Dia Internacional da Juventude busca pontes com outras faixas etárias
12 agosto 2022
Legenda: Raparigas na escola se posicionam contra o casamento infantil. Em Moçambique, as raparigas com idades compreendidas entre os 15 e os 17 anos que frequentam a escola têm cerca de 8 vezes menos probabilidades de casar quando criança do que as raparigas que nunca frequentaram ou abandonaram a escola (fonte: censo 2017). Capacitar as raparigas e mantê-las na escola são, portanto, dois componentes-chave do Programa Global UNFPA-UNICEF para Acabar com o Casamento Infantil.
Data ressalta que a cooperação de gerações jovens e mais experientes é fundamental para resolver os desafios e urgências causados pela emergência climática.
MAPUTO, Moçambique - Segundo as Nações Unidas, o mundo tem 1,2 bilhão de pessoas entre 15 e 24 anos ou 15,5% da população global. Neste 12 de agosto, a organização celebra o Dia Internacional da Juventude.
Este ano, o tema é “Solidariedade entre gerações: criando um mundo para todas as idades” para combater o etarismo e construir pontes entre as gerações.
Segundo o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, em mensagem comemorativa por ocasião da data, os problemas do mundo são muito vastos para que qualquer grupo etário fique de fora das soluções.
"O tema deste ano nos lembra de uma verdade básica: precisamos que pessoas de todas as idades, jovens e idosos, unam forças para construir um mundo melhor para todos" - Secretário-Geral da ONU, António Guterres.
A data quer alinhar todas as gerações para poder avançar na implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável com o relatório do secretário-geral da ONU, “Nossa Agenda Comum”. O documento convida os legisladores a ouvir e incluir os jovens em suas políticas.
A a juventude não espera mais por um convite ou permissão, mas se organiza com seus pares e inicia movimentos para gerar mudança.
Os jovens também são mais pragmáticos e mudam de posição para serem leais àqueles que são leais a seus temas e interesses.
"Quando os jovens são excluídos das decisões que estão sendo tomadas sobre suas vidas, ou quando os mais velhos não têm a chance de serem ouvidos, todos nós perdemos" - Secretário-Geral da ONU, António Guterres.
Um dos exemplos de ativismo político na adolescência ou juventude é o da sueca Greta Thunberg, que ficou conhecida ao fazer greve na escola, toda sexta-feira, para chamar a atenção do mundo para a crise climática.
Convidada pelo Secretário-Geral da ONU para discursar no hall da Assembleia Geral em 2019, Greta perguntou aos líderes internacionais na plateia, entre eles o presidente dos Estados Unidos, como eles se “atreviam” a não cuidar do planeta que era o futuro dela e de crianças na idade dela. A adolescente disse a todos que tinha raiva da situação.
Assim como Greta, outros jovens pelo mundo falam diretamente a líderes políticos, alçam suas vozes e exigem soluções de governos e de grandes empresas no setor privado.
Desde que a Assembleia Geral instituiu o Dia Internacional da Juventude, em 12 de agosto de 1999, a proposta tem sido envolver a participação dos jovens em assuntos que dizem respeito a eles.
Ao pensar o tema deste ano, as agências da ONU lembram que o etarismo, ou o preconceito com a pessoas por causa de sua idade avançada, é uma discriminação que tende a se cruzar com sexismo e racismo e pode ter efeitos arrasadores sobre a saúde e a participação em várias esferas.
A ONU afirma que além de preconceitos relacionados a faixas etárias, os jovens também suportam um fardo desproporcional das crises ambientais, enfrentadas atualmente pelo mundo.
"Não basta ouvir os jovens – precisamos integrá-los nos mecanismos de tomada de decisão nos níveis local, nacional e internacional" - Secretário-Geral da ONU, António Guterres.
De acordo com o Secretário-Geraal, "precisamos garantir que as gerações mais velhas tenham acesso à proteção social e oportunidades para retribuir às suas comunidades e compartilhar as décadas de experiência vivida que acumularam".
Pesquisas indicam que muitos jovens se sentem frustrados e ignorados, o que cria um senso de injustiça, que nos últimos anos, tem sido alimentado pelo ativismo climático da juventude.
Um estudo recente, revela que as crianças nascidas em 2020 experimentam um aumento de duas a sete vezes mais que pessoas nascidas em 1960.
66% da população de Moçambique tem menos de 25 anos.
Legenda: Mentoras e participantes do Programa Rapariga Biz do UNFPA participam de jogo de futebol alusivo ao dia Internacional da Juventude de 2020 em Quelimane, Zambézia.
Para a Coordenadora Residente Interina das Nações Unidas em Moçambique e Representante Residente do Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA), Berángère Boëll, isso "representa um momento oportuno para colher os benefícios do dividendo demográfico e promover uma transformação económica e social, rápida e sustentável".
Em evento alusivo ao Dia Internacional da Juventude, Berángère Boëll afirmou que "isto só pode ser alcançado através de investimentos na educação, saúde, igualdade de gênero, e no empoderamento e emprego para a juventude".
De acordo com a Coordenadora Residente Interina, à medida que o País se adapta a ambientes em mudança e com o foco em não deixar ninguém para trás, as Nações Unidas se comprometem a continuar a apoiar esforços para avançar o papel da juventude na ação humanitária e de desenvolvimento.