PMA atua em parceria para melhorar alerta de secas em Moçambique
17 novembro 2020
Agência presta apoio financeiro e técnico ao Mecanismo de Sistema de Aviso Prévio à Seca; iniciativa cobre províncias de Gaza, no sul, e Tete no centro.
Maputo, Moçambique - O Programa Mundial de Alimentação, PMA, em Moçambique defende a união de esforços para combater a seca para alcançar o Objetivo do Desenvolvimento Sustentável 2. A meta prevê a Fome Zero e Agricultura Sustentável.
As declarações foram feitas na praia da Macaneta, à margem da reunião sobre o Sistema de Aviso Prévio à Seca. A iniciativa Sistema de Aviso Prévio à Seca faz parte do projeto “Ação Pró-Resiliência, Pro-act, em Moçambique”.
Precisão
O diretor de Programas do PMA no país, Nicolas Babu, falou à ONU News dos esforços da iniciativa para melhorar as informações disponíveis e garantir precisão.
“O PMA com apoio da União Europeia e Governo de Moçambique formaram uma parceria para estabelecer um sistema de aviso prévio à seca. Este sistema baseado nas projeções climáticas vai permitir que o governo possa desenvolver planos de contingência q ue vão antecipar o impacto da seca e assim minimizar as consequências nas populações afetadas. Estamos a testar este sistema em quatro distritos, dois de Gaza e dois de Tete.”
As projeções usadas pelo PMA indicam que as temperaturas máximas diárias devem aumentar cerca de 3˚C em média. Em estimativas mais modestas, o aumento das temperaturas máximas diárias estará entre 1,5 e 2˚C, em média.
Os modelos climáticos também mostram uma alta na forma como variam as chuvas fazendo prever eventos climáticos mais frequentes e extremos.
Apoio
O diretor-geral adjunto do Instituto Nacional de Meteorologia, Mussa Mustafá, explica a importância do apoio da parceria no acompanhamento da seca.
“O Programa Mundial da Alimentação está a apoiar o Instituto Nacional de Meteorologia em conhecimento científico em técnicas de análise, que é para estar virado à monitoria da seca. Este produto já existe, esta sendo divulgado, mas ainda precisa de melhorias…mas dentro desta monitoria de seca existem trabalhos pilotos que estão concentrados na província de Gaza e uma parte na província de Tete.”
Moçambique é o terceiro país africano mais vulnerável a desastres naturais ocorrido no caso de chuvas de grande proporção que provoquem risco de inundações. Mustafá explica a necessidade de conhecimento científico e técnico de análise.
“Em muitos dos casos, a seca é falada depois de acontecer. Depois, nós vamos gerindo as consequências desta seca. O que estamos a fazer neste momento é inverter o cenário. Portanto, nós termos a capacidade de prever, de que a época chuvosa já começou estamos nesta fase, mas aquilo que se espera nos próximos dias ou meses vai nos levar a uma seca e isso terá implicações na vida das comunidades. Portanto, a ferramenta está a corresponder muito bem.”
Perigo
Estima-se que 25% da população moçambicana está diretamente exposta ao perigo deste tipo de desastre. Uma proporção muito maior vive os efeitos indiretos destas calamidades, segundo o diretor-geral adjunto do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades, Belém Monteiro.
Pró-Resiliência
“O país tem 31 distritos considerados áridos e semiáridos. É sobre estes que o governo tem que se preocupar para encontrar soluções para as comunidades que lá vivem. São cerca de 2,8 milhões de pessoas que estão nessas zonas, para os quais deveremos encontrar uma política e estratégia de desenvolvimento dessas zonas. Este encontro faz parte deste processo de preparação, recolha de informação para elaboração da política e estratégia de desenvolvimento das zonas áridas.”
O Sistema de Aviso Prévio à Seca faz parte do projeto “Ação Pró-Resiliência, Pro-act, em Moçambique” envolvendo o PMA e a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO. A iniciativa é implementada até 2022.