A Organização Mundial da Saúde, OMS, revelou estar confiante que a vacina Mosquirix poderá salvar milhares de vidas por ano.
MAPUTO, Moçambique - Uma semana após recomendação da agência especializada da ONU para uso do primeiro imunizante contra a doença, o ministro de Saúde de Moçambique considerou promissoras as notícias sobre esforços globais de prevenção e combate à malária.
Armindo Tiago coloca a doença fatal entre os maiores problemas de saúde pública nacional com maior impacto no desenvolvimento socioeconômico.
Diminuição
“Moçambique registou mais de 6 milhões de casos de malária até julho de 2021, o que representa uma redução de 15% se comparado ao mesmo período de 2020. Foram igualmente registrados 31.348 casos de malária grave, contra 38.653 casos em 2020, representando uma diminuição de 19%”.
Falando no encontro sobre a malária com lema “Zero Malária – Estabeleça o limite na luta contra a Malária”, o ministro da Saúde também destacou a importância da ação de vários setores.
O governante disse que esta é uma questão essencial nos determinantes de saúde que contribuem para a manutenção da transmissão da malária.
Já o coordenador da área de Sistemas de Saúde na OMS em Moçambique, Tomas Valdez, citou a importância da vacina.
Legenda: Pesquisa levou a uma redução de 30% nas hospitalizações por malária grave em menores de idade.
“Esta vacina reduz em 30% as formas de malária grave e se for aplicada amplamente, em combinação com outros meios de prevenção da malária, a vacina poderá resultar em dezenas de milhares de vidas salvas por ano a nível global. Portanto, é mais uma arma a se juntar ao arsenal dos meios que o mundo dispõe hoje para controlar e eliminar a malária como um problema de saúde pública”.
Resultados de experiências-piloto realizadas no Gana, no Quênia e no Maláui mostram que a vacina Mosquirix reduz em 30% as formas de malária grave. A pesquisa envolveu mais de 800 mil crianças desde 2019.
“Esforços adicionais certamente são necessários para garantir que todas as pessoas com febre tenham acesso rápido a serviços de diagnóstico e tratamento da malária. E é fundamental continuar a melhorar a cobertura das intervenções de malária na gravidez e garantir a prestação de serviços às populações mais vulneráveis, particularmente a população deslocada na província de Cabo Delgado”.
Vigilância
Dados do Ministério da Saúde indicam a redução na mortalidade por malária nos hospitais. Até o mês de julho foram registrados 291 óbitos, contra 384 em igual período de 2020. A queda foi de 24%.
Parceiros do setor da saúde refletiram até esta quarta-feira sobre os desafios e progresso nas ações do Programa Nacional de Controlo da Malária, Pncm. A meta é reforçar a vigilância e estabelecer um limite rumo à eliminação da doença.