"Luta contra a SIDA continua a ser um desafio para Moçambique", afirma Nyusi
01 dezembro 2020
O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse hoje que o HIV continua um desafio para o país, alertando que não se pode negligenciar a doença.
Maputo, Moçambique - "Este não é tempo de relaxar ou negligenciar a doença. A doença continua a matar e a debilitar a nossa sociedade", declarou S.Exa. Filipe Nyusi durante uma cerimónia em Maputo que assinalou o Dia Mundial da Luta contra a SIDA.
Com a atenção mundial voltada para a crise da COVID-19, o Dia Mundial contra a SIDA é um lembrete da necessidade de manter o foco em outra pandemia global que ainda está conosco quase 40 anos após seu início. O Presidente moçambicano reafirmou o engajamento do País em acabar com o HIV/SIDA como problema de saúde publica até 2030 e de acabar com o estigma e a discriminação.
Este ano, o tema do Dia Mundial da luta conta a SIDA é "Solidariedade global, responsabilidade compartilhada". O tema busca chamar a atenção do mundo para como as pandemias afetam não apenas o setor da saúde, mas também vidas e meios de subsistência.
A COVID-19 mostra, mais uma vez, como a saúde está interligada com outras questões críticas, tais como a redução da desigualdade, direitos humanos, igualdade de género, protecção social e crescimento económico.
Segundo dados oficiais avançados no encontro, só em 2019, pelo menos 51 mil pessoas morreram devido à doença em Moçambique. As autoridades indicam que há 2,2 milhões de pessoas infetadas no país.
"A doença não desapareceu. Não obstante os esforços que temos feito, as vitórias estão a acontecer muito lentamente e a luta continua longe de ser vencida", declarou o Presidente moçambicano, apelando para a prevenção e o apoio aos doentes face a casos de estigma.
A Coordenadora Residente das Nações Unidas, Myrta Kaulard, participou do evento representadno o Sistema das Nações Unidas e os parceiros de desenvolvimento. "Moçambique é o segundo país do mundo com maior número de novas infecções, depois da África do Sul", afirmou Myrta Kaulard. "Devemos redobrar nossos esforços para revitalizar a prevenção do HIV. É a força dentro das comunidades, inspirada pela responsabilidade compartilhada entre nós, que contribui em grande parte para nossas vitórias" continuou a Coordenadora Residente.
"Hoje, precisamos dessa força mais do que nunca para vencer a colisão das epidemias de HIV e COVID-19. Somente a solidariedade global e a responsabilidade compartilhada nos ajudarão a vencer o coronavírus, acabar com a epidemia de AIDS e garantir o direito à saúde para todos" - Myrta Kaulard, Coordenadora Residente das Nações Unidas para Moçambique.
Em Moçambique, 77% das pessoas vivendo com HIV conheciam o seu estado de seropositividade; entre essas pessoas, 60% estavam em tratamento - mais de 1,2 milhões de pessoas - e 45% das pessoas em tratamento tinham alcançado a supressão viral. As mortes relacionadas com a SIDA diminuíram em 20% entre 2010 e 2019. As novas infecções por HIV entre adultos caíram apenas 9% entre 2010 e 2019 e permanecem persistentemente elevadas, com 130.000 nova infeccções em 2019.
As províncias de Maputo, Zambézia e Nampula foram as que registaram maior número de mortes devido à sida em 2019, com 12 mil, nove mil e cinco mil pessoas, respetivamente. Só em 2019, Moçambique registou 120 mil novas infeções.
Participaram do evento liderado por S.Exa. o Preidente da República e organizado pelo Conselho Nacional de Combate a Sida parceiros de desenvolvimento internacional, membros do governo e da sociedade civil, membros da famíilia das Nações Unidas e membros da comunidade de pessoas vivendo com HIV.