Discurso da Coordenadora Residente Interina da ONU durante a VII Conferência da Juventude

• Sua Excelência, Presidente da República de Moçambique, Engenheiro Filipe Nyusi;
• Ilustres Membros do Governo, do Corpo Diplomático e da família das Nações Unidas;
• Minhas Senhoras e Meus Senhores; e
• Caros Jovens.

Bom dia!

Permitam-me, em nome do Fundo das Nações Unidas para a População, UNFPA, e em nome das Nações Unidas em Moçambique, agradecer pela elevada honra de estar aqui hoje, para celebrar o Dia Internacional da Juventude.

Saúdo, de forma particular, a Vossa Excelência o Presidente Filipe Nyusi pela vossa presença neste evento, que muito apreciamos.

Gostaria de agradecer ao nosso prezado parceiro, a Secretaria de Estado da Juventude e Emprego por organizar este evento, em colaboração com o Conselho Nacional da Juventude, com a presença massiva de jovens e das mais altas autoridades do País.

Nos últimos anos, o mundo tem enfrentado grandes desafios, socioeconômicos, ambientais, e de saúde, que só será possível ultrapassar se forem feitos investimentos consistentes na juventude, assegurando a sua participação activa na resolução destes desafios.

Nesse sentido, o Quadro de Cooperação das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável de Moçambique e o Programa do País do UNFPA,  oferecem-nos a base para uma acção conjunta e coordenada com o Governo para a juventude.

Excelências, minhas senhoras e meus senhores.

O último censo indica que a população de Moçambique está rapidamente a aumentar e que em dois mil e cinquenta irá duplicar.

Actualmente, sessenta e seis por cento da população tem menos de 25 anos, representando o momento oportuno para colher os benefícios do dividendo demográfico e promover uma transformação económica e social, rápida e sustentável.

Mas isto só pode ser alcançado através de investimentos na educação, saúde, igualdade de gênero, e no empoderamento e emprego para a juventude.

Em Moçambique, uma em cada duas raparigas ainda se casam antes dos dezoito anos, o que leva à gravidez precoce, ao abandono escolar e consequentes complicações de saúde e até à perda de vida.

O impacto das uniões prematuras mostra a importância de reforçar e acelerar as mudanças sócio econômicas, para assegurar um desenvolvimento inclusivo e equitativo em Moçambique.

Em nome das Nações Unidas, gostaria de felicitar a Vossa Excelência o Presidente da República pela eleição de Moçambique ao Conselho de Segurança da ONU.

Essa eleição é fruto da liderança de Vossa Excelência e do reconhecimento mundial de como Moçambique tem abraçado o diálogo e procurado soluções africanas para desafios africanos.

No momento em que Moçambique se prepara para assumir o seu lugar, como membro não permanente do Conselho de Segurança, o órgão das Nações Unidas responsável pela manutenção da paz e segurança internacionais, o país dispõe de uma oportunidade única para partilhar as suas experiências ao nível mundial, e também dar voz para que as questões mais pertinentes da vida dos jovens sejam abordadas ao mais alto nível. 

À medida que o País se adapta a ambientes em mudança e com o foco em não deixar ninguém para trás, os esforços para avançar o papel da juventude na ação humanitária podem ser apoiados pela Resolução 2250 do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre Juventude, Paz e Segurança, que muda a narrativa da juventude, de vítimas a poderosos agentes de mudança, nos esforços para prevenir, mitigar e resolver conflitos.

Uma parte essencial da parceria do UNFPA com o Governo reside na auscultação das vozes dos jovens para assegurar que estas estejam reflectidas nas políticas nacionais, tal como a nossa recente colaboração com o Ministério da Economia e Finanças, nas consultas para a Estratégia Nacional de Desenvolvimento, envolvendo mais de cem organizações de jovens da sociedade civil.

Vossa Excelência o Presidente da República, minhas senhoras e meus senhores,

Apesar dos progressos acima mencionados, temos consciência que ainda temos um longo caminho por percorrer, pelo que reafirmamos o compromisso do UNFPA e das Nações Unidas para apoiar o Governo e os Jovens a ultrapassar os desafios de hoje e de amanhã, em conjunto com a sociedade civil e os parceiros de cooperação internacional.

Aos jovens de hoje dedico as seguintes palavras finais: invistam nos vossos sonhos e persigam as vossas aspirações e necessidades, valorizando os vínculos entre gerações, porque só assim conseguiremos materializar os objectivos colectivos em prol do desenvolvimento sustentável e inclusivo deste promissor e maravilhoso Moçambique.  

Muito obrigada!