MAPUTO, Moçambique
- S.Exa. o Inspector Geral da Terra e Ambiente, Senhor Wetela Jone;
- Ilustre Diretora Nacional do Ambiente, Senhora Guilhermina Amurane;
- Ilustres Membros do Governo, da família das Nações Unidas e do corpo diplomático;
- Minhas senhoras e meus senhores;
Bom dia a todas e a todos,
É com grande honra e apreço que em nome da Coordenadora Residente da ONU em Moçambique, a senhora Myrta Kaulard, dirijo-me a esta audiência para celebrarmos juntos o lançamento do Projeto EbA a ser implementado sob a liderança do Ministério da Terra e Meio Ambiente e do Fundo Nacional de Desenvolvimento Sustentável.
Trabalhar em estreito respeito com a natureza para melhorar a resiliência climática é uma prioridade absoluta nos tempos que correm, numa altura em que os impactos das mudanças climáticas na vida das pessoas já são sentidos numa tendência claramente crescente em termos de intensidade e número de eventos.
A tempestade tropical Ana mostrou-nos há pouco que a recorrência destes choques climáticos em ciclos mais curtos desafia os esforços para reduzir as vulnerabilidades acumuladas, combatendo assim a pobreza extrema e fazendo com que Moçambique perca alguns dos ganhos de desenvolvimento duramente conquistados.
Pela sua posição geográfica, com uma costa de mais de 2.500km, Moçambique é o terceiro país da África mais vulnerável a riscos de desastres, segundo o Relatório Global da ONU de Avaliação da Redução do Risco de Desastres.
Infelizmente, podemos prever com razoável segurança, que haverão outros desastres.
A modelagem climática mostra que nos próximos 50 anos o país verá um aumento nas temperaturas médias até o final deste século, a estação seca ficará mais seca e a estação chuvosa mais intensa.
Não há como negar, as mudanças climáticas já estão aqui e devemos nos preparar porque, pese embora impacte todos os países e todas as regiões, são os países mais vulneráveis – e dentro desses países, as comunidades mais frágeis acabam por ser tristemente as mais afetadas.
Por isso, construir resiliência ambiental, social e econômica às mudanças climáticas é um imperativo absoluto.
Minhas senhoras e senhores e distintos convidados,
O Projeto EbA reúne as agendas de adaptação às mudanças climáticas e conservação da biodiversidade, apoiando Moçambique a maximizar as conquistas em ambas as frentes, melhorando simultaneamente as condições de vida das comunidades e contribuindo para a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.
Por meio do Fundo para os Países Menos Desenvolvidos do GEF – Global Enviroment Facility - e apoio técnico da ONU Meio Ambiente, o projeto irá reforçar a capacidade institucional e técnica das autoridades municipais e distritais para planear e implementar intervenções de adaptação baseada em ecossistemas nas zonas costeiras urbanas e periurbanas da área da Grande Maputo.
A adaptação baseada em ecossistemas demonstra que não somos apenas nós que protegemos a natureza, mas também a natureza que nos protege.
Por outro lado, potenciar a qualidade e oportunidades económicas dos seres humanos também quer dizer potenciar e proteger o meio ambiente: o nosso maior, mais importante, mais longínquo e determinante parceiro estratégico!
Afinal, conservar a natureza e adaptar-se às mudanças climáticas são dois lados da mesma moeda, como a nossa sobrevivência está intimamente ligada com a maneira como seremos capazes de proteger o Ambiente e exponenciar as oportunidades que inegavelmente nos reserva.
Com uma duração de 5 anos, este novo projeto usará o poder dos ecossistemas para ajudar as comunidades a se adaptarem às mudanças climáticas.
As comunidades locais têm um conhecimento único na identificação dos serviços ecossistêmicos que sustentam os meios de subsistência e garantem sua boa gestão.
Por essa razão, as Nações Unidas saúdam os planos de adaptação climática e os processos de planificação participativa como exemplos de como as instituições nacionais podem ouvir as vozes e as necessidades das comunidades para promover a adaptação às mudanças climáticas.
Ao trabalharmos não como entidades separadas mas intimamente compreendendo e potenciando a natureza, ao incluirmos as comunidades e as suas aspirações no centro desse processo, poderemos restaurar os ecossistemas e conduzir a uma transformação que contribuirá para alcançar uma prosperidade, uma existência, duradora.
Em nome das Nações Unidas em Moçambique, reitero a prontidão da ONU em aumentar o nosso envolvimento e o nosso apoio para o uso sustentável dos recursos naturais, a proteção da biodiversidade e a resiliência climática.
Temos uma rara e curta janela de oportunidade para reconstruir o nosso mundo para melhor.
Vamos usar a recuperação da pandemia como base para um mundo seguro, saudável, inclusivo e mais resiliente para todas as pessoas.
Contem sempre com o apoio das Nações Unidas! Estamos juntos e continuaremos juntos!
Obrigado!