O Secretariado para o Processo de Paz apoia os esforços do Governo e da RENAMO para reintegrar ex-combatentes e dar-lhes a oportunidade de uma vida pacífica.
MAPUTO, Moçambique - Celestina* quer paz. Ex-Tenente Coronel da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), ela sonha construir a sua casa e trabalhar na sua nova área.
Tal como outros ex-combatentes no centro de Moçambique, ela espera cultivar os seus próprios vegetais e verduras e estar novamente com a sua família.
Celestina tornou-se um dos milhares de ex-combatentes da Renamo que têm participado no processo de “desarmamento, desmobilização e reintegração” (DDR), instituído nos termos do Acordo de Maputo para a Paz e Reconciliação Nacional.
O DDR é uma componente central do Acordo de Maputo, o acordo de paz entre o Governo de Moçambique e a Renamo, que formalmente pôs fim a décadas de conflito e insegurança e uniu as comunidades quando assinado em 2019.
“Precisava voltar para casa e entregar armas que não são mais minhas”, diz Celestina*.
Agora, ela está aprendendo novas habilidades ao lado de membros da comunidade que deixou há mais de 20 anos e se reconectando com sua família.
Celestina elogia os benefícios que os beneficiários do DDR recebem, que incluem kits de reinserção e subsídios para apoiar sua transição para a reintegração em suas comunidades. Concebido como um apoio temporário para facilitar sua transição para a vida civil, os benefícios incentivam novos começos. “Quero voltar a plantar”, comenta Celestina com alegria e esperança nos olhos.
Com base em sua experiência positiva de participação em atividades de DDR, ela incentiva seus colegas que em breve ingressarão no processo.
“Eles devem vir; o processo de DDR e suas famílias os aguardam de braços abertos”, afirma.
Galício António, funcionário do Governo local do Distrito da Gorongosa, partilha os sentimentos de Celestina e fala da importância da reconciliação. “Eles voltaram e estão produzindo de novo”, declara. “Eles estão educando seus filhos e se integrando na vida social; eles estão agregando à nossa comunidade”.
As esperanças de Celestina são semelhantes às de outros beneficiários do DDR e comunidades afetadas pelo conflito em Moçambique: eles querem construir vidas novas e produtivas para si, suas famílias e suas comunidades.
Ao apoiar estes sonhos de forma prática, a ONU, através do trabalho do Secretariado do Processo de Paz, está a apoiá-los para criar um futuro melhor para Moçambique.
"Estou muito feliz; A comunidade está feliz”, diz Celestina. “Esta paz deve continuar. Esta é a nossa vontade”.
Acordo de Maputo para a Paz e a Reconciliação Nacional
Testemunhado por vários ex e atuais presidentes do continente africano, o Acordo de Maputo, assinado em agosto de 2019, facilitou o fim de anos de conflito, buscando trazer a paz definitiva a Moçambique.
Para apoiar a implementação do Acordo de Paz e o programa de desarmamento, desmobilização e reintegração, o Secretário-Geral das Nações Unidas nomeou Mirko Manzoni como seu Enviado Pessoal para Moçambique.