Declaração do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, por ocasião do Dia Internacional contra a Homofobia, Bifobia e Transfobia de 2025
17 maio 2025
- Declaração do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, por ocasião do Dia Internacional contra a Homofobia, Bifobia e Transfobia de 2025.
GENEBRA, Suíça - A vibração, o dinamismo e a criatividade das pessoas e comunidades LGBTIQ+ em todo o mundo enriquecem nossas sociedades maravilhosamente.
E a solidariedade de comunidades mais amplas – familiares, amigos, grupos de funcionários e estudantes, organizações da sociedade civil, advogados e muitos outros – me comoveu profundamente.
Estamos unidos pela compaixão, pela justiça e por uma humanidade compartilhada.
Esse senso de comunidade tem sido fundamental para importantes avanços na garantia dos direitos das pessoas LGBTIQ+ em muitos países, por exemplo, no que diz respeito à descriminalização de relações consensuais entre pessoas do mesmo sexo, à adoção de leis antidiscriminação e ao reconhecimento da identidade de gênero e da igualdade no casamento.
Em vários países, as crianças intersexo agora estão mais protegidas de práticas nocivas.
E tem havido um aumento constante na conscientização e no apoio público aos direitos das pessoas LGBTIQ+.
No entanto, ao celebrarmos o Dia Internacional contra a Homofobia, a Bifobia e a Transfobia, os desafios são significativos.
A violência e a discriminação são generalizadas em todas as regiões.
Alguns políticos e líderes estão disseminando discursos de ódio contra pessoas LGBTIQ+ e colocando grupos uns contra os outros para dividir e distrair.
Essa intolerância e ódio são frequentemente amplificados por invectivas cruéis e desinformação em plataformas de mídia social mal regulamentadas.
E também vemos novas leis discriminatórias que restringem a liberdade de expressão, reunião pacífica e associação de pessoas LGBTIQ+, por exemplo, proibindo marchas do Orgulho e censurando materiais educacionais.
Esta é uma campanha coordenada para transformar algo fundamentalmente humano – quem somos e quem amamos – em uma guerra cultural.
Devemos todos nos levantar para combater essas tendências e proteger as pessoas LGBTIQ+ da violência e da discriminação em todos os setores da sociedade.
Há uma responsabilidade particular dos Estados e das empresas de tecnologia em combater o discurso de ódio contra pessoas LGBTIQ+ e salvaguardar o espaço para diálogo e discussão.
E, à medida que os direitos humanos são atacados de forma mais ampla, é essencial que a comunidade LGBTIQ+ se una a outras comunidades que lutam por dignidade e igualdade.
A solidariedade é crucial para evitar a armadilha da divisão e da polarização.
Jamais abriremos mão de nossos esforços pelos direitos humanos e pela dignidade de todos, em todos os lugares.
Pessoas e comunidades LGBTIQ+ têm total apoio meu e do meu Gabinete.
