Dia Mundial Humanitário: Conheça alguns dos nossos trabalhadores humanitários
Conheça alguns trabalhadores humanitários de todo o mundo que estão na linha de frente para salvar e mudar vidas em Moçambique.
MAPUTO, Moçambique - No dia 19 de agosto, comemora-se o Dia Mundial Humanitário em que a comunidade de trabalhadores humanitários é celebrada. São milhares de pessoas que se esforçam diariamente para tornar o mundo um lugar melhor para todos, independentemente das circunstâncias.
Este ano, a campanha do Dia Mundial Humanitário das Nações Unidas quer mostrar o compromisso inabalável de prestar assistência às comunidades que servimos.
Os humanitários não têm outro propósito senão salvar e proteger vidas, e prover às necessidades básicas da vida, lado a lado com as comunidades que servem e às que trazem esperança.
Conheça alguns dos trabalhadores humanitários de todo o mundo que se uniram ao Programa Mundial para a Alimentação (PMA) em Moçambique, mostrando-nos que o desejo de mudar o mundo transcende fronteiras e culturas.
Conor Hollywood (Irlanda) - Associado de Relatórios
Conor cresceu com um profundo interesse pelas desigualdades enfrentadas no âmbito internacional. Após os seus estudos em Londres, juntou-se à Cruz Vermelha no Afeganistão em 2021. Com a ajuda da embaixada irlandesa, foi-lhe oferecida a excitante oportunidade de se juntar ao PMA Moçambique em março de 2023, com 26 anos de idade.
Atualmente a trabalhar na unidade de Relações Externas do PMA Moçambique, Conor observa como as suas experiências de trabalho o fizeram compreender a grande importância de destacar e atrair a atenção para as crises humanitárias e para os mais vulneráveis.
"O que mais valorizo no PMA é o seu compromisso com a ajuda humanitária que salva vidas, ao mesmo tempo que reforça o bem-estar e a resiliência dos meios de subsistência das pessoas a longo prazo", afirma Conor.
Sanna Juntunen (Finlândia) – Oficial de Programa
Sanna estudou Geografia em Turku, na Finlândia. No início da sua carreira, trabalhou com desenvolvimento em várias agências, principalmente na África e na Ásia, e na gestão de crises no Afeganistão. Ao fazer a transição para o trabalho humanitário, Sanna iniciou no PMA como profissional júnior no Afeganistão em 2013, graças ao apoio do governo finlandês.
Sanna sempre quis conhecer culturas diferentes. "Lembro-me de dizer à minha tia, em criança, o quanto desejava trabalhar em outros países". Hoje, Sanna vive seu sonho, trabalhou no PMA no Afeganistão, na Somália e agora em Moçambique.
"Guardo com carinho os momentos em que me encontro com os beneficiários no terreno, como em Milange, Zambézia, quando contribuímos para o programa de proteção social sensível ao choque do governo", diz Sanna.
Depois de chegar ao PMA Moçambique, Sanna destaca como sempre valorizou os momentos em que se encontrou com os beneficiários no terreno, como em Milange, Zambézia, quando contribuiu para a implementação do programa de proteção social sensível ao choque em Moçambique, apoiado pelo PMA.
Miki Kato (Japão) - Voluntária da Agência de Cooperação Japonesa (JICA)
No Japão, Miki estudou nutrição, e acredita em soluções baseadas na ciência para problemas humanitários, particularmente na agricultura. Anos depois de ter estudado, e com a ajuda do programa da embaixada japonesa, Miki recebeu a proposta de mudar para Moçambique para trabalhar para o PMA em 2022. "Foi uma grande surpresa; um presente".
Miki trabalha principalmente nos distritos de Rivaue e Malema, na província de Nampula, para o projeto do Mercado Virtual de Agricultores e, na província de Tete, na formação em processamento de alimentos.
Ela valoriza muito os seus momentos no terreno, é motivada pela melhoria da vida dos agricultores locais e aprecia os momentos em que conhece pessoalmente os beneficiários.
"As vidas dos agricultores motivaram-me a seguir a área da nutrição. Eles são minha motivação", confirma Miki Kato.
German Vasconcelos (Nicarágua) – Oficial de Recursos Humanos
German cresceu numa pequena cidade da Nicarágua, Diriomo. Uma pessoa cheia de energia por natureza, ele atribui, em tom de brincadeira, a sua personalidade ao facto de ter crescido perto de um vulcão – de fato, ele nasceu em meio à devastação do furacão Mitch.
Na escola, um professor incentivou-o, bem como aos seus colegas, a participar em ações comunitárias, distribuindo alimentos e brinquedos às comunidades necessitadas nas redondezas.
