A Paz é Nossa Cultura - 3° Aniversário do Acordo de Maputo de Paz e Reconciliação Nacional
06 agosto 2022
Hoje, celebramos três anos desde a assinatura histórica do Acordo de Maputo de Paz e Reconciliação Nacional.
MAPUTO, Moçambique - As Nações Unidas felicitaram as partes do Acordo de Maputo de Paz e Reconciliação Nacional no seu terceiro aniversário. Passados três anos desde a assinatura do Acordo de Maputo, a implementação do mesmo continua a revelar resultados positivos.
O Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, reconheceu o compromisso com o diálogo por parte do Governo de Moçambique e da RENAMO em mensagem no Twitter.
"Saúdo o uso continuado do diálogo por parte do Governo de Moçambique e da RENAMO para promover a paz e a reconciliação. No 3º aniversário do Acordo de Paz, reafirmo o compromisso das Nações Unidas de apoiar os moçambicanos na busca de um futuro melhor para todos" - António Guterres, Secretário-Geral da ONU.
A Chefe do Departamento de Assuntos Políticos e de Consolidação da Paz das Nações Unidas (DPPA), Rosemary DiCarlo, também marcou a data com mensagem de felicitação para as partes e Moçambique.
"Felicito o Governo de Moçambique e a RENAMO por abraçar o diálogo e comprometer-se com uma paz duradoura" - Rosmemary DiCarlo, Chefe do DPPA.
Mirko Manzoni, Enviado Pessoal do Secretário-Geral das Nações Unidas para Moçambique e Presidente do Grupo de Contacto, reconheceu, de modo particular, a liderança dos dois dirigentes, o Presidente da República, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo, Ossufo Momade, que continuam a promover a paz e a reconciliação através das suas ações.
Até à data, foram desmobilizados 3.558 ex-combatentes (156 mulheres, 3402 homens), representando 68% do total e 12 das 16 bases foram encerradas de forma permanente.
Espera-se que, até finais de 2022, o processo de desarmamento e desmobilização seja concluído, com uma maior ênfase na reintegração e na reconciliação em 2023.
"O progresso nestas áreas será fundamental para a consolidação da paz e exigirá esforços colectivos de todos os intervenientes na sociedade", afirmou Mirko Manzoni.
"Todos nós nos beneficiamos da paz, então todos temos um papel a desempenhar", continuou o Enviado Pessoal de António Guterres para Moçambique.
Mirko Manzoni explicou, em declaração, que Moçambique tem estado na liderança da promoção de soluções africanas para os desafios africanos.
Essa abordagem orientou não apenas a implementação do Acordo de Maputo, mas também a resposta do país às questões de segurança no norte de Moçambique e, recentemente a sua eleição ao Conselho de Segurança das Nações Unidas.
"Saudamos o país pelos progressos e sucessos alcançados ao longo dos últimos três anos; As Nações Unidas continuam empenhadas na construção de um futuro de paz e prosperidade para todos os moçambicanos", conclui Mirko Manzoni, Enviado Pessoal de António Guterres para Moçambique.
Acordo de Maputo de Paz e Reconciliação Nacional
O Acordo de Maputo de Paz e a Reconciliação foi assinado em 6 de agosto de 2019 pelo Presidente de Moçambique, Filipe Jacinto Nyusi, e pelo principal líder da oposição do país, Ossufo Momade.
Testemunhada por dignitários nacionais e estrangeiros na Praça da Paz da capital, a assinatura do acordo pôs fim a décadas de violência no país. As disposições políticas incluíam a reforma do setor público com foco na descentralização, departidização das agências de segurança e do serviço público; e aumentar a transparência na governança pública e gestão de recursos.
Para apoiar a implementação do Acordo de Paz, o Secretário-Geral das Nações Unidas nomeou como seu Enviado Pessoal para Moçambique, Mirko Manzoni, então Embaixador da Suíça em Moçambique e Presidente do Grupo de Contacto da comunidade internacional junto com a RENAMO e FRELIMO.