“Esteja perto das pessoas, esteja perto das autoridades locais e realmente entenda o que elas precisam”
05 abril 2022
Legenda: Coordenadora Residente das Nações Unidas e Coordenadora Humanitária para Moçambique durante visita ao Distrito de Dondo, Província de Sofala, a falar com mulheres que participam da Escola na Machamba do Camponês, projeto da FAO, que fornece assistência aos produtores no sentido de aumentarem a produção e produtividade, adoptarem tecnologias melhoradas orientadas para a intensificação e diversificação dos sistemas de produção bem como a melhoria da segurança alimentar e nutricional das famílias.
Myrta Kaulard, Coordenadora Residente das Nações Unidas e Coordenadora Humanitária para Moçambique, compartilha seus conselhos para uma missão de sucesso.
MAPUTO, Moçambique – Em Moçambique, as Nações Unidas e a comunidade humanitária têm apoiado à resposta humanitária liderada pelo governo para assistir a população afetada pelos choques climáticos recorrentes, pela complexa crise no norte do país e pela pandemia da COVID-19.
Nos últimos três anos, o país sofreu com duas secas e sete ciclones, incluindo o ciclone Idai em 2019, o mais forte a atingir o continente africano. Para além disso, a complexa crise na Província de Cabo Delgado já deslocou cerca de 780.000 pessoas, deixando cerca de 1,3 milhão em necessidade de assistência humanitária que salva e sustenta vidas em meio a pandemia da COVID-19.
Em tempos difíceis e apesar das necessidades crescentes, o sistema humanitário continua a salvar e transformar vidas. A forte liderança dos Coordenadores Residentes das Nações Unidas e Coordenadores Humanitários desempenha um papel crucial para que isso seja possível.
“Esteja perto das pessoas, esteja perto das autoridades locais e realmente entenda o que elas precisam; não podemos decidir por elas”, Myrta Kaulard, Coordenadora Residente das Nações Unidas e Coordenadora Humanitária para Moçambique.
Legenda: Legenda: Myrta Kaulard durante diálogo com comunidade acolhedora e deslocados internos na Província de Cabo Delgado.
A convite do Coordenador de Socorro à Emergências do Escritório para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA em sua sigla em inglês), e como parte dos esforços para promover uma liderança eficaz, os Coordenadores Humanitários compartilharam suas histórias de liderança humanitária e pensamentos sobre o que é necessário para ser um(a) líder humanitário(a).
“As histórias que eles [pessoas que vivem em Moçambique] contam, o que passaram e a resiliência que demonstram é um exemplo para qualquer pessoa. Muitas vezes penso que se eu estivesse na mesma situação seria eu capaz de ser tão forte? Eu seria capaz de olhar para frente apesar de todos os problemas, todos os horrores?”, diz Myrta Kaulard
Os líderes humanitários devem agir de forma rápida e imparcial, mantendo o foco no quadro geral, no ambiente externo, no futuro e na mudança organizacional.
Em particular, os coordenadores residentes e humanitários devem ter habilidades de liderança que lhes permitam construir confiança, apoiar as necessidades e prioridades nacionais e reunir o sistema das Nações Unidas e os parceiros humanitários para entregar melhores resultados para as pessoas que servimos.
Legenda: Myrta Kaulard na Beira, Província de Sofala, durante visita de campo para monitorar os andamentos das intervenções da ONU após a passagem do ciclone Idai.
“O que mais me orgulha é estarmos presentes e próximos das populações. Essas são todas as pessoas que não têm tempo para esperar; Não podemos pensar que pessoas que não têm água podem esperar meses para ter acesso à água; Elas precisam de água todos os dias”, afirma a Coordenadora Humaintária, Myrta Kaulard.
“Eu realmente encorajaria a ser o mais criativo possível e ouvir o máximo possível, tentando suscitar soluções das próprias pessoas, mas também tentar mover o sistema para ser o mais rápido possível. Esse é o outro lado desse tipo de trabalho, também poder mover as burocracias para agirem rapidamente, porque a resposta é urgente”, continuou Myrta Kaulard.
Legenda: Autoridades locais do Distrito de Montepuez em Cabo Delgado e time da ONU Moçambique a visitar futuro bairo de reassentamento que acomodará pessoas deslocadas internamente na Província.
Acesse aqui a série de vídeos curtos com Coordenadores Residentes das Nações Unidas e Coordenadores Humanitários em Camarões, Etiópia, Filipinas, Haiti, Líbano, Líbia, Mianmar, Nigéria, Paquistão, Síria, Somália, Sudão do Sul, Territórios Palestinos Ocupados e Ucrânia.