Receio de morte de civis incluindo crianças devido a naufrágio quando fugiam da insegurança em Cabo Delgado

Maputo, Moçambique - Receia-se que pelo menos 38 pessoas, incluindo crianças, estejam mortas depois de uma das centenas de embarcações sobrelotadas que transportavam civis em fuga da insegurança na Província de Cabo Delgado, Moçambique, ter afundado na semana passada.

Detalhes da tragédia, que alegadamente aconteceu a 29 de outubro, apenas emergiram após os sobreviventes terem começado a chegar à capital provincial, Pemba, tendo informado os trabalhadores humanitários voluntários sobre a sua provação. Acreditava-se que pelo menos 70 pessoas se encontravam a bordo do navio.

A sobrevivente Uyeca Mpate disse que ela, o seu marido e muitos outros residentes de Palma fugiram na tentativa de construir uma nova vida em Pemba.

" Quando o barco afundou, consegui agarrar-me a um bidão de água que tinha e cheguei à ilha mais próxima", disse Uyeca hoje à IOM.

"Outras pessoas agarraram-se a pedaços do barco,  algumas seguraram uma corda mas as outras afogaram-se. O meu marido também se afogou. O maior número de mortos foram crianças. Apenas duas crianças sobreviveram", continuou o sobrevivente.

Nas últimas três semanas, 274 barcos de Cabo Delgado, no noroeste do país, transportando mais de 13.000 pessoas, incluindo quase 5.900 crianças, chegaram a Paquetequete, Pemba.

"A OIM expressa as suas mais sinceras condolências às famílias das pessoas que perderam a vida nesta tragédia", disse Laura Tomm-Bonde, Chefe de Missão da OIM em Moçambique. "Estamos prontos para apoiar os esforços do Governo de Moçambique no sentido de ajudar os sobreviventes, os deslocados internos de Cabo Delgado, e as comunidades que os acolhem".

O pessoal da Matriz de Rastreio de Deslocações da OIM (DTM) está no ponto de desembarque na praia em Paquetequete a rastrear diariamente as chegadas, e os funcionários do Serviço de Saúde Mental e Apoio Psicossocial (MHPSS) estão a prestar primeiros socorros psicossociais à comunidade e aos deslocados internos.

Nos últimos três anos, a instabilidade na Província de Cabo Delgado levou à deslocação interna de mais de 300.000 pessoas.

A presença da OIM Moçambique é de longo prazo em Cabo Delgado. A programação inclui Abrigo/ (Artigos não alimentares (NFIs), Coordenação e Gestão de Acampamentos (CCCM), Protecção, DTM, MHPSS, bem como programas significativos de Edificação da Paz e Resiliência Comunitária.