MAPUTO, Moçambique
- Sua Excelência a Ministra da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos;
- Sua Excelência o Alto Comissário do Ruanda em Moçambique, Col. Donat Ndamage;
- Excelentíssimos membros do governo, do corpo diplomático e das Nações Unidas;
- Estimados membros da comunidade ruandesa;
- Minhas senhoras e meus senhores;
Boa tarde a todas e a todos.
Antes de começar o meu discurso, gostaria de apresentar as minhas mais profundas condolências ao Governo e ao povo de Moçambique pela tragédia na costa de Nampula no último domingo, dia 7 de abril.
As Nações Unidas estão prontas para apoiar as autoridades nacionais no que for preciso e reiteremos nosso total comprometimento para com os sobreviventes e às famílias afectadas por este triste evento.
Minhas senhoras e meus senhores,
É uma honra estar aqui hoje com todos vocês para homenagear a memória das crianças, mulheres e homens mortos no genocídio contra os Tutsis no Ruanda em 1994.
Nunca esqueceremos as vítimas.
E também nunca esqueceremos a bravura e a resiliência daqueles que sobreviveram, cuja coragem e vontade de perdoar continuam a ser uma fonte de luz e esperança.
Gostaria de felicitá-lo e agradecer-lhe, Vossa Excelência Coronel Donat Ndamage, pelo seu amável convite e pelo seu firme compromisso com o multilateralismo, com a cooperação internacional e com as Nações Unidas.
No nosso mundo de desafios profundamente interligados, a cooperação desempenha um papel vital na definição de um futuro mais brilhante, unindo povos e países.
Para reflectir sobre o genocídio de 1994, este ano recordamos a raiz rançosa do genocídio: o ódio.
Como disse o Secretário-Geral da ONU, “hoje, em todo o mundo, os impulsos mais sombrios da humanidade estão a ser despertados mais uma vez pelas vozes do extremismo, da divisão e do ódio; para aqueles que procuram nos dividir, devemos transmitir uma mensagem clara, inequívoca e urgente: nunca mais”.
Nunca mais devemos permitir que tal atrocidade ocorra. Devemos dizer não ao discurso de ódio e à xenofobia e rejeitar as forças da polarização.
Só reconhecendo que somos todos uma família humana que partilha o mesmo planeta seremos capazes de enfrentar os muitos desafios globais que enfrentamos — desde as mudanças climáticas até à pobreza.
Depois de apenas uma geração desde o genocídio, o Ruanda demonstrou que é possível ressurgir das cinzas, curar e reconstruir uma sociedade mais forte e mais sustentável.
Reconhecemos a jornada do povo ruandês rumo à cura, restauração e reconciliação. E recordamos – com vergonha – o fracasso da comunidade internacional.
Enquanto esperamos acelerar os esforços para alcançar os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, inspiremo-nos na lição contínua do Ruanda e trabalhemos em conjunto para construir um futuro de dignidade, tolerância e direitos humanos para todos.
Comprometamo-nos a permanecer unidos contra todas as formas de ódio e discriminação.
Vamos garantir que os atos que começaram em 7 de abril de 1994 nunca sejam esquecidos – e nunca se repitam. Em qualquer lugar.
Muito obrigada. Kanimambo.