Moçambique entre vencedores de prêmio das Nações Unidas
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Prêmio Equador contempla 10 projetos de promoção do meio ambiente e sustentabilidade; distinção liderada pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.
MAPUTO, Moçambique - O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e parceiros anunciam os 10 vencedores do 13º Prêmio Equador, que reconhece dez povos indígenas e comunidades locais de nove países.
As organizações vencedoras demonstram como soluções inovadoras baseadas na natureza podem permitir que as comunidades atinjam suas próprias metas de desenvolvimento local, ao mesmo tempo em que constroem a resiliência da comunidade, mesmo em tempos de choques econômicos, ambientais, políticos e de saúde pública. O anúncio também marca o 20º aniversário da Iniciativa do Equador, reconhecendo 264 vencedores até o momento.
Os vencedores deste ano destacam o tema do Dia Internacional dos Povos Indígenas do Mundo: “O Papel das Mulheres Indígenas na Preservação e Transmissão do Conhecimento Tradicional”.
Quatro dos vencedores do Prêmio Equador deste ano são iniciativas lideradas por mulheres, todas as dez promovem a igualdade de gênero em sua comunidade e todas mostram a importância de colocar o conhecimento tradicional e as soluções baseadas na natureza no centro do desenvolvimento local.
Em um momento em que enfrentamos crises planetárias sem precedentes, é fundamental acelerar ações que protejam e restaurem os ecossistemas do mundo, e as mulheres indígenas estão na vanguarda desse trabalho.
Os vencedores, selecionados de um conjunto de mais de 500 indicações de 109 países, são do Brasil, República Democrática do Congo, Equador, Gabão, Gana, Panamá, Papua Nova Guiné, Moçambique e Argentina.
Os vencedores do Prêmio Equator receberão US$ 10.000 e a oportunidade de participar de uma série de eventos virtuais especiais associados à Assembleia Geral da ONU, ao PNUD Nature for Life Hub, COP 27 no Egito e COP 15 em Montreal.
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Ocen Revolution Moçambique
A Ocean Revolution Moçambique tem vindo a revitalizar as formas de convivência das comunidades locais da Baía de Inhambane com o mar; encontrar, orientar e criar redes de novos ativistas; e proteger e honrar o oceano como fonte de riqueza.
Esta organização preserva e protege habitats vitais de mangais e ervas marinhas na Baía de Inhambane usando práticas indígenas históricas.
Um deles é o conceito moçambicano de “Mukhedzisseli” ou sabedoria prática, regras culturais e espirituais passadas de geração em geração para estabelecer a relação entre o ser humano e a natureza.
Ao capacitar os membros da comunidade local para serem mergulhadores certificados, facilitar os programas de educação ambiental e apoiar as mulheres locais a buscar o ensino superior em conservação marinha, eles desenvolveram uma economia inclusiva e baseada na natureza neste ecossistema crítico na costa de Moçambique.
Por exemplo, a Bitonga Divers e a Ocean Revolution apoiam os alunos a fazer um mestrado em Biologia Marinha e Gestão Costeira na prestigiada Universidade Eduardo Mondlane.
Através do seu trabalho, a iniciativa uniu a ciência moderna e o conhecimento tradicional da comunidade para criar efetivamente empregos na ciência marinha e no turismo que restauram a Baía de Inhambane.