NOVA IORQUE, EUA - O Tabaco é um dos produtos que causa a morte de milhões de pessoas por ano em todo mundo.
Neste Dia Mundial Sem Tabaco, a ONU News em Maputo ouviu ex-fumadores que contam como foi o início do seu percurso de fumador até o momento em que abandonaram o vício.
Carla Silva Matos é atualmente especialista em Saúde Pública. Ela disse que tudo começou com as amizades, mas recorda que as campanhas de publicidade sobre o produto também a influenciaram. Ela conta que as publicidades disponíveis no passado transmitiam a imagem de que quem fumasse era adulto.
Influência do tabaco
“Não só as amizades, mas também o fato de o cigarro aparecer como uma coisa normal e cheia de estilo, depois penso que também nós não tínhamos informação. A juventude de hoje é diferente em termos de acesso à informação daquilo que faz bem ou faz mal. Eu lembro me que na altura, a mulher que fumava tinha a conotação de ser mulher de má vida”.
O percurso da Carla Silva Matos é semelhante ao do médico João Schwalbach. O profissional também ficou influenciado pelas amizades e pelo impacto da publicidade. Mas a decisão do abandono do tabaco foi pessoal.
Abandono
“Deixo de fumar por uma razão de razão. Eu era na altura diretor da Faculdade de Medicina na Universidade Eduardo Mondlane e achava um bocado ridículo, contraditório, como médico, professor e como diretor dizer que não se podia fumar na faculdade. Que a pessoa não devia fumar, porque já sabia que o cigarro tinha grandes malefícios e eu próprio fumava. Não fazia sentido, então um dia decidi vou deixar de fumar e deixei”.
Sem arrependimento, Carla Silva Matos, diz que o abandono do tabaco foi a melhor escolha. Apesar de não ter sido a primeira a abandonar o cigarro, a sua atitude influenciou alguns familiares.
Benefícios
“Para os mais jovens, para as minhas sobrinhas, manteve-se aquela vontade de não fumar, porque viam a mãe mais bonita. Já não cheira tabaco. Agora dá gosto dar beijinho, estar no colo e brincar com a mãe, porque já não cheira tabaco…então, estes são benefícios que eu acho que vale a pena partilhar com as pessoas, porque eu acho que foi muito bom”.
O tabaco é um dos produtos que causa a morte de milhões de pessoas por ano em todo mundo.
Moçambique figura nas estatísticas da Organização Mundial da Saúde, OMS, com números que preocupam, segundo a especialista de de Programa para as Doenças não transmissíveis no país, Raquel Dulce Mahoque.
Estatísticas da OMS
“Nós temos 13,7% da nossa população adulta que consome tabaco e 2,3 % de crianças dos 13 aos 17 anos que consomem tabaco. Mais de metades de crianças na mesma idade, dos 13 aos 17 anos, estão expostas ao fumo passivo do tabaco. Em Moçambique, por ano, o tabaco mata cerca de 9,3 mil pessoas. E referir que 73% destas mortes, são mortes abaixo dos 70 anos, são mortes prematuras que podiam ser evitadas”.
O Dia Mundial Sem Tabaco, 31 de maio foi criado em 1987. A OMS alerta sobre as doenças e mortes evitáveis relacionadas com o tabaco.