Chefe da OMS anuncia apoio para melhor infraestrutura hospitalar em Moçambique
14 julho 2023
Diretor-geral da Organização Mundial da Saúde confirma apoio técnico e mobilização de fundos para remodelação e construção de infraestruturas hospitalares.
MAPUTO, Moçambique - Uma parceria para reforçar a qualidade e equipamentos de hospitais e postos de saúde em Moçambique foi anunciada pelo Diretor-Geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Ghebreyesus, em visita ao país esta semana.
"Concordamos que são necessários mais investimentos na saúde após a COVID-19", declarou Tedros Ghebreyesus, aludindo ao encontro que manteve com o Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi.
O Diretor-Geral da OMS explicou que o encontro com o Presidente moçambicano permitiu analisar os "investimentos necessários" para a concretização do programa "Um distrito, um hospital", de "unidades básicas de saúde através da uma nova plataforma de investimentos de impacto" no setor da saúde em Moçambique.
O chefe da OMS informou ainda que a agência da ONU deverá prestar apoio técnico para mobilizar fundos e melhorar as condições da rede hospitalar pública em Moçambique.
“Continuaremos a apoiar Moçambique tecnicamente para alcance deste objetivo; Vamos mobilizar fundos para apoio financeiro ao governo moçambicano; Pedimos apoio dos doadores setor privado e a sociedade civil para ajudar a realizar esta iniciativa “Um distrito, Um hospital” – afirmou o Diretor-Geral da OMS.
Tedros Ghebreyesus contou que é desejo da OMS que todos os moçambicanos tenham facilidade de acesso ao hospital de maneira gratuita. Ele defende que a agência vai ajudar no desenho de infraestruturas sustentáveis.
Visita a Boane
Tedros Ghebreyesus esteve no centro de saúde de Boane, na Província de Maputo, e na comunidade Manguisa, onde teve a oportunidade de conversar com as agentes comunitárias de saúde Lise Chongo e Manuense Rodrigues Machava.
Lise ainda estuda um dia para ser enfermeira, enquanto Manuense trabalha há 43 anos no centro de saúde de Boane. Ambas apresentaram as suas pacientes Ana Machavane e a sua neta Saldona para o Diretor-Geral da OMS.
Durante a conversa com as suas pacientes e o Diretor-Geral, as agentes acomunitárias forneceram aconselhamento sobre malária, diarréia e hipertensão, assim como apoio ao planejamento familiar e administram o tratamento do HIV aos seus pacientes.
“Agradeci pelo trabalho árduo e assegurei que a Organização Mundial da Saúde está trabalhando com o governo de Moçambique para melhorar o apoio a todos os profissionais de saúde”, afirmou o Dr. Tedros durante a conversa.
Num outro desenvolvimento, Ghebreyesus destacou a necessidade do fortalecimento dos cuidados primários, com destaque para as aldeias, pois é nestes locais onde as actividades de prevenção e promoção de saúde devem ocorrer com viemencia.
"Os cuidados de saúde primários tem se mostrado a chave para o controlo de várias doenças; Por isso, recomendo vivamente a aposta que o sector da saúde de Moçambique tem adoptado no sentido fazer uma interacção cada vez mais profícua e didáctica com as comunidades" - Dr. Tedros.
O Diretor-Geral da OMS esteve acompanhado pelo Vice-Ministro da Saúde em Moçambique, Ilesh Jane, na visita ao centro de saúde. O Vice-Ministro considerou a presença do chefe da OMS, um momento oportuno para abordagem de questões relacionadas com a melhoria do acesso da população moçambicana aos serviços de saúde.
“Aproveitamos também a presença do Diretor-Geral da OMS, aqui em Moçambique, para ter uma série de outras discussões mais de nível técnico sobre o nosso sistema de saúde", comentou o Vice-Ministro da Saúde, Ilesh Jane.
Principalmente, "sobre como este nosso sistema deve estar integrado desde o que fazemos a nível da comunidade, até o que fazemos ao nível das nossas instituições especializadas como como hospitais de referência”, continuou o Vice-Ministro da Saúde.
Na ocasião foi anunciado que, em breve, peritos interacionais estarão em Maputo para trabalhar com especialistas moçambicanos, a fim de avaliarem as necessidades relacionadas com as infraestruturas hospitalares no país.