Moçambique: US$ 103,6 milhões necessários para apoiar pessoas afetadas pela COVID-19 em todo o país e pela violência em Cabo Delgado

Maputo, Moçambique -  A Coordenadora Residente e Humanitária em Moçambique, Myrta Kaulard, pediu hoje à comunidade internacional que amplie seu apoio a Moçambique e ajude o país a proteger aquelas pessoas fortemente atingidas por vários choques, incluindo as consequências humanitárias da COVID-19, bem como as recorrentes secas, inundações e a crescente violência na província de Cabo Delgado.

A Sra. Kaulard apresentou em nome das Nações Unidas e dos parceiros humanitários dois apelos que, juntos, procuram angariar mais de US$ 103 milhões para apoiar a resposta liderada pelo Governo para fornecer assistência para salvar vidas e fortalecer os meios de subsitência das pessoas afectadas.

O Apelo Urgente em resposta à COVID-19 se concentra nas necessidades imediatas e críticas daqueles que já estão enfrentando condições humanitárias severas e seriam incapazes de suportar o impacto socioeconômico e de saúde da pandemia. O plano cobre ações exigidas nos próximos nove meses e prioriza as necessidades dos mais vulneráveis, incluindo pessoas vivendo em situação de pobreza, pessoas com deficiência, pessoas vivendo com HIV, idosos, população deslocada e comunidades em situação de risco.

Dos US$ 68 milhões requeridos, US$ 16 milhões são destinados ao setor da saúde e US$ 52 milhões para setores não relacionados à saúde, especialmente segurança alimentar & meios de subsistência, água, saneamento e higiene. Este plano reflete uma elaboração aprofundada dos requisitos para Moçambique descritos no Plano Global de Resposta Humanitária para o COVID-19.

"Os apelos complementarão os esforços do Governo da República de Moçambique, através do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), na assistência ao povo moçambicano, particulamente as populações deslocadas pelas acções de grupos armados na provínica de Cabo Delgado e pelo impacto da pandemia da COVID-19", destacou a Diretora-geral do INGC, Luísa Meque.

O Plano de Resposta Rápida para Cabo Delgado busca US$ 35,5 milhões e priorizará as necessidades urgentes daqueles que foram afetados pelo aumento da violência. A onda de ataques armados registrados na região a partir de outubro de 2017 aumentou significativamente desde janeiro de 2020, deixando milhares sem acesso adequado a alimentos, à água, ao saneamento ou a quaisquer serviços básicos.

“As pessoas afetadas são geralmente as mesmas que perderam tudo durante o ciclone Kenneth e agora foram deslocadas pela segunda ou terceira vez em um ano. Os recursos das comunidades anfitriãs estão se esgotando e aqueles que estão presos em áreas com insegurança não possuem meios para se sustentar. As populações estão completamente esgotadas e precisam desesperadamente de humanidade e solidariedade”, afirmou a Sra. Kaulard.

“Convido a comunidade internacional a se unir e a apoiar de maneira atempada e generosa o povo de Moçambique, respondendo a esses dois apelos”, concluiu a Coordenadora Residente e Humanitária.

Aceda ao Apelo Urgente em resposta à COVID-19 aqui.

Aceda ao Plano de Resposta Rápida para Cabo Delgado aqui.