Forte Tempestade Tropical Ana aumenta pedido de assistência no centro e norte de Moçambique
03 fevereiro 2022
- Segunda-feira, 24 de Janeiro de 2022, a forte tempestade tropical ‘Ana’ atingiu Moçambique. A tempestade trouxe chuvas fortes e ventos intensos (100-130Km/hora) para as zonas costeiras do centro e norte do país. Até o momento, 25 pessoas foram confirmadas mortas desde que Ana chegou à costa moçambicana, e acordo com o Instituto Nacional de Gestão e Redução de Risco de Desastres(INGD).
MAPUTO, Moçambique - Segunda-feira, 24 de Janeiro de 2022, a forte tempestade tropical ‘Ana’ atingiu Moçambique. A tempestade trouxe chuvas fortes e ventos intensos (100-130Km/hora) para as zonas costeiras do centro e norte do país.
A tempestade causou inundações repentinas, deslizamentos de terra e inundações à medida que se movia para o interior. De acordo com o Instituto Nacional de Gestão e Redução de Risco de Desastres(INGD) mais de 141.000 pessoas em Moçambique foram afectadas pela tempestade. Mais de 15.800 casas foram parcialmente danificadas, 7.729 casas destruídas e 5.941 inundadas de acordo com o Relatório Situacional do INGD publicado no dia 31 de Janeiro de 2022.
Até agora, 25 pessoas foram confirmadas mortas desde que Ana chegou à costa moçambicana. Os trabalhadores humanitários no local citam que os necessitados receberam alimentos e água das autoridades provinciais e do INGD.
“Tudo começou às 10h. Os meus vizinhos e eu estávamos debatendo se à água viria ou não, e então ela veio! Só consegui pegar nossas roupas, documentos e cheguei com meus 3 filhos no centro no dia seguinte.” disse Mila Camba. Quando questionada se regressaria à sua casa no distrito de Tete (província de Tete), respondeu: “Não posso voltar lá, não é um lugar para viver. Eu agradeceria se eu pudesse conseguir um terreno e viver em uma área mais segura”.
A equipe da Matriz de Rastreamento de Deslocamento (DTM) da Organização Internacional para as Migrações (OIM), juntamente com o INGD, começou a realizar avaliações rápidas imediatamente após a chegada de Ana para entender a extensão dos deslocamentos iniciais entre os centros de acomodação e comunidades hospedeiras, bem como danos a casas e instalações em todas as localidades afectadas nas Províncias de Tete, Niassa, Sofala, Nampula e Zambézia.
O primeiro relatório - DTM Tropical Storm Ana Flash Report, baseado em avaliações realizadas entre 25 e 31 de Janeiro de 2022 (Flash Report Update – 31 de Janeiro), estima que 42.800 famílias tiveram suas casas totalmente/parcialmente destruídas nos distritos avaliados até o momento. Destes 80% estão em Nampula (34.244 casas), 15% na Zambézia (6.488 casas), 2% em Tete (812 casas) e 3% em Sofala (1.256 casas). Além disso, 21 tendas e 16 abrigos de emergência foram total ou parcialmente destruídos devido à chuva e ventos fortes. A OIM/INGD identificou 409 latrinas e 8 pontos de água danificados.
Além disso, as localidades avaliadas até agora identificaram pelo menos 98 escolas relatando danos parciais e importantes. As escolas afectadas encontram-se nas províncias de Nampula (62), Zambézia (29) e Sofala (7). Um total de 259 salas de aula foram total ou parcialmente danificadas nas escolas afectadas. Nos locais avaliados, 16 centros de saúde também foram total/parcialmente danificados em Nampula (14) e Zambézia (2).
A OIM continua a trabalhar em estreita colaboração com o Governo de Moçambique e parceiros humanitários para garantir a coordenação no planeamento humanitário e resposta inicial às necessidades após a tempestade tropical Ana.
“As mudanças climáticas aumentam o potencial de desastres naturais contínuos durante a estação chuvosa, o que tardou os esforços de resposta humanitária desde o ano passado em áreas afectadas por conflitos, aumentando o deslocamento e a possível ampliação da COVID-19. A OIM e outras agências irmãs da ONU (Nações Unidas) continuam a apoiar o INGD a avaliar os efeitos contínuos da tempestade. As nossas equipas de DTM no centro e norte de Moçambique indicam que as necessidades mais urgentes incluem alimentos, tendas, água potável, kits de higiene, materiais de prevenção da COVID-19, redes mosquiteiras, cobertores, lanternas, lonas, kits de saúde, sabão e potencialmente kits de prevenção da cólera” disse Laura Tomm-Bonde Chefe da Missão da OIM em Moçambique
Moçambique continua a ser um dos países mais vulneráveis do mundo ao impacto dos desastres naturais. O apoio à resposta humanitária é urgente, bem como soluções duradouras em Moçambique.
