Durante visita a Moçambique, a Diretora-Geral Adjunta da OIM enfatiza a necessidade de soluções duradouras para comunidades deslocadas
25 abril 2025
- A Diretora-Geral Adjunta de Operações da Organização Internacional para as Migrações (OIM), Ugochi Daniels, apelou ao aumento do financiamento para o desenvolvimento sustentável, a fim de ajudar as comunidades moçambicanas que enfrentam o deslocamento induzido pelo clima.
- Concluindo uma visita de três dias ao país da África Austral esta semana, a Diretora-Geral Adjunta também reafirmou o compromisso da OIM em encontrar soluções duradouras para a população moçambicana.
BEIRA/GENEBRA, Moçambique/Suíça - A Diretora-Geral Adjunta de Operações da Organização Internacional para as Migrações (OIM), Ugochi Daniels, apelou ao aumento do financiamento para o desenvolvimento sustentável, a fim de ajudar as comunidades moçambicanas que enfrentam o deslocamento induzido pelo clima. Concluindo uma visita de três dias ao país da África Austral esta semana, a Diretora-Geral Adjunta também reafirmou o compromisso da OIM em encontrar soluções duradouras para a população moçambicana.
“A Agenda de Soluções da ONU nos apela para ir além das soluções de curto prazo”, afirmou Ugochi Daniels. “Na Beira, conheci mulheres e líderes locais que não estão apenas a reconstruir casas, mas a remodelar futuros; elas me lembraram que as soluções mais sustentáveis são aquelas impulsionadas pelas próprias comunidades — soluções enraizadas na dignidade, no conhecimento e na liderança local; o nosso papel é ouvir, apoiar e ampliar os seus esforços”.
Moçambique está entre os 20 países mais expostos a desastres em todo o mundo, de acordo com o Índice Global de Risco Climático. Entre 2019 e 2024, desastres recorrentes deslocaram mais de 140.000 pessoas, destruíram casas e sobrecarregaram infraestruturas frágeis. Só nos últimos seis meses, a seca severa — agravada pelo El Niño e pela segurança alimentar limitada — deslocou mais 10.000 pessoas.
Os choques climáticos estão a aumentar em frequência e gravidade. Em apenas três meses, os ciclones Chido, Dikeledi e Jude afetaram mais de um milhão de pessoas. O aumento das temperaturas, a irregularidade das chuvas e a elevação do nível do mar estão a agravar os riscos enfrentados por comunidades que já vivem em pobreza crónica e habitação inadequada, agravando a vulnerabilidade e prolongando o deslocamento.
Durante a visita, a Diretora-Geral Adjunta da OIM ouviu em primeira mão as vítimas do desastre e os líderes comunitários presentes. Ela também se reuniu com altos funcionários do governo, incluindo a Presidente do Instituto Nacional de Gestão e Redução de Riscos de Desastres, Luisa Celma Caetano Meque, bem como com doadores, parceiros e outros funcionários da ONU, incluindo a Coordenadora Residente das Nações Unidas em Moçambique, Dra. Catherine Sozi.
A OIM Moçambique está apoiando a reparação e reconstrução de mais de 6.000 casas por meio do Projeto de Recuperação e Resiliência de Emergência dos Ciclones Idai e Kenneth (CERRP em sua sigla inglesa) na Beira. O projeto exemplifica a abordagem "Reconstruir com Mais Segurança" — combinando técnicas de construção resilientes, liderança comunitária e salvaguardas ambientais. Com financiamento do Banco Mundial e coordenação do Escritório de Reconstrução Pós-Ciclone (GREPOC) do Governo, a iniciativa é implementada em parceria com a ONU-Habitat e a Dora Construções, combinando expertise técnica com conhecimento local para fortalecer a resiliência a longo prazo.
"A recuperação não é algo feito para as comunidades", disse a Chefe de Missão da OIM Moçambique, Dra. Laura Tomm-Bonde. "É algo que fazemos com elas — e, em última análise, algo que elas lideram".
Os esforços de recuperação apoiados pela OIM não se limitam à infraestrutura. O foco do projeto é a capacitação de artesãos locais em técnicas de construção resilientes, fomentando o emprego e garantindo casas mais seguras e adaptadas ao clima.
Os locais visitados durante a missão demonstram como a Agenda de Soluções da ONU — que defende abordagens de longo prazo e voltadas para o desenvolvimento em relação ao deslocamento — se traduz em ações práticas, com foco em soluções duradouras que promovam autossuficiência, resiliência e inclusão social. Isso demonstra como os compromissos globais se consolidam em esforços de recuperação liderados pela comunidade, como os da Beira.

