"A conclusão das atividades de DDR em Manica assinala um marco significativo na implementação do Acordo de Maputo"
30 março 2021
Afirmação é do Enviado Especial do Secretário-Geral da ONU para Moçambique; 817 ex-combatentes foram desarmados e desmobilizados até o momento.
Maputo, Moçambique - O Enviado Especial do Secretário-Geral das Nações Unidas para Moçambique, Mirko Manzoni, informou hoje que o processo de desarmamento, desmobilização e reintegração (DDR) tem continuado a decorrer com seriedade ao longo das últimas semanas, com actividades em três bases, Báruè, Tambara, e Mossurize, todas localizadas na província de Manica, no centro do país.
"Mais 817 ex-combatentes, incluindo 11 mulheres, foram agora desarmados e desmobilizados, tendo dado os seus primeiros passos no sentido da reintegração económica e social", afirmou Manzoni.
“Continuamos a encorajar todos os restantes membros da Junta Militar da Renamo a escolherem o diálogo para resolverem os seus diferendos. Recordar-lhes que o processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) continua aberto para eles, sendo a opção mais viável para assegurar o seu regresso pacífico à vida civil”, disse Mirko Manzoni em declaração por escrito.
O representante de António Guterres falava no âmbito da conclusão das atividades de DDR do braço armado da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) na província de Manica, no centro de Moçambique.
Segundo Manzoni, 43 membros da autoproclamada Junta Militar da Renamo, incluindo André Matsangaíssa, o terceiro rosto do grupo, aderiram ao processo de DDR em Manica, num universo de 817 antigos guerrilheiros abrangidos naquela província.
“A conclusão das atividades de DDR na província de Manica assinala um marco significativo na implementação do Acordo de Maputo, uma vez que mais de metade das bases militares da Renamo se encontram agora encerradas”, apontou Mirko Manzoni.
O processo de DDR foi lançado em Manica no dia 08, prevendo-se abranger 782 guerrilheiros nas bases de Bárue, Tambara e Mossurize.
Um total de 2.307 (44% do total) membros do braço armado do maior partido da oposição foram desmobilizados de cerca de 5.000 guerrilheiros que vão ser envolvidos no processo. Mirko Manzoni disse ainda que o processo continua a avançar, apesar dos desafios relacionados à COVID-19.
"Estamos determinados a trabalhar com o povo moçambicano para assegurar que o país se mantém no caminho certo para alcançar uma paz permanente e uma reconciliação genuína" - Mirko Manzoni
O Acordo de Maputo, acordo de paz assinado pelo chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, e o presidente da Renamo, Ossufo Momade, em agosto de 2019 prevê, entre outros aspectos, o Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) do braço armado da Renamo.