Discurso do Coordenador Residente Interino das Nações Unidas e Representante Residente da FAO em Moçambique na abertura do Seminário de Revisão do Plano de Ação Multissetorial sobre Albinismo

MARRACUENE, Moçambique 

• Sua Excelência a Ministra da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, Senhora Helena Kida;

• Sua Excelência o Embaixador da Noruega, Senhor Haakon Gram- Johannessen;

• Digníssimo Administrador do Distrito de Marracuene, Senhor Ahmad Sidat;

• Ilustres Membros do Governo, do poder judiciário e da sociedade civil;

• Ilustres membros da família das Nações Unidas e do corpo diplomático; e

• Minhas Senhoras, Meus Senhores,

Meu muito bom dia!

É com grande honra e apreço que, em nome das entidades da ONU que trabalham diretamente consigo na promoção dos direitos e bem-estar das pessoas com albinismo, a mencionar o papel de liderança na UNESCO, dirijo-me a esta audiência para juntos darmos o nosso contributo para o processo da revisão do Plano de Ação Multissetorial sobre Albinismo.

Permitam-me que comece por felicitar todos calorosamente. A sua presença aqui é um forte sinal do nosso compromisso de tomar medidas eficazes para proteger os direitos humanos e as liberdades fundamentais das pessoas que vivem com albinismo em Moçambique.

É também um sinal do quanto podemos alcançar se trabalharmos juntos para um objetivo comum; Um exemplo de como podemos aproveitar o forte trabalho que já está sendo liderado pelo governo e o fato das pessoas com albinismo ocuparem seus devidos lugares nas plataformas de tomada de decisão.

Isto foi e é possível graças à aprovação do Plano de Ação Multissetorial pelo Governo em 2015 que criou o instrumento pelo qual os principais atores relacionados ao tema podem trabalhar em conjunto.

O Plano foi desenvolvido em forte colaboração com organizações da sociedade civil e reflete a resiliência, perseverança e conquistas de pessoas com albinismo diante de equívocos generalizados, discriminação e violência que tanto sofrem.

Moçambique alcançou admiráveis progressos na área da proteção das pessoas com albinismo com a ratificação de vários tratados e convenções internacionais.

No entanto, ainda há muito a ser feito. Desde 2015, o mundo passou por grandes mudanças. Moçambique tem visto em primeira mão a tripla ameaça das mudanças climáticas, da COVID-19 e da complexa situação no norte do país.

Apesar desses obstáculos ao bem-estar e à segurança, o governo, a comunidade internacional e as organizações da sociedade civil continuam trabalhando duro para apoiar os mais vulneráveis.

A conferência de hoje é um passo importante para incluir esta mudança de contexto num novo Plano de Ação sobre Albinismo de forma participativa e inclusiva para não deixarmos ninguém para trás.

Durante hoje e amanhã, vocês terão a oportunidade primordial de aproveitar as melhores práticas; buscar soluções de curto e longo prazo; criar parcerias novas e inovadoras; identificar áreas para um apoio internacional mais forte; e continuar a sua liderança nesta questão que culminará na revisão do Plano de Ação sobre Albinismo.

Gostaria de agradecer ao Governo do Reino da Noruega por apoiar esta iniciativa e por tornar possível que, sob a liderança do Governo, juntos possamos promover e proteger os direitos humanos de todas as pessoas com albinismo, assim como, fornecer o apoio e cuidados necessários.

Gostaria de também agradecer ao Governo de Moçambique e às organizações da sociedade civil pelo seu comprometimento na promoção dos direitos e bem-estar das pessoas com albinismo.

Estamos cientes de que o trabalho coletivo, a solidariedade e a entrega incondicional de cada um de vocês nos farão prosperar.  Esta é a razão pela qual este ano celebraremos o Dia do Albinismo sob o lema “Unidos em Fazer Ouvir a Nossa Voz”.

Para tanto, é crucial que continuemos a colocar as pessoas com albinismo, sua inclusão, representação, direitos, situação social e econômica, igualdade e proteção - no centro de tudo o que fazemos. Só juntos é que alcançaremos este objetivo.

Em nome das Nações Unidas em Moçambique, reitero o total engajamento da ONU para apoiar os esforços institucionais e da sociedade civil na temática das pessoas com albinismo.

Reitero também a nossa solidariedade a todas as pessoas com albinismo, que com força acima de todas as probabilidades, continuam lutando por uma vida livre de discriminação e violência.

Contem sempre com o apoio das Nações Unidas!

Desejo a todos um seminário frutífero e estou ansioso para ouvir os resultados e como podemos continuar a apoiá-los.

Estamos juntos!

Muito obrigado!