Fotos Históricas das Nações Unidas em Moçambique - PAZ
Ao nos aproximarmos da eleição de Moçambique para o Conselho de Segurança pela primeria vez na história, olhamos para momentos históricos da ONU em Moçambique.
MAPUTO, Moçambique - Moçambique tornou-se o 141º Estado membro das Nações Unidas após a sua independência em 1975 e é um dos 62 membros da ONU que nunca estiveram no Conselho de Segurança. Concorrendo incontestado ao assento destinado ao Grupo Africano no Conselho das Nações Unidas e com o apoio da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e da União Africana, Moçambique prepara-se para assumir seu lugar no órgão da ONU responsável por manter a segurança e a paz internacionais.
Para marcar o momento histórico, veja momentos históricos das Nações Unidas apoiando Moçambique na consolidação da paz nestes 47 anos de parceria.
22 de maio de 1965: Comitê para Acabar com o Colonialismo ouve Peticionários no Sudoeste da África, Moçambique e Angola
A Comissão dos 24 para o fim do colonialismo concluiu a sua audição e interrogatório dos peticionários a 25 de maio no Sudoeste Africano, Moçambique e Angola. A peticionar à Comissão sobre a questão de Moçambique estavam Eduardo Mondlane, (à esquerda), Presidente da Frente de Libertação de Moçambique, e Marcelino Dos Santos.
3 de janeiro de 1984: Seca em Moçambique
A seca devastava o continente africano. E a fome era uma dura realidade para milhões de pessoas, incluindo em Moçambique.
Na foto, cereais fornecidos pelo Programa Mundial para a Alimentação sendo descarregados no porto raso de Vilanculos. De lá, os cereais foram levado por caminhões doados pela Suécia para armazéns do governo antes de serem distribuído para as quatro províncias do sul mais afetadas pela seca.
4 de janeiro de 1992: Acordo Geral de Paz
O Acordo Geral de Paz foi assinado em Roma a 4 de Outubro de 1992, pelos então presidentes de Moçambique, Joaquim Chissano, e da RENAMO, Afonso Dhlakama, pondo fim a 16 anos de conflito.
1° de janeiro de 1993: Soldados de Paz das Nações Unidas
Após a assinatura do Acordo Geral de Paz entre o governo de Moçambique e a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) em Roma, as Nações Unidas receberam o papel central na implementação dos acordos.
Em 13 de outubro de 1992, o Conselho de Segurança da ONU adotou a resolução 782 (1992), pela qual estabeleceu a Operação das Nações Unidas em Moçambique (ONUMOZ). As quatro grandes áreas de responsabilidade da ONUMOZ foram: Política, Militar, Eleitoral e Humanitária.
Na foto, soldados da paz da ONU recém chegados a Moçambique.
19 de agosto de 1994: Representante Especial do Secretário-Geral para Moçambique e Presidente da RENAMO
Aldo Ajello (à esquerda), Representante Especial do Secretário-Geral para Moçambique, cumprimentando Afonso Dhlakama, Presidente da RENAMO, após desmobilização do líder da RENAMO.
28 de outubro de 1994: Eleições
A Operação das Nações Unidas em Moçambique (ONUMOZ) assiste a população local nas eleições de 1994. Eleitores esperam à porta de uma assembleia de voto em Xipamanine, subúrbio de Maputo.
7 de setembro de 2003: Visita Oficial do Secretário-geral a Moçambique
O Secretário-Geral Kofi Annan (à esquerda) encontra-se com o presidente Joaquim Alberto Chissano (à direita) no Palácio Presidencial em Maputo. A visita de cinco dias teve como objetivos principais a participação do Secretário-Geral na cúpula da União Africana assim como a reunião com diversos líderes africanos sobre a paz e a segurança no continente.
Agosto de 2017: Reunião com Afonso Dhlakama na Gorongosa
O Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi, num encontro com o Presidente da RENAMO, Afonso Dhlakama, na sede da RENAMO na Gorongosa. Durante a reunião, os líderes chegaram a acordo sobre elementos-chave para a descentralização, inlcuindo a eleição de governadores nas eleições de 2019. O projeto de lei sobre a descentralização foi aprovado por unanimidade pelo parlamento em maio de 2018. Processo de mediação foi apoiado pelo Grupo de Contato, liderado pelo então Embaixador da Suíça, Mirko Manzoni.
11 de julho de 2019: Secretário-Geral visita Moçambique
O Secretário-Geral António Guterres (à direita) é recebido por Filipe Nyusi, Presidente da República de Moçambique, à chegada para a sua reunião no Gabinete do Presidente. Visita de solidariedade ocorreu após as passagens dos ciclones Idai e Kenneth pelo país, respectivamente em março e abril, a primeira vez que o país sofreu dois ciclones devastadores na mesma temporada, num período de apenas seis semanas. O ciclone Idai deixou mais de 600 mortos e juntos os dois ciclones afetaram cerca de 1,8 milhão de pessoas e deslocaram 400.000 pessoas.
A visita de António Guterres também foi uma oportunidade para a discussão entre os líderes sobre os avanços no processo de paz e da nomeação do então Embaixador da Suíça e Presidente do Grupo de Contato, Mirko Manzoni, como Enviado Pessoal do Secretário-Geral da ONU para Moçambique.
6 de agosto de 2019: Acordo de Paz e Reconciliação Nacional de Maputo
A RENAMO demonstrou o seu compromisso para com o processo ao iniciar oficialmente o processo de Desmobilização, Desarmamento e Reintegração (DDR), juntamente com as suas contrapartes do Governo, na Gorongosa à 29 de julho de 2019, antes da assinatura do acordo de paz final.
Esta combinação de antecipação da implementação durante as negociações ajudou a criar confiança em ambas as partes e levou à assinatura do Acordo de Cessação Definitiva das Hostilidades Militares e do Acordo de Maputo de Paz e Reconciliação Nacional em agosto de 2019.
Na foto, Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi, e Presidente da RENAMO, Ossufo Momade, abraçam-se após a assinatura do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional de Maputo na presença de líderes africanos.
Junho de 2020: Desmobilização, Desarmamento e Reintegração (DDR) em Dondo
Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi, e Presidente da RENAMO, Ossufo Momade, testemunham o início do processo de DDR de ex-combatentes no distrito de Dondo, Província de Sofala.
13 de maio de 2022: Encerramento da 12ª base da RENAMO em Cuamba
No âmbito do Acordo de Paz e com apoio do Enviado Pessoal do Secretário-Geral para Moçambique, Mirko Manzoni, o processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) já desmobilizou 3.558 dos 5,221 ex-combatantes da RENAMO, sendo que alguns foram incorporados nas Forças de Defesa e Segurança (FDS) moçambicanas.
A base da RENAMO no distrito de Cuamba, Província de Niassa, é a 12ª base a ser desativada dentre as 16 bases existentes. Ao todo, 281 combatentes foram desmobilizados em Cuamba.