ACNUR celebra 30 anos de apoio a bolsas de refugiados da DAFI, pedindo mais investimento em educação
25 outubro 2022
- Nos últimos 30 anos, o programa de bolsas de estudos DAFI, apoiado pela Alemanha, ajudou a transformar a vida e as perspectivas de vários jovens deslocados, reforçou o ACNUR, a Agência da ONU para Refugiados, ao pedir mais investimento no acesso ao ensino superior para refugiados para ajudar a realizar seu potencial.
NAMPULA, Moçambique - Nos últimos 30 anos, o programa de bolsas de estudos DAFI, apoiado pela Alemanha, ajudou a transformar a vida e as perspectivas de vários jovens deslocados, reforçou o ACNUR, a Agência da ONU para Refugiados, ao pedir mais investimento no acesso ao ensino superior para refugiados para ajudar a realizar seu potencial.
O programa de bolsas Albert Einstein German Academic Refugee Initiative (DAFI) transformou a vida de mais de 21.500 estudantes refugiados em todo o mundo, incluíndo Moçambique. Eles estão se especializando em áreas de medicina a administração de empresas, ciências sociais e comportamentais, matemática e ciências da computação, entre outras disciplinas.
“Ao longo de três décadas, o DAFI tem sido transformador, oferecendo oportunidades e esperança a milhares de estudantes refugiados, permitindo-lhes realizar seu potencial e mudar suas vidas para melhor”, disse Filippo Grandi, Alto Comissário da ONU para Refugiados. “É um modelo comprovado que deve ser ampliado para ajudar a garantir que alcancemos nossa meta de 15 por 30 – obter 15 por cento dos refugiados no ensino superior até 2030”.
Em seu relatório DAFI de 2021, ‘Higher Education: Now is the Time’, o ACNUR alerta para a crescente disparidade na qualidade da educação e no acesso entre países de alta e baixa renda, onde a maioria dos refugiados está hospedada. A reabertura desigual das escolas após a pandemia do COVID-19 aumentou o risco de reverter os ganhos duramente conquistados.
Até o final de 2021, mais de 8.300 jovens refugiados de 53 países estavam matriculados em bolsas DAFI em 55 países, um salto impressionante de quase 1.000 estudantes em comparação com a quota de 2020. As estudantes do sexo feminino representaram 41 por cento do total, e alcançar a paridade de gênero continua sendo um objectivo central do programa.
O ano passado atraiu pedidos recordes de mais de 15.800, reflectindo o aumento da demanda e a maior necessidade de investimento em bolsas de estudos superiores e oportunidades para refugiados.
Ainda assim, a matrícula de refugiados no ensino superior é de apenas 6%, embora continue uma tendência ascendente de apenas 1% há apenas alguns anos.
“Devido às restrições da comunidade anfitriã, custos severos e barreiras financeiras, a falta de oportunidades de emprego, a barreira do idioma e outros factores, o acesso ao ensino superior para um refugiado parece impossível”, disse Khatira, um graduado do programa DAFI”.
Hoje, para macar as celebrações dos 30º aniversário do programa DAFI, o ACNUR realiza em Nampula, no Hotel Plaza, das 12.00H as 16.00H, uma cerimônia alusiva a efeméride. No evento serão partilhadas histórias de sucesso e desafios de estudantes refugiados que participam do DAFI em Moçambique.
