Presidente Nyusi reafirma compromisso e apoio ao Acordo de Paz e trabalho do Enviado Pessoal do SG durante Discurso de Situação Geral da Nação no Parlamento.
MAPUTO, Moçambique - O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse hoje que o Governo está empenhado no “cumprimento integral” do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional assinado com a Renamo, principal partido da oposição, em agosto de 2019.
“O Governo continua empenhado no cumprimento integral do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional de 06 de agosto de 2019”, afirmou o Presidente Nyusi.
O chefe de Estado moçambicano falava na Assembleia da República sobre a situação geral da nação.
Legenda: Assemblea da República de Moçambique durante o Informe Anual sobre a Situação Geral da Nação realizado po Sua Excelência o Presidente Nyusi em 16 de dezembro de 2021.
O Presidente avançou que o processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) do braço armado da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) tem sido conduzido dentro de “um espírito de confiança mútua e profícua entre o Governo, a Renamo, os parceiros internacionais e a equipa dirigida pelo Enviado Pessoal do Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, para Moçambique”.
"A promoção de uma cultura de paz não é tarefa exclusiva de uns ou de outros, é uma responsabilidade transversal de cada membro da nossa sociedade; cada um de nós devemos ser um construtor da paz", continuou.
No quadro do DDR, 63% dos cerca de cinco mil guerrilheiros do braço armado do principal partido da oposição já entregaram as armas e voltaram a casa, enfatizou.
Das 16 bases abrangidas pelo processo, foram desativadas 11, prosseguiu.
Legenda: Presidente da República de Moçambique e Presidente da RENAMO se encontram em área de desmobilização em Vunduzi, Porvíncia de Sofala, em setembro de 2020.
Na semana passada, o Enviado Pessoal do Secretário-Geral das Nações Unidas para Moçambique e Presidente do Grupo de Contacto para negociações de paz, Mirko Manzoni, anunciou o encerramento da primeira base da Renamo no norte do país e o desarmamento de todos os 560 combatentes que ali viviam.
“Temos o prazer de comunicar que foi alcançado um marco positivo no processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração com o encerramento da primeira base militar da Renamo em Nampula”, afirmou Mirko Manzoni.
Manzoni considerou que com o fim da base de Murrupula, a desmobilização dos antigos homens armados da Renamo prossegue a marcha para a conclusão do DDR.
Mirko Manzoni observou que 63% do efetivo militar da Renamo já foi abrangido pelo DDR, manifestando expetativa na conclusão do processo.
“Além dos progressos no desarmamento e na desmobilização, este ano, o país deu passos importantes e intencionais rumo à paz definitiva, com progressos tangíveis nas áreas da descentralização, reintegração e reconciliação nacional”, destacou Manzoni.
No início deste mês de dezembro, foram também desmobilizados os últimos elementos do grupo da Junta Militar da Renamo (JMR), responsável por ataques armados no centro do país, que agora juntaram-se ao processo de desarmamento, desmobilização e reintegração (DDR).
Legenda: Desmobilização de membros da Junta Militar da Renamo em Nampula no dia 2 de Dezembro de 2021. O Processo é parte das atividades de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração do Acordo de Paz e Reintegração Nacional assinado em 2019 pelo Governo de Moçambique e a Renamo.
No âmbito do Acordo de Paz, devem ser desmobilizados cerca de cinco mil guerrilheiros, sendo que alguns foram incorporados nas Forças de Defesa e Segurança (FDS) moçambicanas.
O Enviado Pessoal do Secretário-Geral das Nações Unidas também assegurou que vai continuar o trabalho com os signatários do acordo, comunidades e parceiros visando permitir que os homens e mulheres desmobilizados da antiga guerrilha da Renamo deem o seu contributo na construção da paz e prosperidade de Moçambique.