Afirmou a Ministra do Gênero, Criança e Ação Social, Nyeleti Mondlane, no lançamento da Campanha dos 16 Dias de Ativismo contra a Violência contra a Mulher.
LHANGUENE, Moçambique - Apesar de avanços que se registam na erradicação da Violência Baseada no Género (VBG) há ainda muito por se fazer, paraa que as mulheres e raparigas tenham acesso a serviços básicos, recursos produtivos e potencialidades do mercado, considerou a Ministra do Gênero, Criança e Ação Social.
Nyeleti Mondlane, que falava este sábado (25 de Novembro) no Distrito de Magude, provincia de Maputo, no lançamento da campanha dos 16 Dias de Activismo sobre a Violência praticada contra Mulheres e Raparigas, sob o lema "Pinte o Mundo de Laranja: Investir para prevenir a violência contra as mulheres e as raparigas”, descreveu a violência doméstica, uniões prematuras e gravidez precoce como barreiras que devem ser erradicadas para o relançamento socioeconomico desses grupos sociais.
"A Violência doméstica e baseada no género é um fenómeno que afecta milhões de mulheres e raparigas, no mundo. [...] Em Moçambique, a situação não é diferente; Apesar da ligeira redução dos casos, estes dados demostram que a violência continua a fazer vítimas, é um mal que deve ser combatido, com o envolvimento de todos", afirmou a Ministra Nyeleti Mondlane.
Para a Ministra Mondlane, "a emancipação da mulher é prioridade do Governo de Moçambique, porque assume que mulheres e homens possuem direitos e oportunidades iguais, sendo que a participação de ambos nos vários sectores é fundamental para o desenvolvimento do País e para a construção de uma sociedade igualitária".
A cerimônia de lançamento ainda contou com a participação da Ministra da Educação e do Desenvolvimento, do Secretário de Estado na Província de Maputo, de representantes das Naçoes Unidas, da Sociedade Civil e de parceiros da comunidade internacional, que renovaram o compromisso de continuarem a investir no empoderamento, para o relançamento socioeoconómico de mulheres e raparigas no país.
A Coordenadora Residente das Nações Unidas, Dra. Catherine Sozi, afirmou que “apesar de o Governo, a sociedade civil, as Nações Unidas e os parceiros trabalharem juntos com esse propósito durante todo o ano, dedicamos os 16 dias de ativismo, de 25 de Novembro a 10 de Dezembro, para amplificar as vozes pelo fim da violência contra mulheres e raparigas”.
Para a Dra. Catherine Sozi, a presença de todas as autoridades e parceiros no evento "é um forte sinal de liderança e compromisso, a todos os níveis, para acabar com a violência contra as mulheres e raparigas em Moçambique".
"É também um sinal do quanto podemos alcançar se trabalharmos juntos por um objectivo comum; Um exemplo de como podemos tirar proveito do forte trabalho que já está a ser realizado pelas instituições moçambicanas, pela sociedade civil e pela comunidade internacional" - Dra. Catherine Sozi.
Na cerimônia também foi lançado a campanha “Africa Educates Her”, que decorre até 10 de Dezembro, sob o lema: “Levemos as Raparigas de Volta à Escola”.
Trata-se de uma iniciativa da União Africana, que visa ampliar as vozes em prol da educação das crianças, sobretudo dos grupos mais vulneráveis do país e está alinhada com a Agenda 2063, na Estratégia Continental de Educação para África (CESA 2016-2025), a Estratégia de Ciência e Tecnologia e Inovação para África (STISA 2014-2024) e os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
16 Dias de Ativismo
Durante 16 Dias, também serão assinaladas datas importantes no âmbito dos Direitos Humanos, das quais destaca-se o dia 3 de Dezembro, Dia Internacional da Pessoa com Deficiência.
Neste contexto, serão realizadas actividades de sensibilização, capacitação dos vários intervenientes na prevenção, combate e assistência às vítimas de violência, entre outras.
A Ministra Mondlane convidou a todos, a título individual, familiar, líderes comunitários, religiosos, sociedade civil, instituições públicas e privadas, a participarem na promoção e respeito dos direitos da mulher e rapariga, para uma sociedade de Paz, harmonia e livre da violência.
A Campanha dos 16 Dias de Activismo termina no dia 10 de Dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos, um movimento que visa sensibilizar e mobilizar a sociedade, Estados ou Governos, para a realização de acções concretas de prevenção e combate à violência domêstica.