Despedindo-se das Armas

MAPUTO, Moçambique - Jonas carrega os sinais físicos dos anos de conflito. Contudo, hoje, suas mãos se despediram das armas. Substituída a espingarda pela enxada, concentra os seus esforços na agricultura, sustentando-se a si e à família com o cultivo de sorgo e milho.

Jonas ingressou na Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) em 1980 quando jovem. Deslocou-se por inúmeras bases militares por todo o país, desde as províncias de Manica e Sofala até Tete e Inhambane.

No dia da assinatura do Acordo de Maputo para a Paz e Reconciliação Nacional entre o Governo de Moçambique e a Renamo, Jonas esteve na província de Manica. Após décadas de serviço, ele estava cansado.

Agora, após a sua desmobilização no âmbito do Acordo de Maputo, tem a oportunidade de regressar à sua família.

Jonas está empenhado em nunca mais pegar em armas. Em dois hectares, cultiva sorgo e milho e, com o tempo, pretende expandir-se para gergelim e amendoim. ‘Ainda tenho forças’, afirma alegremente.

A machamba (campo) em que trabalha, localizada perto da cidade da Beira, no centro de Moçambique, não só melhorou a sua vida, mas também a de toda a comunidade.

"Peço ajuda aos meus vizinhos para fazer a capina; Em troca, pago-lhes algum dinheiro, durante a colheita também", afirma Jonas. Agora, de volta e prosperando em sua comunidade, ele planeja o futuro com a promessa de uma paz duradoura.

Acordo de Maputo para a Paz e a Reconciliação Nacional

Testemunhado por vários ex e atuais presidentes do continente africano, o Acordo de Maputo, assinado em agosto de 2019, facilitou o fim de anos de conflito, buscando trazer a paz definitiva a Moçambique.

Para apoiar a implementação do Acordo de Paz e o programa de desarmamento, desmobilização e reintegração, o Secretário-Geral das Nações Unidas nomeou Mirko Manzoni como seu Enviado Pessoal para Moçambique.