MAPUTO, Moçambique - O Dia das Nações Unidas, celebrado em 24 de outubro, marca o aniversário da entrada em vigor, em 1945, da Carta das Nações Unidas. Com a ratificação deste documento, a ONU passou a existir oficialmente.
Em mensagem para reforçar a importância da data, o secretário-geral, António Guterres, disse que a organização é, ao mesmo tempo “um reflexo do mundo tal como ele é, e uma aspiração do mundo como sabemos que ele pode ser”.
Espírito de determinação
Segundo ele, a Carta da ONU indica o caminho para a construção de “um mundo de paz, com desenvolvimento sustentável e com direitos humanos para todos”.
Guterres ressalta que o documento está, acima de tudo, “enraizado num espírito de determinação para curar as divisões, restabelecer as relações e construir a paz”.
O chefe das Nações Unidas destacou temas que exigem ação urgente como justiça, igualdade e empoderamento das mulheres e meninas, além de ajuda vital àqueles que mais necessitam.
Novos riscos existenciais
Ele destacou ainda que a organização deve ser “suficientemente flexível” para enfrentar desafios que nem sequer existiam quando as Nações Unidas nasceram, incluindo os riscos existenciais associados à crise climática e ao desenvolvimento da inteligência artificial.
“As Nações Unidas são guiadas por valores e princípios atemporais, mas nunca devem ficar congeladas no tempo. É por isso que temos que continuar reforçando as formas de trabalhar e olhando para tudo o que fazemos através de uma lente do século 21”, disse Guterres.
Para o líder da ONU, a data serve para renovar o compromisso com “a esperança e determinação de construir um mundo melhor” e afirmar o propósito de união das nações em meio a um mundo dividido.
Moçambique
Em Moçambique, o Dia da ONU foi comemorado com uma declaração conjunta da Sua Excelência a Ministra de Negócios Estrangeiros e Cooperação, Sra. Verónica Macamo Dlhovo, do Enviado Pessoal do Secretário-Geral das Nações Unidas para Moçambique, Emb. Mirko Manzoni, e da Coordenadora Residente das Nações Unidas em Moçambique, Dra. Catherine Sozi.
Na mensagem, os líderes reiteraram "o compromisso de trabalhar em conjunto para apoiar a busca por um futuro pacífico, sustentável e próspero para todos", enquanto afirmam que crescentes desafios globais e conflitos ameaçam a paz e segurança internacionais.
"Moçambique tem uma história rica, tendo aderido às Nações Unidas há 48 anos, pouco depois da independência. Desde então, as Nações Unidas e o Governo de Moçambique continuam a ser parceiros empenhados".
Segundo os líderes, as Nações Unidas, sob liderança nacional, sempenharam um papel fundamental no apoio à implementação do Acordo de Maputo para a Paz e Reconciliação Nacional de 2019, abrindo caminho para uma paz e reconciliação duradouras.
A mensagem também reafirma que Moçambique "utilizou a sua plataforma como membro não permanente do Conselho de Segurança da ONU para partilhar as aprendizagens deste processo que resultou no desarmamento e desmobilização de 5.221 antigos combatentes".
"O Governo de Moçambique e as Nações Unidas continuam inspirados pelos valores que impulsionaram a Carta das Nações Unidas durante os últimos 78 anos – paz, desenvolvimento, assistência humanitária, direitos humanos, e oportunidade para todos".
Leia a declaração na íntegra aqui.