Secretário-Geral lembra que centros urbanos geram mais de 80% do PIB global; Em Moçambique celebrações também comemoram os 20 anos da ONU-Habitat no país.
MAPUTO, Moçambique - A ONU comemora, neste 31 de outubro, o Dia Mundial das Cidades. Desde 2014, a celebração global é realizada em uma cidade diferente a cada ano. O objetivo é compartilhar experiências e abordagens à ação local, o que funcionou e o que é necessário para capacitar os governos locais e regionais a criar cidades mais verdes, mais equitativas e sustentáveis. A ação local é fundamental para alcançar as metas de desenvolvimento sustentável até 2030.
Em mensagem, o Secretário-Geral da ONU afirma que mais da metade de todas as pessoas vivem atualmente em áreas urbanas, e que até 2050, serão mais de dois terços de habitantes. António Guterres destaca que as cidades geram mais de 80% do PIB global e respondem por mais de 70% das emissões de carbono.
Ele ressalta que “muitas cidades já estão liderando a transição para energia renovável, estabelecendo metas líquidas credíveis e construindo infraestrutura resiliente ao clima”.
O chefe das Nações Unidas lembra que o próximo ano marca a metade do prazo para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODS. Mas que, apesar disso, no lugar do progresso há retrocessos da pobreza e fome à igualdade de gênero e na educação.
Guterres afirma que “as consequências são dramáticas: caos climático crescente, pobreza crescente, desigualdades crescentes e muito mais”.
Legenda: Para o secretário-geral, as ações que as cidades realizam localmente para criar um mundo sustentável repercutirão globalmente.
Conforme o tema deste ano, o secretário-geral relembra que “as metas são globais em escopo, mas a implementação é local”. Ele disse que encoraja a todos “a trabalhar com seus governos e cidades irmãs em todo o mundo para compartilhar experiências e ajudar a aumentar a ambição.”
Para o Secretário-Geral, as ações que as cidades realizam localmente para criar um mundo sustentável repercutirão globalmente. E as políticas transformadoras que lançadas atualmente podem catalisar mudanças que salvarão vidas e meios de subsistência em todos os lugares no futuro.
20 anos de presença da ONU-Habitat em Moçambique
Em Moçambique, o dia 31 de outubro também foi marcado pelas comemorações dos 20 anos de presença do Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat). O evento contou com a presença de parceiros de desenvolvimento, autoridadades nacionais, organizações da sociedade civil e membros da família das Nações Unidas.
"Como foi enfatizado no Fórum Urbano Mundial deste ano, a construção da resiliência deve estar no centro das cidades do futuro; É na cidade que se exercem os direitos à moradia, vida, saúde, igualdade, água, educação, como tantos outros" - Myrta Kaulard, Coordenadora Residente das Nações Unidas em Moçambique.
"A coerência do trabalho da ONU-Habitat e sua contribuição para os esforços coletivos da ONU em apoiar as prioridades de desenvolvimento de Moçambique são inegáveis", continuou a Coordenadora Residente.
Legenda: Da esquerda para a direita: Oficial Sénior para os Assentamentos Humanos e Responsável por Moçambique no Escritório Regional para África, Sr. Mathias Spalivieiro, Sua Excelência a Vice-Ministra das Obras Públicas, Sra. Cecília Chamutota, Coordenadora Residente da ONU, Myrta Kaulard, e Representante Residente da ONU-Habitat em Moçambique, Sandra Roque.
Nestes últimos 20 anos, a ONU-Habitat tem apoiado o Governo de Moçambique na resposta aos desafios da urbanização e resiliência. Por meio do novo Quadro de Cooperação entre ONU e Moçambique, "a ONU-Habitat continuará a fazê-lo através da Redução do Risco de Desastres; Resiliência Climática e Urbanização Sustentável", afirmou a Chefe da ONU Moçambique.
Para Mathias Spaliviero, Oficial Sénior para os Assentamentos Humanos e Responsável por Moçambique no Escritório Regional para África, "temos que pensar em mecanismos e ferramentas de planeamento e de gestão capazes de enfrentar esta dinâmica de urbanização, nos vários níveis a nas suas várias dimensões".
"A urbanização é um processo de desenvolvimento territorial que não pode ser parado. Temos de abraçá-lo e torná-lo uma oportunidade de desenvolvimento", Mathias Spaliviero.
"A ONU-Habitat está orgulhosa de trabalhar sempre com as comunidades; Temos que continuar a trabalhar com elas, porque elas melhor de que ninguém, sabem do que precisam; Temos que ouví-las; Temos que comunicarmos melhor com elas - Mathias Spaliviero.
Legenda: Escola na Cidade da Beira reconstruída por meio da iniciativa conjunta do ONU-Habitat, do Governo de Moçambique e de ONGS.
Para Sandra Roque, Representante Residente da ONU-Habitat, "é importante assinalar que não se trata de colocar o foco sobre as cidades em detrimento das zonas rurais [...] Não apenas a urbanização acontece igualmente nas áreas rurais, como as cadeias de valor fundamentais para o desenvolvimento rural estão estreitamente conectadas com os meios urbanos".
Em conclusão, a Chefe da ONU-Habitat no país agradeceu a equipa da entidade da ONU e reafirmou o seu comprometimento de trabalhar para contribuir com a urbanização resiliente de Moçambique.