Chókwè continua empenhado nos seus esforços rumo à Resiliência Climática Urbana

CHÓKWÈ, Moçambique - Chókwè carrega os vestígios devastadores das cheias de 2000. Situado numa região baixa e susceptível a inundações e cheias durante a época chuvosa, Chókwè enfrenta grandes desafios.

No entanto, tem avançado significativamente na redução de riscos de desastres e no reforço da resiliência climática. O projecto "Construção da Resiliência Climática Urbana no Sudeste da África", financiado pelo Fundo de Adaptação (AF) e implementado pelo UN-Habitat em parceria com quatro governos nacionais - Madagáscar, Malawi, Moçambique e Comores, a Oxfam e o Centro Regional de Excelência em Gestão do Risco de Desastres, Sustentabilidade e Resiliência Urbana (DiSMUR), está a transformar a cidade de Chókwè em um modelo de resiliência urbana. 

Esse ambicioso esforço desencadeado pelo UN-Habitat começou em 2013, alinhado com a Agenda 2030, buscando não deixar ninguém para trás. Um sonho que se transformou em realidade.

Uma das conquistas mais notáveis do projecto foi a construção da Passagem Hidráulica, que desempenha um papel fundamental na resiliência climática da cidade, bem como a reabilitação da passagem hidráulica do principal sistema de drenagem da cidade, beneficiando mais de 46 mil pessoas, e do Sistema de Aviso Prévio, que beneficia mais de 48 mil pessoas, um abrigo seguro multiuso, que beneficiará cerca de 500 pessoas em situação de risco em caso de emergência e a construção de dois centros de tratamento de resíduos sólidos, visando investir na consciencialização dos munícipes sobre a gestão e tratamento de resíduos, fundamentais para promover o empreendedorismo local.

Agora, com a entrega da Máquina Buldozer, em 6 de março de 2024, para apoiar a gestão e manutenção regular do sistema de drenagem, marca um passo importante para Chókwè no reforço da Resiliência Climática Urbana, para garantir que a vulnerabilidade climática na cidade passe para a história.

Falando na cerimónia de entrega oficial do Buldozer, o Presidente do Município de Chókwè, José Moiane, expressou sua gratidão pela iniciativa, reconhecendo seu valor na limpeza das valas e na gestão do sistema de drenagem, assegurando melhor qualidade de vida para os cidadãos.

"Com a manutenção periódica do sistema de drenagem, vamos abrir novas valas para garantir que a água não inunde a cidade, a fim de assegurar aos munícipes uma melhor qualidade de vida, pois todos nós unimos esforços para que todos se sintam realmente donos desta cidade", disse o edil.

A cerimónia de entrega oficial da máquina destacou o papel crucial da comunidade e das lideranças locais na transformação de Chókwè. Márcia Guambe, Gestora do Projecto e em representação do UN-Habitat, elogiou o esforço colectivo da população na identificação de soluções dos problemas daquela autarquia, reafirmando o compromisso do UN-Habitat em promover uma urbanização sustentável e resiliente aos impactos das mudanças climáticas.

"Não queremos ficar por aqui, queremos continuar a trabalhar com outros governos locais e outras cidades que também têm as mesmas vulnerabilidades para promover esta abordagem em que as pessoas estão no centro do planeamento, da gestão e da construção da resiliência das suas cidades", vincou Márcia Guambe, Gestora do Projecto.

Por sua vez, Romão Xavier, da Oxfam, reconheceu o valor da Máquina para a sustentabilidade local, esclarecendo que “ela representa muito mais do que uma máquina, representa uma parte importante do projecto, que é a sustentabilidade".

Momentos antes da entrega oficial da máquina Buldozer, o Município de Chókwè e seus parceiros de implementação reuniram-se para discutir o progresso e a sustentabilidade do projecto financiado pelo Fundo de Adaptação (FA).