele afirmou que o país investe ativamente na consolidação da democracia, como base para a paz e o desenvolvimento sustentável.
Recordou ainda o papel de Moçambique no sistema das Nações Unidas, como membro não permanente do Conselho de Segurança, e defendeu que a África não pode ser mero beneficiário nas decisões globais, mas protagonista de sua própria reforma institucional.
Moçambique e o multilateralismo: reforço da parceria com a ONU
Durante o seu discurso, o Presidente Chapo reafirmou o firme apoio de Moçambique ao multilateralismo e ao papel central das Nações Unidas como catalisador de cooperação, direitos humanos e desenvolvimento sustentável.
O Presidente Chapo enfatizou que o país pretende fortalecer sua parceria com a ONU para transformar compromissos internacionais em ações concretas de impacto nacional.
“Queremos reforçar a nossa parceria com as Nações Unidas para que juntos possamos transformar compromissos globais em resultados concretos para os povos do mundo” - Presidente Daniel Chapo.