- Sua Excelência Senhora VERÓNICA NATANIEL MACAMO DLHOVO, Ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação;
- Sua Excelência Senhora Luisa Meque, Directora-Geral do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades;
- Ilustres Membros do Governo, do corpo diplomático, da família da ONU e da comunidade humanitária;
- Minhas senhoras e meus senhores;
Bom dia a todas e a todos,
Em primeiro lugar, gostaria de agradecê-los por estarem aqui hoje. Sua presença demonstra a grande preocupação com as condições humanitárias no norte de Moçambique e também indica a forte solidariedade para com o povo e as instituições moçambicanas.
Vossa Excelência Ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, a sua presença, em particular, é um sinal do compromisso do Governo de Moçambique em inverter urgentemente e de forma sustentável o curso de ação e as condições no norte do país e de retomar a aceleração do caminho para a sustentabilidade, não só no norte, mas em todo o país e na região da SADEC.
Vossa Excelência Directora-Geral do INGC, a sua presença é um testemunho do envolvimento do Governo de Moçambique na prestação de assistência humanitária urgente e do valor da assistência humanitária internacional para preencher enormes e urgentes lacunas críticas necessárias para salvar e sustentar vidas.
Senhoras e senhores,
2020 tem sido um ano extremamente desafiador. Em primeiro lugar, para as pessoas em Cabo Delgado. No início do ano, cerca de 90.000 pessoas tinham fugido das aldeias no nordeste da Província. Esse número aumentou em mais de cinco vezes no curso do ano.
Testemunhamos em 2020 a enorme solidariedade e os esforços por parte das populações locais e das autoridades nacionais que compartilharam os seus poucos recursos para prestar assistência urgente às famílias deslocadas.
Vimos um esforço internacional louvável e gostaria de agradecer e elogiar todos os parceiros internacionais por seu apoio generoso ao Plano de Resposta Rápida a Cabo Delgado lançado em meados deste ano.
Todos estes esforços salvaram vidas no sentido literal da expressão.
Neste ano, temos consolidado e fortalecido o compartilhamento da informação para poder assistir melhor e com mais eficiência as populações e as instituições nacionais.
A propagação da violência e brutalidade, nos últimos meses, ultrapassou de longe os nossos esforços. Dezenas de milhares de pessoas continuam a fugir em quanto falamos, para buscar refúgio na parte sul de Cabo Delgado e nas Províncias de Nampula, Niassa, Zambézia e Manica.
Esta semana, os Directores Regionais do ACNUR, da IOM, da FAO, do PMA, do PNUD e do UNFPA visitaram Cabo Delgado e puderam constatar como a situação é dramática e urgente e ouvir em primeira mão relatos comoventes de homens, mulheres e crianças cujas vidas foram afectadas pela violência, conflito e insegurança.
Vimos desnutrição, trauma e um futuro perdido para muitos.
Como já disse, vimos também solidariedade assim como esforços e planos concretos para seguir em frente.
Como uma velha senhora deslocada nos disse: "Perdi tudo, agora tenho que recomeçar tudo de novo. Para isso, preciso de coisas simples".
Este plano de resposta humanitária que lançamos hoje é sobre as coisas simples que mais de um milhão de pessoas deslocadas e famílias acolhedoras precisam para sobreviver.
É a partir de coisas simples que podemos providenciar juntos e de uma maneira bem coordenada assistência para ajudar essas pessoas a começar uma nova vida com as suas próprias mãos para que tenham a possibilidade de construir um novo futuro com dignidade, a pedra angular para o retorno à paz e à estabilidade.
Muito obrigada pelo seu apoio e compromisso urgente em investir neste plano.
Asante, kinachukuru, ndilambwalela, kanimambo, muito obrigada!