Maputo, Moçambique - Apesar dos desafios que se colocam à aquisição e envio de abastecimentos vitais no contexto da pandemia da COVID-19, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e a Delegação da União Europeia (EU) em Moçambique entregaram hoje ao Ministério da Saúde Equipamento de Protecção Individual (EPI) essencial para apoiar a resposta do governo ao surto do coronavírus em Moçambique.
O carregamento de 11 toneladas métricas de EPI, enviado pela Divisão de Abastecimento Global do UNICEF, chegou ontem (28 de Maio) por via aérea de Nairobi (Quénia) contendo 134.000 máscaras cirúrgicas, 11.000 máscaras de protecção facial, 30.000 macacões, 192 termómetros sem contacto e 600 óculos de protecção.
O novo coronavírus é altamente contagioso e pode ser facilmente transmitido através de contacto directo, gotículas respiratórias como tosse, espirros e superfícies de contacto contaminadas com o vírus. Por conseguinte, os macacões e os protectores faciais são o elemento mais significativo desta transmissão, uma vez que protegem os trabalhadores da linha da frente da saúde da infecção quando efectuam testes, se dedicam ao rastreio das cadeias de infecção e fornecem tratamento, incluindo cuidados intensivos para os doentes.
"A segurança dos profissionais de saúde moçambicanos durante a resposta da COVID-19 é de extrema importância. Aqueles homens e mulheres corajosos que, incansavelmente e com grande risco e sacrifício pessoal, se empenham na luta contra esta pandemia merecem a melhor protecção possível", salientou o Dr. Armindo Tiago, Ministro da Saúde.
O Ministro falava numa cerimónia de entrega do referido equipamento que ocorreu no seu gabinete de trabalho, na presença do Embaixador da União Europeia, da Representante da OMS e a Representante interina do UNICEF, em Moçambique.
"A UE está confiante de que estes fornecimentos garantirão que os médicos, paramédicos e enfermeiros se mantenham em segurança e possam, assim, manter a resposta operacional e eficaz", acrescentou Antonio Sanchez-Benedito Gaspar, Embaixador da UE em Moçambique. A UE lançou uma resposta global muito ambiciosa no âmbito da COVID-19, mobilizando mais de 15 mil milhões de euros (20 mil milhões incluindo as contribuições do Banco Europeu de Investimento e dos Estados-Membros) para apoiar parceiros em todo o mundo. Moçambique beneficiará de um pacote de 110 milhões de euros, destinado a responder às necessidades imediatas do sector da saúde e ao impacto económico a médio prazo da pandemia.
A rapidez e a dimensão da propagação do novo surto do coronavírus em todo o mundo pressionaram os mercados e colocaram desafios sem precedentes às operações de abastecimento do UNICEF. As restrições ao transporte internacional estão também a ter um impacto negativo grave nas operações de transporte de mercadorias a nível mundial - perturbando as cadeias de abastecimento e causando estrangulamentos, atrasos e custos mais elevados na entrega de fornecimentos que salvam vidas humanas para programas humanitários e de desenvolvimento.
Nesta perspectiva, a aquisição de fornecimentos de EPI para Moçambique tem sido um grande sucesso e o UNICEF, como agência líder mundial de fornecimento da resposta COVID-19, superou o desafio ao descentralizar o pré-posicionamento de aprovisionamento e ao criar novas parcerias com os sectores público e privado.
Desde o surto do coronavírus em Moçambique em Março, o UNICEF está a trabalhar em estreita colaboração com a Organização Mundial de Saúde (OMS) e outros parceiros para apoiar o Governo moçambicano na resposta à pandemia através da aquisição de abastecimentos, comunicações de risco e envolvimento da comunidade, modernização das instalações de saúde, prevenção e controlo de infecções, epidemiologia/vigilância e gestão de casos de coronavírus.
"Esta remessa é importante na medida em que ajuda a enfrentar os riscos sanitários directos, prevenção e controlo das infecções da COVID-19. Estamos, no entanto, também muito preocupados com o impacto secundário significativo que esta crise terá na saúde das crianças devido às interrupções dos serviços de saúde materna, neonatal e infantil essenciais" disse Katarina Johansson, Representante interina do UNICEF em Moçambique. "Nesta grave situação é reconfortante para nós que possamos contar com o apoio constante e consistente da UE e de outros parceiros para enfrentar esta crise".
Djamila Cabral, Representante da OMS em Moçambique, acrescentou: "A protecção dos profissionais de saúde e o reforço das capacidades do sistema de saúde para responder a esta pandemia é uma prioridade máxima. Com estes fornecimentos cruciais estamos a dar um importante passo em frente na resposta do Governo e será necessário que todos os parceiros no sector da saúde garantam a igualdade de acesso de toda a população ao diagnóstico, ao tratamento e a uma potencial vacina, uma vez desenvolvida".