MAPUTO, Moçambique
- Sua Excelência o Ministro da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, Dr. Mateus Saize;
- Sua Excelência o Alto Comissário da Ruanda em Moçambique, Col. Donat Ndamage;
- Excelentíssimos membros do governo, do corpo diplomático e das Nações Unidas;
- Estimados membros da comunidade ruandesa; e
- Minhas senhoras e meus senhores.
Muito bom dia.
É uma honra estar aqui com vocês hoje, em nome da Coordenadora Residente das Nações Unidas em Moçambique, Dra. Catherine Sozi, para homenagear a memória das crianças, mulheres e homens mortos no genocídio contra os Tutsis em Ruanda em 1994.
Nunca esqueceremos as vítimas.
E também nunca esqueceremos a bravura e a resiliência daqueles que sobreviveram, cuja coragem e vontade de perdoar continuam a ser uma fonte de luz e esperança.
Gostaria de felicitá-lo e agradecer-lhe, Vossa Excelência Coronel Donat Ndamage, pelo seu convite e pelo seu firme compromisso com o multilateralismo, com a cooperação internacional e com as Nações Unidas.
No nosso mundo de desafios profundamente interligados, a cooperação desempenha um papel vital na definição de um futuro melhor para todos, unindo povos e países.
Por isso, o meu muito obrigada, Vossa Excelência.
Para refletirmos sobre o genocídio de 1994, gostaria de ler a mensagem do Secretário-Geral da ONU, António Guterres, para esta ocasião:
[Início da mensagem do Secretário-Geral]
Hoje lamentamos o massacre de um milhão de crianças, mulheres e homens no genocídio de 1994 contra os tutsis em Ruanda.
Este capítulo terrível da história humana não foi um frenesi espontâneo de violência horrenda.
Foi intencional, premeditado e planejado — inclusive por meio de discursos de ódio que inflamaram a divisão e disseminaram mentiras e desumanização.
A esmagadora maioria das vítimas eram tutsis, mas também hutus e outros que se opuseram ao genocídio.
Ao relembrarmos como esses crimes ocorreram, devemos também refletir sobre a ressonância com a nossa época.
Estes são dias de divisão.
A narrativa de "nós" versus "eles" está em ascensão, polarizando as sociedades.
As tecnologias digitais estão sendo transformadas em armas para inflamar ainda mais o ódio, fomentar a divisão e disseminar mentiras.
Devemos aprender com a terrível história do genocídio em Ruanda e agir para conter a onda de discursos de ódio, impedir que a desunião e o descontentamento se transformem em violência, defender os direitos humanos e garantir a responsabilização.
Exorto todos os Estados a cumprirem os compromissos assumidos no Pacto Digital Global para combater as falsidades e o ódio online, a cumprirem as suas obrigações ao abrigo do direito internacional humanitário e dos direitos humanos e a tornarem-se partes da Convenção para a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio sem demora.
Neste dia de memória, comprometamo-nos a ser vigilantes e a trabalhar em conjunto para construir um mundo de justiça e dignidade para todos – em homenagem a todas as vítimas e sobreviventes do genocídio em Ruanda.
[Fim da mensagem do Secretário-Geral]
Muito obrigada! Kanimambo!