MAPUTO, Moçambique
- Sua Excelência a Ministra de Género, Criança e Acção Social, Senhora Nyeleti Mondlane;
- Sua Excelência a Alta Comissária do Reino Unido, Senhora Helen Lewis;
- Ilustres membros do Governo, do Corpo Diplomático, da família das Nações Unidas e da sociedade civil;
- Senhoras e senhores;
Meu muito bom dia.
É uma honra estar aqui hoje e poder celebrar convosco o lançamento da terceira fase do Programa Global para Acabar com as Uniões Prematuras.
Gostaria de começar dando os parabéns calorosos a todas e a todos.
A presença de Vossas Excelências é um forte sinal de liderança e compromisso, a todos os níveis, para acabar com as uniões prematuras de uma vez por todas.
Como disse o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, “‘deixemos as raparigas serem raparigas, não noivas”.
Excelências,
Moçambique ocupa o quinto lugar a nível mundial na prevalência de uniões prematuras.
O desafio que enfrentamos é significativo.
As uniões prematuras têm um impacto profundo nas pessoas e nas sociedades, não só aqui em Moçambique - mas em todo o mundo.
As uniões prematuras restringem a infância, a educação e o desenvolvimento pessoal das raparigas, impondo-lhes papéis e responsabilidades de adultos para as quais elas não estão preparadas.
Isto resulta muitas vezes no abandono escolar e em graves problemas de saúde devido a gravidezes e partos precoces.
As uniões prematuras, não só violam os direitos e as potencialidades das crianças, como também impedem o desenvolvimento nacional, perpetuando a desigualdade entre os sexos e impedindo o progresso económico.
De uma forma simples e directa: as crianças devem ser crianças.
Nos últimos anos, as Nações Unidas têm trabalhado em estreita colaboração com o Governo de Moçambique, através da liderança da Ministra Nyeleti, para pôr fim às uniões prematuras.
Juntos, investimos nas raparigas, mulheres, rapazes e homens, bem como nas comunidades, governos locais e instituições nacionais.
Por isso, o meu sentido agradecimento à Sra. Ministra Nyeleti e ao Governo de Moçambique.
Juntos, alcançámos resultados notáveis através do Programa Global para a Eliminação das Uniões Prematuras nas províncias de Nampula e Zambézia.
Mais de 12.000 raparigas que não frequentavam a escola regressaram ao ensino. E meio milhão de adolescentes participaram em acções de formação em competências para a vida.
Cerca de 1,570,000 (um milhão, quinhentas e sete mil) crianças tiveram acesso a serviços de prevenção e protecção.
Sete milhões de membros da comunidade, incluindo rapazes e raparigas adolescentes, foram abrangidos por mensagens nos meios de comunicação social. Mensagens centradas na prevenção das uniões prematuras, na promoção dos direitos das raparigas adolescentes e na promoção da igualdade de género.
Excelências,
Para alcançar um futuro sem uniões prematuras será necessário ainda mais investimento, mais liderança e mais acção.
É por isso que estamos aqui hoje. Para renovar não só o nosso compromisso, mas também as nossas acções para acabar com as uniões prematuras.
O programa assenta no princípio de “não deixar ninguém para trás”, garantindo a inclusão das pessoas mais marginalizadas e vulneráveis da sociedade, incluindo as mães adolescentes, as raparigas com deficiência, as mulheres afectadas por crises humanitárias e as raparigas que não frequentam a escola.
Na Fase II, combatemos as desigualdades estruturais entre os sexos e promovemos novas normas que dão poder às mulheres e às raparigas.
Nesta terceira fase, alargamos o nosso programa a Cabo Delgado, reconhecendo que os choques climáticos e as emergências humanitárias ameaçam o nosso progresso na erradicação das uniões prematuras.
Vossas excelências,
Agora é o momento de aproveitar os nossos resultados e acelerar o progresso para acabar com as uniões prematuras.
Graças ao compromisso firme do Governo de Moçambique e dos nossos parceiros, os governos do Canadá, Bélgica, Itália, Holanda, Noruega, Reino Unido, Estados Unidos, União Europeia e Zonta Internacional, o Programa Global para a Eliminação das Uniões Prematuras está a alcançar impactos tangíveis para as raparigas, rapazes e comunidades em Moçambique.
Ao entrarmos nesta nova fase, reforço o compromisso das Nações Unidas em continuar a apoiar todas as moçambicanas e moçambicanos na realização do seu pleno potencial, beneficiando as suas famílias, comunidades e o país – e acabando de vez com as uniões prematuras.
Vamos trabalhar de mãos dadas “para deixar as raparigas serem raparigas, não noivas”.
Muito obrigada.