Fórum de Paris para a Paz: “Moçambique é exemplo global”
11 novembro 2023
Afirmou Mirko Manzoni, Enviado Pessoal de António Guterres para Moçambique, no Fórum de Paris para a Paz de 2023.
PARIS, França - Hoje, Moçambique foi destaque no Painel sobre “Como Salvar a construção da Paz da concorrência global” com as lições aprendidas do Processo de Paz apresentado Mirko Manzoni, Enviado Pessoal do Secretário-Geral António Guterres para Moçambique, no Fórum de Paris para a Paz de 2023.
“A Experiência em Moçambique traz lições que podem ser aplicadas em outros países. Uma delas foi ser discreto e dar às partes o espaço necessário para criarem o seu próprio processo de paz”, afirmou Mirko Manzoni.
Para o Enviado Pessoal, “ao invés de trabalhar sobre o passado, tentámos trabalhar sobre o futuro, introduzindo uma cultura de paz para garantir que o que aconteceu durante o conflito em Moçambique não volte a acontecer”.
O Fórum de Paris, que ocorre entre 10 e 11 de novembro, reune representantes de diversos países, organizações internacionais e não-governamentais, entre outros, para discutir soluções para os desafios globais relacionados à paz.
“Como Salvar a construção da Paz da concorrência global”
O painel teve sua discussão centrada no multilateralismo, conflitos atuais, reforma das Nações Unidas e o exemplo de Moçambique para a paz.
Seus membros incluiram Hina Khar, ex-Ministra dos Negócios Estrangeiros do Paquistão, Huiyao Wang, do Centro sobre China e Globalização, e Ghassan Salamé, Ex-Representante Especial do Secretário-Geral da ONU para a Líbia.
“Não podemos usar a linguagem da paz para promover a guerra; Não podemos usar a linguagem da paz para gerar insegurança”, afirmou a ex-Ministra do Paquistão ao falar sobre o conflito atual na Faixa de Gaza. Ela também adicionou que as Nações Unidas precisam urgentemente de reforma para que o Conselho de Segurança possa agir para a proteção dos civis.
Para Ghassan Salamé, a ONU “não precisam de reforma, mas de ressureição”. O Ex-Representante do Secretário-Geral afirmou que os Estados devem respeitar a Carta das Nações Unidas e os seus valores. “Se isso for feito, não é necessário reforma”.
“Ao invés de trabalhar sobre o passado, tentámos trabalhar sobre o futuro, introduzindo uma cultura de paz para garantir que o que aconteceu durante o conflito em Moçambique não volte a acontecer”, frisou Mirko Manzoni ao falar sobre as soluções de Moçambique para a criação de uma paz duradoura.
Comentando sobre o papel dos países do continente africano para a construção da paz, o Enviado Pessoal de António Guterres realçou o papel de organizações regionais e multilaterais. Para ele, o sucesso do processo de paz de Moçambique foi possível graças ao aplicar “soluções africans para desafios africanos”.
“Construir a paz não é uma tarefa ocidental, a África precisa de ser ouvida e de ter espaço”, Mirko Manzoni, Enviado do Secretário-Geral para Moçambique.
Abertura Oficial
A abertura do Fórum contou com Chefes de Governo e de Estado de todo o mundo, incluindo o Presidente Francês e o Secretário-Geral das Nações Unidas.
Para o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, que participou por meio de vídeo, é necessário "passar de um mundo de rivalidade" e "encontrar bases comuns".
“Procurar um terreno comum, significa repensar a nossa abordagem da paz e da segurança, combatendo as causas profundas dos conflitos e impedindo que as sementes da guerra germinem”, António Guterres.
O Secretário-Geral também apelou à reforma do Conselho de Segurança da ONU e reforçou suas "ideias para uma nova agenda para a paz baseada na Carta das Nações Unidas e no direito internacional".
Para Emmanuel Macron, Presidente francês, o objetivo do evento é evitar que seja necessário que os povos do mundo façam escolhas complexas, como “escolher entre a luta contra a desigualdade e a preservação do planeta, do seu clima e da sua biodiversidade”.
O Presidente da França também acrescentou que o caminho a seguir "deve ser escolhido, soberanamente, por cada nação" e não decidido a partir de "Washington, Bruxelas, Londres ou qualquer outra capital do norte".
Fórum de Paris para a Paz
Nesta sexta edição, o Fórum de Paris para a Paz se centra formas de construir, em conjunto, num mundo de rivalidades. Seus objetivos são facilitar o diálogo, criar coligações orientadas para a acção e definir normas.
Os temas específicos foram: A protecção do planeta e dos seus habitantes; Dos pólos da Terra ao espaço extra-atmosférico; Garantir a confiança e a segurança no mundo digital; Reduzir as desigualdades e acelerar a realização dos ODS; e Construir a paz e um mundo mais seguro.