MAPUTO, Moçambique - A Organização Mundial da Saúde, OMS, alertou para os estragos causados com a passagem do ciclone Freddy pelo sul da África.
Comunidades inteiras ficaram sem assistência médica, após a tempestade tropical destruir ou alagar mais de 300 postos de atendimento e hospitais.
Saúde mental e traumas
Em países como Moçambique, Madagascar e Malauí, o ciclone aumentou os riscos de saúde pública com uma alta nos casos de cólera, malária, Covid-19 e doenças prevenidas por vacina. Uma outra preocupação é o aumento de mal nutrição e a necessidade de apoio para saúde mental e traumas.
A OMS informou que no Malauí e em Moçambique, o ciclone chegou em meio a um surto de cólera. Os casos mais que dobraram no país de língua portuguesa, na semana passada, pulando de 1023 para 2374.
Já no Malauí, existe uma queda de infecções ainda que o Freddy ameace acabar com os avanços feitos para reduzir a doença.
A diretora regional da OMS na África, Matshidiso Moeti, disse que sua equipe está tentando entender o impacto do ciclone, que atravessou o país duas vezes em menos de um mês.
Investimentos em água e saneamento
Mais de 1,4 milhão de pessoas em três nações africanas foram afetadas pelas fortes chuvas, cheias e destruições extensivas. Com isso, as instalações de saúde estão sobrecarregadas.
Escolas, casas, estradas e outras partes da infraestrutura foram destruídas ou danificadas. O ciclone também inundou faixas de terras agrícolas.
A agência da ONU alerta sobre a urgência de uma assistência humanitária coordenada para apoiar as populações afetadas a lidarem com a crise e construir a resposta ao desastre.
Até agora, a OMS destinou US$ 7,9 milhões para os países atingidos com 184 toneladas de tratamento e suprimentos médicos, além do apoio com treinamento a 1,5 mil agentes de saúde das três nações afetadas.
Mesmo que seja facilmente tratável, o cólera precisa de investimento para ser erradicado assim como melhorias no acesso à água potável e ao saneamento básico.
Ao todo, 14 países africanos notificaram surtos de cólera que estão sendo agravados por eventos climáticos extremos e conflitos locais.