Comunicado de Imprensa

COVID-19 e Mudanças Climáticas acentuam desigualdades para mulheres e raparigas deslocadas

09 março 2022

  • Declaração atribuída a Alta Comissária Adjunta para Protecção do ACNUR, Gillian Triggs.

GENEBRA, Suíça - Conflitos, mudanças climáticas e a pandemia da Covid-19 acentuam o deterioramento da segurança e cumprimento dos direitos das mulheres e raparigas refugiadas, internamente deslocadas e apátridas, muitas das quais já enfrentavam desigualdades e discriminação em suas comunidades.

Dois anos após o início da pandemia, continuamos a ver um aumento nos relatos de violência de gênero, que engloba violência doméstica, casamentos forçados, trabalho infantil, tráfico e exploração.

Em alguns contextos onde as famílias são atingidas por conflitos, desastres, insegurança e pobreza crescente, as raparigas são retiradas da escola para trabalhar, pedir por dinheiro na rua , casar - e, nos casos mais extremos, serem vendidas.

O agravamento das condições socioeconômicas acentuado pela pandemia impacta fortementemulheres e raparigas deslocadas, as quais dependem de empregos precários na economia informal – ganhando menos e gastando mais para sustentar suas famílias. Estas mulheres e raparigas estão em maior risco de pobreza e exploração.

A desigualdade de gênero é tanto uma causa básica quanto uma consequência do deslocamento forçado. Sabemos, através do nosso trabalho,que mulheres e raparigas que enfrentam crises humanitárias e conflitos armados correm maiores riscos em seu dia-a-dia.

Assim, tememos que as desigualdades de gênero existentes só se aprofundem com os impactos das mudanças climáticas, dificultando oacesso aos recursos naturais, direitos legais, oportunidades de subsistência, redes de segurança formalizadas, tecnologias, informações e muito mais.

Neste Dia Internacional da Mulher, encorajamos os governos, a sociedade civil e cada um de nós e nossas comunidades a abordar a desigualdade de gênero em todas as suas formas e a apoiar e promover a liderança, a inclusão e a participação plena de mulheres e raparigas deslocadas.

Por sua vez , o ACNUR está empenhado em apoiar respostas locais, lideradas por mulheres que atuam na linha de frente, e fortalecer a colaboração com organizações lideradas por mulheres – especialmente aquelas lideradas por refugiadas e mulheres e raparigas apátridas e internamente deslocadas.

A menos que sejam feitos esforços conjuntos para trabalhar em parceria com mulheres e raparigas deslocadas à força, comunidades deslocadas e todas as partes interessadas a transformarem sistemas e normas sociais que perpetuam a desigualdade e a discriminação de gênero, corremos o risco de excluir mulheres e raparigas deslocadas à força.

Notas aos editores:

Para apoiar ainda mais as respostas lideradas por mulheres, o ACNUR concedeu hoje sete “Prêmios de Inovação de ONGs 2022” para organizações lideradas por mulheres e raparigas na Malásia, Peru, Nigéria, RDC, França e Iraque. Os premiados deste ano trabalham para promover a igualdade de gênero e liderança para mulheres e raparigas deslocadas e afectadas por conflitos.

Esses prêmios reconhecem os esforços e realizações de ONGs que, de forma criativa e eficaz, forneceram protecção e serviços essenciais a refugiados, deslocados à força e comunidadesapátridas. Mais informações sobre o prêmio e os premiados estão disponíveis aqui.

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Guilherme Chirinda

ACNUR
Assistente Sênior de Comunicação
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Juliana Ghazi

ACNUR
Oficial de Relações Exteriores

Entidades da ONU envolvidas nesta atividade

ACNUR
Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados

Objetivos que apoiamos através desta iniciativa