Como filho de um consultor nacional da FAO, o pai e seus amigos, influenciaram-no muito, apresentando-o ao PMA logo aos 12 anos de idade. Aos 20 anos, German juntou-se ao PMA como estagiário na Nicarágua. Um ano mais tarde, mudou-se para o Panamá para iniciar sua carreira internacional no PMA antes de chegar a Moçambique.
Ele empenha-se pessoalmente na luta do PMA pela equidade de género, em especial no que se refere à igualdade de acesso à educação. German acredita firmemente na estratégia do PMA para abordar a desigualdade de género, e busca capacitar e acolher mais mulheres nacionais no PMA, como responsável de Recursos Humanos.
Ivelina Nunes (Angola) – Chefe da Cadeia de Abastecimento do PMA, Moçambique
Nascida e criada em Angola, Ivelina cresceu numa quinta nos arredores de uma pequena cidade chamada Cululo. Apesar de ter vivido a sua vida em várias partes de Angola e noutros países, ela e a sua família sempre chamaram "casa" ao Cululo.
As suas primeiras experiências no mundo humanitarismo vieram da sua família, onde testemunhou os esforços do pai para melhorar a qualidade de vida dos habitantes das zonas rurais. Em 1975, Ivelina deixou Angola e foi para Portugal, regressando a Angola apenas em 1989.
Três meses depois de regressar, Ivelina juntou-se à Save the Children, depois UNICEF alguns anos mais tarde. Ivelina continuou a sua carreira trabalhando para o Centro de Logística Conjunto das Nações Unidas, e ajudou a coordenar as agências da ONU em operações humanitárias em Angola.
Em 1991, juntou-se ao PMA Angola, testemunhou o crescimento da organização de 5 para várias centenas de pessoas. Ao longo da sua empolgante carreira, Ivelina trabalhou em toda a África em várias agências da ONU, guardando com carinho as amizades que cultivou pelo mundo.
Ivelina valoriza sobretudo a diversidade internacional do PMA e os benefícios que daí advêm, como a variedade de perspectivas e a criatividade na procura de soluções para problemas complexos. "Lembro-me que tínhamos de aterrar um avião numa colina para entregar ajuda humanitária, parecia impossível, mas com a mentalidade 'tudo é possível' dos nossos pilotos sul-africanos, conseguimos construir uma pista de aterragem improvisada e conseguimos".
Lena Schubbman (Alemanha) - Consultora de Programas e Políticas
Lena cresceu perto de Hamburgo, na Alemanha, estudou Economia e Relações Internacionais. Por meio de um programa de bolsas do governo Alemão, ela juntou-se ao PMA Guatemala há seis anos, depois foi para o PMA Venezuela e agora está em Moçambique há quatro meses.
"Cheguei no meio do ciclone Freddy, fiquei muito impressionada com a determinação e a mobilização da nossa agência para enfrentar a crise", comenta Lena, destacando o espírito de equipa e a cooperação que testemunhou em primeira mão.
Apaixonada pela resposta à crise climática e pelo trabalho em resiliência climática nas comunidades vulneráveis, ela é grata pelo seu trabalho, pois pode, por um lado, organizar a estratégia em diferentes níveis de implementação do programa e, por outro, tem a chance conectar-se diretamente com os beneficiários no terreno.
Ela também aprecia a oportunidade de conhecer muitos meios de subsistência diferentes e a diversidade dos seus colegas, que trazem perspectivas diferentes.
Helga Gunnell (Islândia) – Oficial de Género e Proteção
Nascida em Inglaterra, e criada na Islândia, Helga sempre se interessou por conhecer pessoas de diferentes origens e culturas, tornando-se cada vez mais consciente do tratamento diferenciado de certos grupos, das concentrações extremas de riqueza e do contraste com a pobreza extrema circundante.
Desejosa de compreender melhor o que está por detrás destas desigualdades e como resolvê-las, estudou Relações Internacionais e Estudos de Desenvolvimento antes de fazer um mestrado em Violência, Conflito e Desenvolvimento.
Helga ingressou no PMA Moçambique como consultora de gênero em janeiro de 2019 com o apoio do Ministério das Relações Exterriores da Islândia.
Ela chegou apenas alguns meses antes de o ciclone Idai atingir o país. Embora ainda fosse nova no PMA, o enorme impacto do ciclone criou um fluxo enorme de diferentes organizações para responder à emergência.
"Por consequência, aumentou a necessidade de fornecer informações à população afetada e os riscos significativos de exploração e abuso sexual levaram-me a liderar a criação de uma linha direta inter-agências, Linha Verde 1458, em nome da comunidade humanitária, através do grupo de proteção", afirma Helga. A Linha Verde tornou-se a primeira linha direta inter-agências na África Austral.
"Tenho orgulho em dizer que, desde então, inspirámos outras linhas diretas semelhantes noutros países".