MAPUTO, Moçambique
- Caro Pastor;
- Caro Doutor Francisco Mbofana;
- Cara congregação;
Estamos aqui hoje reunidos para comemorarmos o dia Mundial da luta contra a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida – SIDA.
Comemorar a luta contra o SIDA significa lembrar os milhões de pessoas, os nossos amigos e entes queridos, que perderam as suas vidas devido às doenças relacionadas com o SIDA.
Parceiros, filhos, filhas, pais, irmãos, irmãs, amigos... pessoas que foram tremendamente importantes em nossas vidas.
Eu mesma perdi colegas, amigos e membros da minha família para o SIDA e conheço de perto a devastação causada por ela.
Mas hoje também é um dia em que comemoramos o trabalho extraordinário que tem sido realizado por tantas pessoas, em todo o mundo e em Moçambique, que está a salvar milhões de vidas.
Há muitas pessoas que vivem com o vírus da imunodeficiência humana, o HIV, há décadas.
Elas encontram apoio mútuo, força e união, mesmo quando os tempos ficam difíceis, em suas comunidades.
Comunidades lutam juntas contra o estigma e a discriminação.
Desde conectar pessoas ao tratamento, serviços e apoio de que precisam até o ativismo popular que pressiona por ações para que todas as pessoas possam realizar seu direito à saúde.
Viver em comunidade - é o que nos mantém vivos.
Não importa a nossa aparência, quem amamos - somos todos seres humanos, vivendo em comunidade.
Tenho a honra de fazer parte da equipa da ONUSIDA há quase 20 anos.
E sei, em primeira mão, a importância de se sentir abraçado, ouvido, protegido e aceito pela comunidade para que a resposta ao HIV e ao SIDA seja bem sucedida.
Cara congregação,
O Dia Mundial da Luta contra o SIDA é parte dos 16 Dias de Ativismo contra a Violência de Gênero.
Campanha onde nos juntamos num movimento global para alcançar a igualdade de gênero e os direitos das mulheres e das raparigas.
Gostaria de ressaltar que as mulheres continuam a suportar o peso da epidemia do HIV.
Em Moçambique, mulheres são desproporcionalmente impactadas do que os homens.
E raparigas entre 15 e 24 anos são especialmente vulneráveis.
E um dos fatores-chave para isso é a violência e a desigualdade de gênero.
Vamos nos unir, em comunidade, para combater este mal e empoderar as mulheres e raparigas.
Como disse o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, o caminho para um mundo livre do SIDA começa e termina com os direitos humanos.
O direito ao conhecimento que seja preciso e imparcial.
O direito de ser tratado com dignidade e respeito.
O direito de se sentir seguro, não importa quem você seja ou quem você ame.
Para terminar, gostaria de fazer um apelo especial a todos.
Que sejamos gentis uns com os outros.
Que possamos praticar a solidariedade e a coragem.
Que possamos construir sobre o imenso progresso que fizemos e por um fim ao HIV e ao SIDA – juntos.
Muito obrigada, kanimambo, estamos e continuaremos juntos!