MAPUTO, Moçambique - Profissionais de comunicação especializados em direitos humanos e democracia em Moçambique refletem na melhora da cobertura do continente africano. Os debates acontecem até quarta-feira em Macaneta, no sul.
A ONU News, em Maputo, falou com participantes na capacitação. Neide Matsinhe, do Jornal Moçambique, destacou a importância do domínio dos temas tratados na rotina profissional e como cidadã.
Respeito aos direitos humanos
“Depois desta formação eu vou poder fazer textos mais coesos com uma capacidade de poder dar a conhecer aquilo que eu sei como citar. Antes fazia textos sim, mas de uma forma aleatória, mas agora vou sair mais capacitada no sentido de tocar num assunto e saber como defender cada ponto a ser tratado”.
Já Hermenegildo Sócrates, jornalista da rede de comunicação Miramar, apela que a iniciativa seja replicada por outras entidades.
“Aqui vão nos munir de conhecimentos de como tratar em linguagem apropriada por aquilo que diz respeito os direitos humanos e também aos instrumentos já previamente ratificados pelo nosso país. É de incentivar ideias do gênero para que muitas outras organizações que trabalham em prol do desenvolvimento sustentável das comunidades, de um país no seu todo, possam fazer o seu papel também contando com os órgãos de comunicação social que são um veículo indispensável naquilo que lhe diz respeito a condução de vários instrumentos que são rubricados”.
O seminário faz parte do projeto “Acelerar a Ratificação, Domesticação e Implementação dos Tratados da União Africana”, uma parceria envolvendo a União Africana e o Programa da ONU para o Desenvolvimento, PNUD.
Cartas Africanas
A meta é capacitar os jornalistas em relação à implementação dos Tratados da União Africana. As sessões enfatizam a Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos, a Convenção da União Africana sobre Prevenção e Combate à Corrupção e a Carta Africana sobre Democracia, Eleições e Governação.
O alvo principal da iniciativa é garantir que sejam abordadas mensagens sobre a situação dos direitos humanos, incluindo as questões sensíveis ao gênero.
Na abertura do evento, na segunda-feira, o chefe interino da Unidade de Governação e Coesão Social do Pnud em Moçambique, Arsénio Paulo, garantiu apoio técnico a iniciativas que envolvam o governo e a sociedade civil.
“Gostaria de reiterar o compromisso do Pnud de continuar a apoiar iniciativas similares, em colaboração com o Ministério da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, demais entidades públicas e as Organizações da Sociedade Civil, de modo a contribuir para uma melhor proteção e promoção dos Direitos Humanos, o acesso a justiça e para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e que seja a bem dos direitos humanos em Moçambique”.
Moçambique e São Tomé e Príncipe
Moçambique é um dos seis países acolhendo o seminário na África, ao lado de São Tomé e Príncipe, Quênia, Senegal, Burquina Fasso e Tunísia.
No final da formação, os participantes devem ser capazes de implementar os três tratados abrangidos pelo projeto e disseminar mensagens sobre a situação em Moçambique de forma aprofundada sobre questões sensíveis ao gênero.
A Liga das ONG’s em Moçambique implementa o seminário com o apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Pnud.
O evento conta com 30 participantes entre jornalistas, colaboradores de instituições do governo e da sociedade civil.