MAPUTO, Moçambique - O UN-Habitat em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP), iniciou um processo para fortalecer as capacidades institucionais e técnicas dos funcionários do governo local na Área do Grande Maputo (AGM) em adaptação baseada em ecossistemas (EbA) para a construção de resiliência climática.
Esta iniciativa é informada pela urbanização acelerada que a área metropolitana de Maputo está a experimentar, que é influenciada pelo crescimento populacional e económico, alterações climáticas e outros factores, colocando uma maior procura de recursos naturais e uma pressão excePcional sobre os sistemas naturais.
A AGM é anfitriã do projecto para o reforço das políticas de planeamento e capacidades institucionais relacionadas com a adaptação, denominado "Construir resiliência na zona costeira através de abordagens de adaptação baseadas em ecossistemas (EbA) na Área do Grande Maputo (AGM)".
O projeto é financiado pelo Fundo Global do Ambiente (GEF) para os Países Menos Desenvolvidos (LDCF), implementado pelo UNEP e executado pelo Ministério da Terra e Ambiente com o apoio do UN-Habitat no planeamento de ações e no reforço de capacidades para Adaptação baseada no Ecossistema (EbA).
O EbA, que está a receber cada vez mais atenção da comunidade internacional, é definido como o uso da biodiversidade e dos serviços dos ecossistemas como parte de uma estratégia de adaptação global para ajudar as pessoas a adaptarem-se aos efeitos adversos das alterações climáticas.
Durante um workshop de indução do quadro de capacitação institucional e técnica realizado recentemente em Maputo, a Directora Nacional do Ambiente, Guilhermina Amurane, sublinhou que a EbA tem potencial para servir de base de aprendizagem no país e reduzir os riscos associados às alterações climáticas.
"Com a implementação deste projecto, será também reforçada a capacidade institucional e técnica das autoridades municipais e distritais para avaliar o impacto do EbA nas zonas urbanas, periurbanas e costeiras da Área do Grande Maputo", disse Amurane.
Ela ainda lembrou que os efeitos das mudanças climáticas representam um grande desafio para a adaptação dos ecossistemas em Moçambique, e enfatizando a importância do EbA num contexto em que os ecossistemas desempenham um papel vital na sustentabilidade das famílias.
Entre as várias áreas abordadas por EbA, uma delas centra-se na capacitação das comunidades, como explica a Coordenadora Nacional do Projecto, Sónia Silveira.
"O EbA inclui a componente de capacitação comunitária, que visa reforçar as necessidades destas comunidades para adoptarem a abordagem de adaptação baseada nos ecossistemas, incluindo a restauração de ecossistemas como os mangais”, afirmou Silveira. “Além disso, o EbA procura oferecer meios alternativos com base nas necessidades das comunidades".
O Chefe do Programa do UN-Habitat em Moçambique, Wild Do Rosário, reafirmou o apoio contínuo ao governo em vários eixos estratégicos.
"O UN-Habitat e o UNEP continuarão a apoiar o Governo de Moçambique e a promover mudanças transformadoras nas cidades e assentamentos humanos através da partilha de experiências, assistência técnica e acções colaborativas para garantir que ninguém e nenhum lugar seja deixado para trás", declarou Wild Do Rosário.
O Relatório de Risco Global de 2022 aponta Moçambique como o sétimo país do mundo e o primeiro em África com alto risco de desastres.
Os resultados esperados desta iniciativa reflectem, entre outras, as aspirações do Quadro de Cooperação para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas para Moçambique 2022-2026, a Nova Agenda Urbana, e o Objectivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 11 sobre as cidades e o ODS 13 sobre o clima.