Com ventos entre 150 e 185 km/h, o severo ciclone tropical Gombe atingiu a Província de Nampula nas primeiras horas de hoje, três anos após o ciclone Idai.
MAPUTO, Moçambique - Com ventos entre 150 e 185 km/h, o severo ciclone tropical Gombe atingiu a Província de Nampula nas primeiras horas de hoje, três anos após o ciclone Idai trazer grande devastação a Moçambique.
De acordo com informações preliminares fornecidas pelo Instituto Nacional de Gestão de Desastres e Redução de Riscos (INGD), o ciclone Gombe poderá afetar mais de 584 mil pessoas, 679 centros de saúde e 7.104 escolas. Existe uma grande probabilidade de inundações severas (1 em 20 anos), penetração do mar, com inundações sem precedentes possíveis no rio Ligonho.
"A ONU está especialmente preocupada com os 1,4 milhão de pessoas que vivem em áreas de alto risco que estão na trajetória prolongada do ciclone e serão expostas ao choque por quatro dias consecutivos", afirmou Myrta Kaulard, Coordenadora Residente das Nações Unidas e Coordenadora Humanitária para Moçambique.
A ONU está em contato próximo com as autoridades para fornecer apoio imediato e assistência humanitária que salva e sustenta vidas. A ONU tem uma presença muito forte na Província de Nampula, uma região economicamente importante devido ao porto e ferrovia de Nacala que liga Malawi e Zâmbia com o oceano Índico.
Nampula é a província mais densamente povoada que acolhe actualmente mais de 70.000 deslocados internos do conflito em Cabo Delgado.
A esta nova crise junta-se o impacto da tempestade Ana e da depressão tropical Dumako, que atingiu o país em janeiro e fevereiro, e a complexa crise em curso na Província de Cabo Delgado que deslocou um total de 745 mil pessoas.
De acordo com o Global Humanitarian Overview da OCHA, Moçambique precisa de 388,5 milhões de dólares para a resposta humanitária à crise no norte em 2022. O ciclone Gombe traz pressão adicional sobre as necessidades humanitárias, bem como sobre o orçamento do país.