Pequenos Agricultores se preparam para a próxima Campanha Agrícola com medidas de Resiliência Climática
16 novembro 2021
Programa Mundial para a Alimentação da ONU apoia pequenos agricultores moçambicanos com medidas de resiliência climática para a Campanha Agrícola 2021-2022.
MAPUTO, Moçambique - O Programa Mundial para a Alimentação das Nações Unidas (PMA), em parceria com o Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural (MADER), o Instituto Nacional de Meteorologia (INAM), a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e parceiros locais, está a apoiar a preparação de extensionistas e pequenos agricultores para a próxima campanha agrícola com medidas de resiliência climática nas províncias de Gaza, Tete, e Sofala. Espera-se que os agricultores consigam ser mais resilientes e proteger seus meios de subsistência frente aos possíveis choques climáticos na campanha agrícola 2021/2022.
Cerca de 130 extensionistas dos Serviços Distritais de Actividades Económicas (SDAE) e dos parceiros de cooperação (Action Aid, CCM, Kulima, ACEAGRARIOS, ADRA) foram capacitados com medidas de resiliência climática rural. Os extensionistas são os multiplicadores do conhecimento e estão a treinar aproximadamente 10 mil pequenos agricultores nas províncias.
Entre os meses de agosto e outubro, os extensionistas e pequenos agricultores de Gaza, Tete e Sofala receberam treinamentos sobre boas práticas de agricultura, assim como medidas de resiliência climática.
“Eu aprendi a preparar a terra antes com capim, estrume e água, e deixar estar por três meses para a terra ficar boa e húmida para plantar”, explicou Lucrência Chilaule, agricultora de 51 anos e chefe de uma família de cinco pessoas no distrito de Guijá.
Enquanto esperava a terra ficar boa e a época das chuvas chegar, Lucrência e as outras agricultoras da Escola Machamba do Camponês 25 de Setembro formavam suas mudas.
“No próximo mês, vamos plantar as mudinhas na terra preparada e esperar pela chuva do fim do ano”, contou Lucrência.
As medidas de resiliência climática incluem a partilha de informações climáticas e interpretação das previsões meteorológicas recebidas pelo INAM e disseminadas pelas rádios locais a fim de mitigar os riscos de desastres e adaptar as actividades rurais, o mapeamento dos recursos disponíveis, a seleção de culturas mais apropriadas, o manejo de pragas, entre outras actividades.
“Esperamos que este programa de resiliência ajude a reduzir as perdas agrícolas e proteja a segurança alimentar e os meios de subsistência de mais de 50 mil pessoas”, disse o Director Nacional Adjunto do PMA, Pierre Lucas.
“Nosso objectivo é que as agricultoras e os agricultores sejam mais resilientes às mudanças climáticas, controlando melhor os riscos ligados ao clima”, afirmou Pierre Lucas Director Nacional Adjunto do PMA.
A metodologia utilizada pelos extensionistas e pequenos agricultores para a resiliência climática é chamada Serviços Climáticos Integrados Participativos para a Agricultura (PICSA na sigla em inglês), que apoia os produtores na tomada de decisões informadas pelo clima, desenvolvida pela Universidade de Reading e implementada pelo PMA há dois anos em Moçambique.
Uma consulta após a colheita passada com 340 agricultores com treinamento da metodologia revelou que 80% considerou o aprendizado útil para o planeamento e tomada de decisão.
Quase todos os entrevistados (96%) adaptaram sua forma de cultivar, com mudanças de culturas, data de plantio e alterações no manejo do gado. A maioria dos agricultores se considerou melhor capacitado para lidar com os desafios ligados ao clima (72%) e que os resultados trouxeram melhoria na segurança alimentar (71%) e renda (67%) de seus agregados familiares.
A iniciativa para a resiliência dos pequenos agricultores moçambicanos acontece graças a parceiros como a FAO no projecto Ação Pró-Resiliência (PRO-ACT), financiado em US$ 3 milhões pela União Europeia. A iniciativa é também aplicada a outros projectos do PMA financiados pela Agência de Cooperação Internacional da Coréia (KOICA) em US$ 5,7 milhões, a Agência Flamenga de Cooperação Internacional (FICA) em US$ 2,5 milhões e o Green Climate Fund (GCF) em US$ 9,25 milhões.