Novo lote de vacinas contra a COVID-19 da AstraZeneca via o Mecanismo COVAX chega a Moçambique

Maputo, Moçambique - O novo lote de vacinas contra a COVID-19 da AstraZeneca que chega a Moçambique hoje, 2ª feira (5) contará com 108.000 doses do Mecanismo COVAX e é financiado pelo Governo da França.

O COVAX, pilar de vacinas do acelerador de acesso a ferramentas contra a COVID-19 (ACT), é co-liderado pela Coligação para Promoção de Inovações em prol da Preparação para Epidemias (CEPI); da Aliança Mundial para Vacinas e Imunização (GAVI); e da Organização Mundial da Saúde (OMS) – que trabalham em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), como parceiro chave na execução, bem como com organizações da sociedade civil, fabricantes de vacinas, Banco Mundial e outros.

No caso deste lote, o COVAX enviou as informações sobre as 108.000 doses ao Ministério da Saúde de Moçambique, estando todo o processo logístico dessa entrega a ser feito pelo Governo com a assistência do UNICEF.

Mais 384.000 doses da vacina contra a COVID-19 da AstraZeneca foram anteriormente recebidas pelo Ministério da Saúde, via Mecanismo COVAX, no passado mês de Março de 2021, de um total de 2,064 milhões de doses esperadas receber pelo País.

A Vice-Ministra da Saúde, Dra. Lídia Cardoso, sublinhou na ocasião que “o mecanismo COVAX, através do qual recebemos hoje 108 mil doses de vacina, junta-se a outras iniciativas em curso no País. São exemplos, a iniciativa da União Africana (UA); as doações dos Governos da China e da India, dois países amigos; as vacinas financiadas pelo Banco Mundial e; a iniciativa UNIVAX (Unidos pela vacina contra a Covid-19), do sector privado em Moçambique".

“A luta contra a pandemia de Covid-19, não depende somente do esforço do Governo e do apoio de parceiros internacionais, mas sim de todos”, frisou Dra. Lídia Cardoso, Vice-Ministra da Saúde.

"Quero transmitir a nossa contínua gratidão pelo empenho do Ministério da Saúde e parceiros durante o que tem sido um período sem precedentes", afirmou Katarina Johansson, Representante Adjunta do UNICEF em Moçambique.

"Já estamos a meio do ano e muito continua a acontecer à escala global, no entanto, a direcção e o pessoal do MISAU permanecem concentrados e resilientes", continuou a Representante Adjunta. 

"A equipa das Nações Unidas continuarão a apoiar o MISAU de forma activa na área de provisão  de serviços de vacinação, no fortalecimento de cadeia de frio para melhorar a gestão e o aprovisionamento de vacinas e na implementação de actividades relacionadas quer a nível central, provincial e distrital", concluiu.

Por exemplo, na quinta feira passada, celebrou-se a inauguração do Armazém Intermediário de Medicamentos e Artigos Médicos de Chimoio presidido por Sua Excelencia Sr. Filipe Jacinto Nyusi, Presidente da Républica de Moçambique. O UNICEF, com o apoio da GAVI, instalou a cadeia de frios no armazém inaugurado; estes são grandes passos que contribuem para a gestão de vacinas e para campanhas efectivas.

Desde o início da pandemia, o Sistema das Nações Unidas em Moçambique tem trabalhado com as autoridades nacionais, empresas e a sociedade civil para identificar e atender às necessidades da população na resposta à crise sanitária e a seus efeitos socioeconómicos.

“Estas doações do Governo Francês à COVAX fazem parte do esforço mais amplo do Team Europe para apoiar este mecanismo (pelo menos 100 milhões de doses de vacinas europeias serão partilhadas este ano), que visa assegurar agora a solidariedade concreta em matéria de vacinas a nível internacional”, enfatizou David Rizzo, Embaixador da França em Moçambique.

O Representante Interino da Organização Mundial da Saúde (OMS), Dr. Tomas Valdez, durante a cerimónia referiu na ocasião que “os governos nacionais e a comunidade internacional estão empenhados na resposta à esta pandemia".

"O mecanismo COVAX de acesso às vacinas por parte dos países de baixa e média renda, constitui este esforço global de solidariedade”, afirmou o Representante Interino da Organização Mundial da Saúde (OMS), Dr. Tomas Valdez.

“O acesso às vacinas contra a COVID-19 retrata também o desafio de equidade no acesso de países de baixa e media renda às vacinas, pois 77% de todas as vacinas administradas ocorreram em apenas 10 países. Os países de baixa e média renda beneficiaram de 14,4% das vacinas administradas, que, entretanto, representam 46,7% da população mundial”, sublinhou o Dr. Tomas Valdez

O plano do COVAX é fornecer vacinas para 20% da população de cada país participante ao longo de 2021. Há dois grupos de países e territórios participantes: os autofinanciados, países de média e alta renda, que pagam pelas vacinas; e os de baixa renda que recebem as vacinas sem custo. No caso da África Austral, todos os países da região excepto a República da África do Sul, fazem parte do segundo grupo.

Até que a maioria da população esteja completamente vacinada será fundamental manter todas as medidas preventivas de resposta à pandemia.

Para as autoridades de saúde pública, isso significa fazer sistemática e massivamente testes de diagnóstico, rastreamento de contactos, isolamento, quarentena assistida e atendimento de qualidade.

Para os indivíduos, significa evitar aglomerações, continuar com o distanciamento físico, higienizar as mãos regularmente com sabão ou álcool gel a 70%, usar máscaras e manter os ambientes bem ventilados.