NOVA IORQUE, EUA -
Moçambique assinala o retorno das populações a uma vida normal no quinto ano após o início de ataques de grupos terroristas na província de Cabo Delgado, no extremo norte.
As declarações são do vice-ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Manuel Gonçalves. No Conselho de Segurança, o representante mencionou ações que acompanham o retorno à estabilidade em reunião sobre a conexão entre paz, segurança e desenvolvimento.
Esperança
Falando à ONU News após discursar no órgão, Manuel Gonçalves disse haver investimentos em níveis local e central que acompanham o retorno da população. Uma das principais metas é evitar que jovens integrem grupos terroristas.
“Explicamos que é preciso paz e segurança para o desenvolvimento. Mas também que é preciso trabalhar para o desenvolvimento para contribuir para a sustentabilidade da paz. Aqui trouxemos uma experiência própria de Moçambique, sobre o que estamos a fazer, em particular em Cabo Delgado, no norte, com o estabelecimento da Agência Integrada de Desenvolvimento do Norte.”
A iniciativa, que pretende criar condições para a estabilidade, conta com a parceria do Banco Mundial e da ONU. Entre as áreas de maior ênfase estão saúde, educação, justiça e apoio a iniciativas pelo autoemprego.
O vice-ministro assinala avanços gerados pelos novos investimentos, visando assegurar a paz e estabilidade nas áreas afetadas por ataques. Organizações internacionais apoiam os esforços de segurança regionais e bilaterais.
Formação de capital humano
“Na assistência humanitária devido aos deslocados. São pessoas que fugiram de suas zonas de origem por causa dos ataques e da destruição de bens. Tínhamos que dar resposta imediatamente à população deslocada, mas também havia a vertente de formação e capacitação das Forças Armadas. Este processo continua, quer em termos de formação de capital humano e em termos de equipamento. É preciso que as nossas forças estejam preparadas. Hoje temos as forças amigas do Ruanda e da Sadc. Mas elas não vieram para ficar para sempre. Então temos de criar a nossa própria capacidade para proteger o país. A outra vertente é a de desenvolvimento”.
As Nações Unidas fazem parte do auxílio da comunidade humanitária que apoia a busca da resiliência das populações que regressam a distritos como Mocímboa da Praia, após fugirem da violência que intensificou-se em 2017.
Moçambique acolheu a Comissão de Consolidação da Paz, órgão criado pela Assembleia Geral e o Conselho de Segurança da ONU para impulsionar iniciativas pela paz em países afetados ou em situação de pós-conflito.