A Paz é Nossa Cultura - 3° Aniversário do Acordo de Maputo de Paz e Reconciliação Nacional
06 agosto 2022
Legenda: Presidente da República de Moçambique e Presidente da RENAMO se encontram em área de desmobilização em Vunduzi, Porvíncia de Sofala, em setembro de 2020.
Hoje, celebramos três anos desde a assinatura histórica do Acordo de Maputo de Paz e Reconciliação Nacional.
MAPUTO, Moçambique - As Nações Unidas felicitaram as partes do Acordo de Maputo de Paz e Reconciliação Nacional no seu terceiro aniversário. Passados três anos desde a assinatura do Acordo de Maputo, a implementação do mesmo continua a revelar resultados positivos.
O Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, reconheceu o compromisso com o diálogo por parte do Governo de Moçambique e da RENAMO em mensagem no Twitter.
"Saúdo o uso continuado do diálogo por parte do Governo de Moçambique e da RENAMO para promover a paz e a reconciliação. No 3º aniversário do Acordo de Paz, reafirmo o compromisso das Nações Unidas de apoiar os moçambicanos na busca de um futuro melhor para todos" - António Guterres, Secretário-Geral da ONU.
Legenda: O Secretário-Geral António Guterres (à direita) encontra-se com Filipe Jacinto Nyusi, Presidente da República de Moçambique, na Sede da ONU em 2018.
A Chefe do Departamento de Assuntos Políticos e de Consolidação da Paz das Nações Unidas (DPPA), Rosemary DiCarlo, também marcou a data com mensagem de felicitação para as partes e Moçambique.
"Felicito o Governo de Moçambique e a RENAMO por abraçar o diálogo e comprometer-se com uma paz duradoura" - Rosmemary DiCarlo, Chefe do DPPA.
Mirko Manzoni, Enviado Pessoal do Secretário-Geral das Nações Unidas para Moçambique e Presidente do Grupo de Contacto, reconheceu, de modo particular, a liderança dos dois dirigentes, o Presidente da República, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo, Ossufo Momade, que continuam a promover a paz e a reconciliação através das suas ações.
Até à data, foram desmobilizados 3.558 ex-combatentes (156 mulheres, 3402 homens), representando 68% do total e 12 das 16 bases foram encerradas de forma permanente.
Espera-se que, até finais de 2022, o processo de desarmamento e desmobilização seja concluído, com uma maior ênfase na reintegração e na reconciliação em 2023.
"O progresso nestas áreas será fundamental para a consolidação da paz e exigirá esforços colectivos de todos os intervenientes na sociedade", afirmou Mirko Manzoni.
"Todos nós nos beneficiamos da paz, então todos temos um papel a desempenhar", continuou o Enviado Pessoal de António Guterres para Moçambique.
Mirko Manzoni explicou, em declaração, que Moçambique tem estado na liderança da promoção de soluções africanas para os desafios africanos.
Legenda: Uma família reunida após a participação no processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) na Província de Sofala, agosto de 2020.
Essa abordagem orientou não apenas a implementação do Acordo de Maputo, mas também a resposta do país às questões de segurança no norte de Moçambique e, recentemente a sua eleição ao Conselho de Segurança das Nações Unidas.
"Saudamos o país pelos progressos e sucessos alcançados ao longo dos últimos três anos; As Nações Unidas continuam empenhadas na construção de um futuro de paz e prosperidade para todos os moçambicanos", conclui Mirko Manzoni, Enviado Pessoal de António Guterres para Moçambique.
Acordo de Maputo de Paz e Reconciliação Nacional
O Acordo de Maputo de Paz e a Reconciliação foi assinado em 6 de agosto de 2019 pelo Presidente de Moçambique, Filipe Jacinto Nyusi, e pelo principal líder da oposição do país, Ossufo Momade.
Testemunhada por dignitários nacionais e estrangeiros na Praça da Paz da capital, a assinatura do acordo pôs fim a décadas de violência no país. As disposições políticas incluíam a reforma do setor público com foco na descentralização, departidização das agências de segurança e do serviço público; e aumentar a transparência na governança pública e gestão de recursos.
Para apoiar a implementação do Acordo de Paz, o Secretário-Geral das Nações Unidas nomeou como seu Enviado Pessoal para Moçambique, Mirko Manzoni, então Embaixador da Suíça em Moçambique e Presidente do Grupo de Contacto da comunidade internacional junto com a RENAMO e FRELIMO.