Discurso da Coordenadora Residente da ONU durante a Reunião Preparatória para a COP28

MAPUTO, Moçambique

• Sua Excelência Ministra da Terra e Meio Ambiente, Sra. Ivete Maibaze;
• Distintos membros do Governo, da sociedade civil, da família das Nações Unidas e do corpo diplomático;
• Senhoras e senhores;

Bom dia a todos.

É uma honra estar aqui hoje nesta reunião preparatória da 28ª Conferência das Partes na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas.

Agradeço a Sua Excelência Ministra da Terra e Ambiente, Senhora Ivete Maibaze, pela organização desta reunião.

Como disse o Secretário-Geral da ONU na Semana do Clima em África, “uma injustiça arde no coração da crise climática e a sua chama está a queimar esperanças e possibilidades aqui em África”.

É inegável, estamos perante uma emergência climática e Moçambique está na linha da frente.

As mudanças climáticas estão a aumentar a incidência de eventos extremos que afectam as pessoas, a perda de vidas, de meios de subsistência, de infra-estruturas subjacentes e de poupanças.

Impõem também custos adicionais e agravantes ao país, o que reduz ainda mais a capacidade dos governos para satisfazer as necessidades de desenvolvimento.

Construir resiliência ambiental, social e económica às alterações climáticas é um imperativo absoluto.

O ciclone Freddy, um dos ciclones mais fortes já registados no hemisfério sul e o ciclone tropical mais duradouro, atingiu Moçambique duas vezes este ano. No entanto, os danos infligidos poderiam ter sido muito maiores.

Celebramos a preparação bem sucedida que levou a um número muito baixo de perdas de vidas em comparação com o que aconteceu há quatro anos com o Ciclone Idai, bem como o forte investimento na resiliência. Esta é uma conquista notável.

Os esforços de Moçambique em acções antecipadas e investimento em sistemas de alerta precoce servem como uma lição valiosa para todo o continente africano.

Parabéns a todos vocês. Parabéns pelo seu trabalho duro. E parabéns pelo seu papel crucial na protecção das pessoas, do planeta e da prosperidade de todos os moçambicanos.

Senhoras e senhores,

Dentro de dois meses, terá lugar no Dubai a COP28, a primeira avaliação global para alinhar o mundo com os objetivos do Acordo de Paris.

Gostaria de reafirmar o compromisso da ONU em continuar a apoiar as instituições na luta contra as alterações climáticas e a apoiar Moçambique na sua preparação para a COP28.

Moçambique acedeu a fundos verticais para combater as alterações climáticas. O país é um piloto do “Programa de Alerta Prévio para Todos” do Secretário-Geral. É líder da SADC na protecção da natureza com o lançamento da Plataforma Florestal de Miombo, bem como líder regional na Agenda da Economia Azul.

Moçambique também tem boas práticas na adaptação baseada nos ecossistemas, nos sistemas alimentares, na transição energética, na criação da sua Estratégia Nacional de Urbanização e no seu primeiro Relatório de Actualização Bienal - um documento chave no mecanismo da UNFCCC.

Todos estes são pilares fundamentais da COP28 e tenho a certeza que Moçambique será capaz de mostrar ao mundo as suas boas práticas e experiências e também procurar formas de as financiar.

Senhoras e senhores,

Através do novo Quadro de Cooperação entre o Governo de Moçambique e a ONU, continuaremos a apoiar a acção climática robusta do país e as suas prioridades nacionais.

Felicito Sua Excelência a Ministra Ivete Maibaze por ser um dos Embaixadores Globais do Local Climate Adaptive Living Facility (LoCAL) do UNCDF e por ser a voz dos Países Menos Desenvolvidos em plataformas globais centradas no clima e no ambiente.

A ONU está pronta a apoiar Vossa Excelência na partilha de boas práticas moçambicanas a nível regional e global e na procura de mais apoio político e aprovação para a acção climática.

Conte com o nosso apoio para mobilizar esforços para colmatar a lacuna de financiamento climático, bem como para promover o acesso ao financiamento climático em favor de ações de adaptação lideradas localmente.

Ao fazer a paz com a natureza e colocar as comunidades e as suas vozes no centro deste processo, podemos restaurar os ecossistemas e impulsionar uma transformação que contribuirá para alcançar a prosperidade e a paz duradouras.

Utilizemos a preparação para a COP28 como base para um Moçambique próspero, inclusivo e mais resiliente para todas as pessoas.

Conte com o apoio das Nações Unidas! Conte com meu apoio.

Obrigada.